Nosso país está em pleno desenvolvimento e assim queremos continuar e, depois de 500 anos, nosso povo quer eleger, pela primeira vez, uma mulher que tem compromisso com a vida e provou isso com sua própria vida. Como? Ela não fugiu para o exterior durante a ditadura, mas a enfrentou com garra e, por isso, foi presa e torturada. Ela queria um país livre, e que todas as pessoas pudessem viver sem medo de serem felizes, vencendo a mentira e o ódio com a verdade e o amor, servindo aos ideais de liberdade e justiça, com sua própria vida. Disse Jesus: “Ninguém tem maior amor do aquele que dá a própria vida pelos irmãos”. A carta é do bispo de Caçador, Dom Luiz Carlos Eccel.
O bispo Dom Luiz Carlos Eccel, de Caçador, Santa Catarina, divulgou ontem (29), uma carta de apoio à candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff. Segue a íntegra da carta que elogia a recente fala do Papa Bento XVI aos bispos brasileiros e diz que ela aponta para a defesa da vida:
Já havia lido o discurso do Papa Bento XVI, aos Bispos do Maranhão, em visita ad limina apostolorum.
Muito interessante o discurso do Papa. Ele não pode deixar de cumprir sua missão de Pastor Universal, exortando o Povo de Deus, especialmente no que diz respeito à defesa da VIDA.
O Santo Padre foi muito oportuno e feliz nas suas colocações, porque o Estado Brasileiro é laico, mas seu povo é religioso, e isto precisa ser respeitado.
Quando digo que o povo é religioso é porque está disposto a fazer a Vontade de Deus e não somente dizer: Senhor, Senhor…, como às vezes se pretende, de maneira especial dentro da própria Igreja. Existem facções sociais, políticas e religiosas especializadas em fazer lavagem cerebral, deixando as pessoas sem convicções, mas com obsessões, e com a consciência invencivelmente errônea. Ficam semelhantes aos grãos de pipoca que levados ao fogo não estouram, e com mais fogo, mais duros ficam. Tornam-se donas da “verdade”.
Estão até manipulando o texto do Papa, para justificar a sede do poder. (cf. http://www.releituras.com/rubemalves_pipoca.asp) É a Vontade de Deus que nos salva e não a nossa, e sobre isto precisamos sempre nos exortar mutuamente, como diz o Apóstolo São Paulo. Portanto, que nossa fé seja sempre vivificada pela mútua exortação. Pode ocorrer de nos esquecermos que somos todos peregrinos caminhando para a Casa do Pai, e quando lá chegarmos, poderemos ouvir de Jesus o seguinte: “Afastai-vos de mim, vós que praticastes a injustiça, a maldade” (Lc13,27). Creio que ninguém vai querer ouvir isto naquela hora. Seu passaporte está em dia? Pode ter certeza de que a eternidade existe…
Assim, busquemos alimentar nossa fé, sem esquecer, como diz o Papa, que ela deve implicar na política. A fé sem obras é morta, diz a Escritura Sagrada. E uma das obras que deve provir da fé, é o nosso voto consciente em pessoas que vão governar para o bem comum, respeitando a vida em todas as suas etapas e dimensões.
No mesmo dia em que li o discurso do Papa, assistindo ao telejornal, à noite, escutei o pronunciamento da candidata e do candidato à presidência do Brasil a respeito do discurso do Papa. Ambos concordaram com as Palavras do Papa, dizendo que é missão dele exortar para uma vida coerente com os valores da fé e da moral, e que as palavras do Papa valem para todas as pessoas de fé, no mundo inteiro.
O Papa falou, também, que o voto deve estar a serviço da construção de uma sociedade justa e fraterna, defensora vida.
Como Bispo da Igreja Católica, e como cidadão brasileiro, fico feliz por saber que nosso Presidente tem defendido a vida, e sempre se pronunciou contra o aborto. Nesses últimos anos o Brasil tem crescido e melhorado em todos os aspectos, de maneira especial no respeito à vida e a valorização da dignidade humana. Esta é a Vontade de Deus! E as pessoas, em plena posse de suas faculdades mentais, vão reconhecer esta verdade.
Nosso país está em pleno desenvolvimento e assim queremos continuar e, depois de 500 anos, nosso povo quer eleger, pela primeira vez, uma mulher que tem compromisso com a vida e provou isso com sua própria vida. Como? Ela não fugiu para o exterior durante a ditadura, mas a enfrentou com garra e, por isso, foi presa e torturada.
Ela queria um país livre, e que todas as pessoas pudessem viver sem medo de serem felizes, vencendo a mentira e o ódio com a verdade e o amor, servindo aos ideais de liberdade e justiça, com sua própria vida. Disse Jesus: “Ninguém tem maior amor do aquele que dá a própria vida pelos irmãos” (Jo 15,13). Obrigado Santo Padre por suas sábias palavras! A Dilma é a resposta para as nossas inquietações a respeito da vida.
Quem sofreu nos porões da ditadura, não mata. Mas teve gente que matou a vida no seu ventre para fugir da ditadura, e portanto não deveria se comportar como os fariseus, que jogam pedras, sabendo-se pecadores. E Jesus disse: “Quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la, e quem entregar sua vida por causa de mim, vai salvá-la”(Mt 10,39)
Vamos fazer o nosso Brasil avançar ainda mais, com Dilma, que já provou ser coerente, competente e comprometida com a VIDA. O dragão devastador não pode voltar ao poder.
Deus abençoe os leitores e eleitores, governos e governados. Saúde e paz a todos (as)!
Tudo o que você me desejar, eu lhe desejo cem vezes mais. Obrigado.
Caçador, 28 de outubro de 2010
Dom Luiz Carlos Eccel
Bispo Diocesano de Caçador – Santa Catarina
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sábado, 30 de outubro de 2010
TUDO O QUE MOVE É SAGRADO
Amigos (as)
Que Jesus Cristo e Nossa Senhora Aparecida derramem uma chuva de bençãos neste dia 31, para que o 13 seja o número escolhido, afim de podermos prosseguir sonhando e construindo um país de homens e mulheres justos, belos, sábios e livres.
Abaixo um artigo publicado em jornal impresso no ano de 2005, em meio eletrônico no ano de 2008 e que merece ser trazido a baila neste momento.
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
13/12/2008 ·
"Toda arte que nos move a buscar a vida em plenitude é sagrada".
"Mesmo que o poeta seja ateu, um bom poema sempre nos aproxima de Deus".
Uma das coisas mais interessantes que confirmei no estudo sobre o Salmos — um livro poético/espiritual do primeiro testamento, — realizado com o monge beneditino Marcelo Barros(1), no ano de 2003, é que todos os escritos da Bíblia sobre o Deus-Amor são verdadeiramente palavra/vontade de Deus.
Aqueles que apresentam um Deus machista, preconceituoso, autoritário, ciumento e violento expressam o sentimento humano. Como exemplo podemos lembrar do mandamento “amar a Deus sobre todas as coisas”, complementado por Jesus Cristo, “e ao próximo como a si mesmo”.
Portanto, o que está escrito na Bíblia, que nega ou contradiz isso, deve ser compreendido, buscando entender suas limitações no tempo (história), a injunção da política (relações de poder) e o contexto cultural.
O escritor russo Tolstoi também afirmou a mesma coisa quando disse que “onde existir o amor, Deus aí está”.
Buscando apresentar de que forma este amor de Deus pode se tornar exemplo vivo a partir da prática do cotidiano, em Mateus vemos escrito: “Tive fome e me deste de comer, estive nu e me vestiste, estive preso e me visitaste”.
Neste sentido, um povo que se diz cristão e não consegue resolver o problema da fome, da injustiça e da violência, especialmente contra os mais indefesos e vulneráveis, não pode ser reconhecido por Jesus Cristo como irmãos e filhos do mesmo Pai. “Não é aquele que diz Senhor, Senhor que entrará no Reino dos Céus”.
Não é à toa que ouvimos algumas vezes a expressão: “De bem intencionados (ou de ‘cristãos’) o inferno está cheio”.
Quem leu o texto, ou assistiu à peça ou ao filme “O Auto da Compadecida” pode entender muito bem o que isso significa.
No caso do Brasil, o combate à fome tornou-se prioridade por parte da sociedade civil, a partir das iniciativas de Betinho, que liderou um movimento social de grande envergadura nos idos da década de 90, em consonância com o mandamento evangélico “Dá-lhes vós mesmos de comer”, e da parte, do governo, a partir de 2002, com a eleição do Presidente Lula, que criou o Programa Fome Zero, atualmente bastante limitado à distribuição do Bolsa Família, embora concebido para ir muito além.
Quando Frei Betto(2) apresentou o programa Fome Zero para a sociedade civil em Sergipe, no ano de 2003, eu disse naquela ocasião — reforçando o pensamento dele, — que embora seja um imperativo moral e ético combater a fome orgânica, a fome do corpo, o Evangelho nos lembra que “nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”.
Essa palavra que não se expressa somente através do signo verbal, pode se revelar também através da música, da dança, da pintura, do cinema e de várias outras manifestações artísticas, mesmo quando músicos, poetas, dançarinos, pintores, cineastas e escritores não falam ou não acreditam em Deus.
Porque nosso Deus é o Deus da Vida: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”, e toda obra de arte que denuncia a injustiça e/ou promove a vida é sagrada.
Um exemplo dentre tantos é a obra de Chico Buarque(3). Quando ele canta “Mulheres de Atenas”, recorda-me o Jesus que entendia e sabia dialogar tão bem com a alma feminina, como no exemplo de Madalena. “João e Maria” me recordam o Jesus menino ouvindo as histórias e as cantigas de ninar que certamente Maria contou e cantou para seu filho. “Cálice” me lembra o Jesus torturado que sofreu tanto que até suspirou “pai, afasta de mim...”. “Assentamento” me recorda o Jesus sem-terra e sem-teto, que antes de nascer do ventre de Maria, já fugia do poder cruel e opressor que ainda hoje persegue milhares de famílias cujos filhos nascem embaixo das lonas dos acampamentos dos sem-terra ou debaixo das marquises e dos viadutos.(4)
Daí as possibilidades da criação artística como fonte para buscarmos saciar a fome de justiça e de beleza(5), e na perspectiva de neutralizarmos a força das idéias ou expressões estéticas que além de nos empobrecer culturalmente, insistem em querer nos afastar permanentemente do contato com a realidade, reforçando o individualismo, desvalorizando tudo aquilo que se refere aos cuidados com a coisa pública, a preservação dos bens naturais e o legado cultural que herdamos dos nossos ancestrais. (6)
Tudo isso lamentavelmente disseminado também através de linguagens artísticas, principalmente da música e de pregações (discursos) que abusam de elementos cênicos/teatrais.
Artigo originalmente publicado no jornal Cinform em fevereiro de 2005 com o titulo: Arte na cesta básica de todos.
Leia mais em:
http://www.overmundo.com.br/overblog/tudo-o-que-move-e-sagrado-1
Que Jesus Cristo e Nossa Senhora Aparecida derramem uma chuva de bençãos neste dia 31, para que o 13 seja o número escolhido, afim de podermos prosseguir sonhando e construindo um país de homens e mulheres justos, belos, sábios e livres.
Abaixo um artigo publicado em jornal impresso no ano de 2005, em meio eletrônico no ano de 2008 e que merece ser trazido a baila neste momento.
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
13/12/2008 ·
"Toda arte que nos move a buscar a vida em plenitude é sagrada".
"Mesmo que o poeta seja ateu, um bom poema sempre nos aproxima de Deus".
Uma das coisas mais interessantes que confirmei no estudo sobre o Salmos — um livro poético/espiritual do primeiro testamento, — realizado com o monge beneditino Marcelo Barros(1), no ano de 2003, é que todos os escritos da Bíblia sobre o Deus-Amor são verdadeiramente palavra/vontade de Deus.
Aqueles que apresentam um Deus machista, preconceituoso, autoritário, ciumento e violento expressam o sentimento humano. Como exemplo podemos lembrar do mandamento “amar a Deus sobre todas as coisas”, complementado por Jesus Cristo, “e ao próximo como a si mesmo”.
Portanto, o que está escrito na Bíblia, que nega ou contradiz isso, deve ser compreendido, buscando entender suas limitações no tempo (história), a injunção da política (relações de poder) e o contexto cultural.
O escritor russo Tolstoi também afirmou a mesma coisa quando disse que “onde existir o amor, Deus aí está”.
Buscando apresentar de que forma este amor de Deus pode se tornar exemplo vivo a partir da prática do cotidiano, em Mateus vemos escrito: “Tive fome e me deste de comer, estive nu e me vestiste, estive preso e me visitaste”.
Neste sentido, um povo que se diz cristão e não consegue resolver o problema da fome, da injustiça e da violência, especialmente contra os mais indefesos e vulneráveis, não pode ser reconhecido por Jesus Cristo como irmãos e filhos do mesmo Pai. “Não é aquele que diz Senhor, Senhor que entrará no Reino dos Céus”.
Não é à toa que ouvimos algumas vezes a expressão: “De bem intencionados (ou de ‘cristãos’) o inferno está cheio”.
Quem leu o texto, ou assistiu à peça ou ao filme “O Auto da Compadecida” pode entender muito bem o que isso significa.
No caso do Brasil, o combate à fome tornou-se prioridade por parte da sociedade civil, a partir das iniciativas de Betinho, que liderou um movimento social de grande envergadura nos idos da década de 90, em consonância com o mandamento evangélico “Dá-lhes vós mesmos de comer”, e da parte, do governo, a partir de 2002, com a eleição do Presidente Lula, que criou o Programa Fome Zero, atualmente bastante limitado à distribuição do Bolsa Família, embora concebido para ir muito além.
Quando Frei Betto(2) apresentou o programa Fome Zero para a sociedade civil em Sergipe, no ano de 2003, eu disse naquela ocasião — reforçando o pensamento dele, — que embora seja um imperativo moral e ético combater a fome orgânica, a fome do corpo, o Evangelho nos lembra que “nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus”.
Essa palavra que não se expressa somente através do signo verbal, pode se revelar também através da música, da dança, da pintura, do cinema e de várias outras manifestações artísticas, mesmo quando músicos, poetas, dançarinos, pintores, cineastas e escritores não falam ou não acreditam em Deus.
Porque nosso Deus é o Deus da Vida: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”, e toda obra de arte que denuncia a injustiça e/ou promove a vida é sagrada.
Um exemplo dentre tantos é a obra de Chico Buarque(3). Quando ele canta “Mulheres de Atenas”, recorda-me o Jesus que entendia e sabia dialogar tão bem com a alma feminina, como no exemplo de Madalena. “João e Maria” me recordam o Jesus menino ouvindo as histórias e as cantigas de ninar que certamente Maria contou e cantou para seu filho. “Cálice” me lembra o Jesus torturado que sofreu tanto que até suspirou “pai, afasta de mim...”. “Assentamento” me recorda o Jesus sem-terra e sem-teto, que antes de nascer do ventre de Maria, já fugia do poder cruel e opressor que ainda hoje persegue milhares de famílias cujos filhos nascem embaixo das lonas dos acampamentos dos sem-terra ou debaixo das marquises e dos viadutos.(4)
Daí as possibilidades da criação artística como fonte para buscarmos saciar a fome de justiça e de beleza(5), e na perspectiva de neutralizarmos a força das idéias ou expressões estéticas que além de nos empobrecer culturalmente, insistem em querer nos afastar permanentemente do contato com a realidade, reforçando o individualismo, desvalorizando tudo aquilo que se refere aos cuidados com a coisa pública, a preservação dos bens naturais e o legado cultural que herdamos dos nossos ancestrais. (6)
Tudo isso lamentavelmente disseminado também através de linguagens artísticas, principalmente da música e de pregações (discursos) que abusam de elementos cênicos/teatrais.
Artigo originalmente publicado no jornal Cinform em fevereiro de 2005 com o titulo: Arte na cesta básica de todos.
Leia mais em:
http://www.overmundo.com.br/overblog/tudo-o-que-move-e-sagrado-1
FÉ E POLITICA - TEXTO DO PE. REGINALDO VELOSO E DO FREI BETTO
scv , ou seja, não adianta tapar o sol com uma peneira!
Quando eu estudava em Roma, lá pelo final da década de 50 e ao longo do primeiro lustre da década de 60, em pleno Concílio Vaticano II, já se parodiava e ironizava sobre as coisas da Cidade do Vaticano, isto é, sobre os “modos horríveis” da Cúria Romana.
Lembro as placas dos carros da Cidade do Vaticano: antes do número, a inscrição “SCV”, para indicar que tais viaturas pertenciam à cidade-estado que se intitulava “Santa Città del Vaticano”! Os gaiatos e maldosos, então, assim desdobravam a venerável sigla: Se Cristo Vedesse! Alguns preferiam em latim: Si Christus Vidisset...
Realmente, “se Cristo visse” o que se passava nos meandros daquela veterana e inveterada instituição, “coisa dos homens”, muito mais do que “coisa de Deus”, com certeza, não a teriam por tão venerável, a ponto de chamá-la de “Santa”.
É o que me ocorre quando abro a home page da UOL e dou de cara como o discurso do Papa Bento XVI aos bispos de um dos Regionais da CNBB, mas, extensivo a todos os bispos do Brasil:
É claro que apoiados em um tal discurso, os bispos de São Paulo, especialmente o de Guarulhos, e um certo padre da “Canção Nova”, vão se sentir mais que respaldados em seus posicionamentos contrários ao PT e sua candidata a presidente.
É a coisas assim que o povo chama de “coisa feita”. Conseguiram que ninguém menos que o papa interferisse no processo eleitoral brasileiro, na ante-véspera do II Turno, pra ver se ainda revertem o resultado unânime das pesquisas e ressuscitam seu cadáver político.
Esqueceram-se somente de informar o papa, por exemplo, sobre um salário mínimo que há oito anos atrás correspondia a US$ 78.00 e agora corresponde a US$ 210.00... sobre os 15 milhões de empregos formalizados ao longo desses últimos 8 anos... sobre os 23 milhões de brasileiros e brasileiras que saíram da condição de miseráveis...
Esqueceram-se de ponderar com Sua Santidade sobre os milhares e milhares de abortos que muito provavelmente foram evitados, graças ao simples fato de milhões de famílias terem saído das angústias da miséria, e tantas mães, sobretudo adolescentes, terem podido, assistidas por suas famílias, optar pela vida de sua prole, o que vale muito mais que leis que criminalizem ou descriminalizem essa triste prática.
Esqueceram-se, sobretudo, de levar o papa a cobrar dos bispos que seus padres se dediquem muito mais a uma pastoral de evangelização e de comunidades, onde as pessoas em suas angústias, especialmente as mais jovens, se sintam acolhidas, amparadas, orientadas, motivadas e solidariamente assistidas, a ponto de poderem evitar uma gravidez indesejada e, caso isso venha a acontecer, tenham condições de optar pela vida.
O que, hipocritamente , se esquece é que grande parte do clero se dedica, o tempo todo, a uma prática sacramentalista mercantil, que nada tem a ver com a missão recebida d’Aquele que disse: Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância! (Jo 10,10).
Enfim, que resposta, o papa e os bispos do Brasil, terão a dar à humanidade e a Deus, se esse país voltar às garras de um sistema que, há séculos, só tem sugado o sangue da imensa maioria da nossa gente, pobre e sem perspectivas de libertação e de vida com dignidade, e servido exclusivamente aos interesses excludentes de uma elite que se deleita em banquetear-se às custas da venda de nossas riquezas a países e corporações poderosas que teimam em explorar a humanidade e devastar o planeta?...
Reginaldo Veloso
Presbítero das CEBs
Assistente Regional do Movimento de Trabalhadores Cristãos - MTC
ATEÍSMO MILITANTE
Frei Betto
No decorrer da campanha presidencial afirmei, em artigo sobre Dilma Rousseff, que ela nada tem de “marxista ateia” e que “nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar com violência os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte".
O texto provocou reações indignadas de leitores, a começar por Sr. Gerardo Xavier Santiago e Daniel Sottomaior, dirigentes da ATEA (Associação Nacional de Ateus e Agnósticos).
Desfruto da amizade de ateus e agnósticos e pessoas que professam as mais diversas crenças. Meus amigos ateus leram o texto e nenhum deles se sentiu desrespeitado ou comparado a torturadores.
O que entendo por “ateísmo militante”? É o que se arvora no direito de apregoar que Jesus é um embuste ou Maomé um farsante. Qualquer um tem o direito de descrer em Deus e manifestar essa forma negativa de fé. Não o de desrespeitar a crença de cristãos, muçulmanos, judeus, indígenas ou ateus.
A tolerância e a liberdade religiosas exigem que se respeitem a crença e a descrença de cada pessoa. Defendo, pois, o direito ao ateísmo e ao agnosticismo. Minha dificuldade reside em acatar qualquer espécie de fundamentalismo, seja religioso ou ateu.
Sou contrário à confessionalidade do Estado, seja ele católico, como o do Vaticano; judeu, como Israel; islâmico, como a Arábia Saudita ou ateu, como a ex-União Soviética. O Estado deve ser laico, fundado em princípios constitucionais e não religiosos.
Não há prova científica da existência ou inexistência de Deus, lembrou o físico teórico Marcelo Gleiser no encontro em que preparamos o livro “Conversa sobre Ciência e Fé” (título provisório) que a editora Agir publicará nos próximos meses. Gleiser é agnóstico.
Assim como não tenho direito de considerar alguém ignorante por ser ateu, ninguém pode “chutar a santa” (lembram do caso na TV?) ou agredir a crença religiosa de outrem. Por isso, defendo o direito ao ateísmo e me recuso a aceitar o ateísmo militante.
Advogar o fim do ensino religioso nas escolas, a retirada dos crucifixos nos lugares públicos, o nome de Deus na Constituição e coisas do gênero, nada têm de ateísmo militante. Isso é laicismo militante, que merece minha compreensão e respeito.
O Deus no qual creio é o de Cristo, conforme explicito no romance “Um homem chamado Jesus” (Rocco). É o Deus que quer ser amado e servido naqueles que foram criados “à sua imagem e semelhança” – homens e mulheres.
Não concebo uma crença abstrata em Deus. Não presto culto a um conceito teológico. Nem me incomodo com os deuses negados por Marx, Saramago e a ATEA. Também nego os deuses do capital, da opressão e da Inquisição. O princípio básico da fé cristã afirma que o Deus de Jesus é reconhecido no próximo. Quem ama o próximo ama a Deus – ainda que não creia. E a recíproca não é verdadeira.
Ateísmo militante é, pois, profanar o templo vivo de Deus: o ser humano. É isso que praticam torturadores, opressores e inquisidores e pedófilos da Igreja Católica. Toda vez que um ser humano é seviciado e violentado em sua dignidade e direitos, o templo de Deus é profanado.
Prefiro um ateu que ama o próximo a um devoto que o oprime. Não creio no deus dos torturadores e dos protocolos oficiais, no deus dos anúncios comerciais e dos fundamentalistas obcecados; no deus dos senhores de escravos e dos cardeais que louvam os donos do capital. Nesse sentido, também sou ateu.
Creio no Deus desaprisionado do Vaticano e de todas a religiões existentes e por existir. Deus que precede todos os batismos, pré-existe aos sacramentos e desborda de todas as doutrinas religiosas. Livre dos teólogos, derrama-se graciosamente no coração de todos, crentes e ateus, bons e maus, dos que se julgam salvos e dos que se creem filhos da perdição, e dos que são indiferentes aos abismos misteriosos do pós-morte.
Creio no Deus que não tem religião, criador do Universo, doador da vida e da fé, presente em plenitude na natureza e nos seres humanos.
Creio no Deus da fé de Jesus, Deus que se aninha no ventre vazio da mendiga e se deita na rede para descansar dos desmandos do mundo. Deus da Arca de Noé, dos cavalos de fogo de Elias, da baleia de Jonas. Deus que extrapola a nossa fé, discorda de nossos juízos e ri de nossas pretensões; enfada-se com nossos sermões moralistas e diverte-se quando o nosso destempero profere blasfêmias.
Creio no Deus de Jesus. Seu nome é Amor; sua imagem, o próximo.
Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Leonardo Boff, de “Mística e Espiritualidade” (Vozes), entre outros livros.
Copyright 2010 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Assine todos os artigos do escritor e os receberá diretamente em seu e-mail. Contato – MHPAL – Agência Literária (mhpal@terra.com.br)
Quando eu estudava em Roma, lá pelo final da década de 50 e ao longo do primeiro lustre da década de 60, em pleno Concílio Vaticano II, já se parodiava e ironizava sobre as coisas da Cidade do Vaticano, isto é, sobre os “modos horríveis” da Cúria Romana.
Lembro as placas dos carros da Cidade do Vaticano: antes do número, a inscrição “SCV”, para indicar que tais viaturas pertenciam à cidade-estado que se intitulava “Santa Città del Vaticano”! Os gaiatos e maldosos, então, assim desdobravam a venerável sigla: Se Cristo Vedesse! Alguns preferiam em latim: Si Christus Vidisset...
Realmente, “se Cristo visse” o que se passava nos meandros daquela veterana e inveterada instituição, “coisa dos homens”, muito mais do que “coisa de Deus”, com certeza, não a teriam por tão venerável, a ponto de chamá-la de “Santa”.
É o que me ocorre quando abro a home page da UOL e dou de cara como o discurso do Papa Bento XVI aos bispos de um dos Regionais da CNBB, mas, extensivo a todos os bispos do Brasil:
É claro que apoiados em um tal discurso, os bispos de São Paulo, especialmente o de Guarulhos, e um certo padre da “Canção Nova”, vão se sentir mais que respaldados em seus posicionamentos contrários ao PT e sua candidata a presidente.
É a coisas assim que o povo chama de “coisa feita”. Conseguiram que ninguém menos que o papa interferisse no processo eleitoral brasileiro, na ante-véspera do II Turno, pra ver se ainda revertem o resultado unânime das pesquisas e ressuscitam seu cadáver político.
Esqueceram-se somente de informar o papa, por exemplo, sobre um salário mínimo que há oito anos atrás correspondia a US$ 78.00 e agora corresponde a US$ 210.00... sobre os 15 milhões de empregos formalizados ao longo desses últimos 8 anos... sobre os 23 milhões de brasileiros e brasileiras que saíram da condição de miseráveis...
Esqueceram-se de ponderar com Sua Santidade sobre os milhares e milhares de abortos que muito provavelmente foram evitados, graças ao simples fato de milhões de famílias terem saído das angústias da miséria, e tantas mães, sobretudo adolescentes, terem podido, assistidas por suas famílias, optar pela vida de sua prole, o que vale muito mais que leis que criminalizem ou descriminalizem essa triste prática.
Esqueceram-se, sobretudo, de levar o papa a cobrar dos bispos que seus padres se dediquem muito mais a uma pastoral de evangelização e de comunidades, onde as pessoas em suas angústias, especialmente as mais jovens, se sintam acolhidas, amparadas, orientadas, motivadas e solidariamente assistidas, a ponto de poderem evitar uma gravidez indesejada e, caso isso venha a acontecer, tenham condições de optar pela vida.
O que, hipocritamente , se esquece é que grande parte do clero se dedica, o tempo todo, a uma prática sacramentalista mercantil, que nada tem a ver com a missão recebida d’Aquele que disse: Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância! (Jo 10,10).
Enfim, que resposta, o papa e os bispos do Brasil, terão a dar à humanidade e a Deus, se esse país voltar às garras de um sistema que, há séculos, só tem sugado o sangue da imensa maioria da nossa gente, pobre e sem perspectivas de libertação e de vida com dignidade, e servido exclusivamente aos interesses excludentes de uma elite que se deleita em banquetear-se às custas da venda de nossas riquezas a países e corporações poderosas que teimam em explorar a humanidade e devastar o planeta?...
Reginaldo Veloso
Presbítero das CEBs
Assistente Regional do Movimento de Trabalhadores Cristãos - MTC
ATEÍSMO MILITANTE
Frei Betto
No decorrer da campanha presidencial afirmei, em artigo sobre Dilma Rousseff, que ela nada tem de “marxista ateia” e que “nossos torturadores, sim, praticavam o ateísmo militante ao profanar com violência os templos vivos de Deus: as vítimas levadas ao pau-de-arara, ao choque elétrico, ao afogamento e à morte".
O texto provocou reações indignadas de leitores, a começar por Sr. Gerardo Xavier Santiago e Daniel Sottomaior, dirigentes da ATEA (Associação Nacional de Ateus e Agnósticos).
Desfruto da amizade de ateus e agnósticos e pessoas que professam as mais diversas crenças. Meus amigos ateus leram o texto e nenhum deles se sentiu desrespeitado ou comparado a torturadores.
O que entendo por “ateísmo militante”? É o que se arvora no direito de apregoar que Jesus é um embuste ou Maomé um farsante. Qualquer um tem o direito de descrer em Deus e manifestar essa forma negativa de fé. Não o de desrespeitar a crença de cristãos, muçulmanos, judeus, indígenas ou ateus.
A tolerância e a liberdade religiosas exigem que se respeitem a crença e a descrença de cada pessoa. Defendo, pois, o direito ao ateísmo e ao agnosticismo. Minha dificuldade reside em acatar qualquer espécie de fundamentalismo, seja religioso ou ateu.
Sou contrário à confessionalidade do Estado, seja ele católico, como o do Vaticano; judeu, como Israel; islâmico, como a Arábia Saudita ou ateu, como a ex-União Soviética. O Estado deve ser laico, fundado em princípios constitucionais e não religiosos.
Não há prova científica da existência ou inexistência de Deus, lembrou o físico teórico Marcelo Gleiser no encontro em que preparamos o livro “Conversa sobre Ciência e Fé” (título provisório) que a editora Agir publicará nos próximos meses. Gleiser é agnóstico.
Assim como não tenho direito de considerar alguém ignorante por ser ateu, ninguém pode “chutar a santa” (lembram do caso na TV?) ou agredir a crença religiosa de outrem. Por isso, defendo o direito ao ateísmo e me recuso a aceitar o ateísmo militante.
Advogar o fim do ensino religioso nas escolas, a retirada dos crucifixos nos lugares públicos, o nome de Deus na Constituição e coisas do gênero, nada têm de ateísmo militante. Isso é laicismo militante, que merece minha compreensão e respeito.
O Deus no qual creio é o de Cristo, conforme explicito no romance “Um homem chamado Jesus” (Rocco). É o Deus que quer ser amado e servido naqueles que foram criados “à sua imagem e semelhança” – homens e mulheres.
Não concebo uma crença abstrata em Deus. Não presto culto a um conceito teológico. Nem me incomodo com os deuses negados por Marx, Saramago e a ATEA. Também nego os deuses do capital, da opressão e da Inquisição. O princípio básico da fé cristã afirma que o Deus de Jesus é reconhecido no próximo. Quem ama o próximo ama a Deus – ainda que não creia. E a recíproca não é verdadeira.
Ateísmo militante é, pois, profanar o templo vivo de Deus: o ser humano. É isso que praticam torturadores, opressores e inquisidores e pedófilos da Igreja Católica. Toda vez que um ser humano é seviciado e violentado em sua dignidade e direitos, o templo de Deus é profanado.
Prefiro um ateu que ama o próximo a um devoto que o oprime. Não creio no deus dos torturadores e dos protocolos oficiais, no deus dos anúncios comerciais e dos fundamentalistas obcecados; no deus dos senhores de escravos e dos cardeais que louvam os donos do capital. Nesse sentido, também sou ateu.
Creio no Deus desaprisionado do Vaticano e de todas a religiões existentes e por existir. Deus que precede todos os batismos, pré-existe aos sacramentos e desborda de todas as doutrinas religiosas. Livre dos teólogos, derrama-se graciosamente no coração de todos, crentes e ateus, bons e maus, dos que se julgam salvos e dos que se creem filhos da perdição, e dos que são indiferentes aos abismos misteriosos do pós-morte.
Creio no Deus que não tem religião, criador do Universo, doador da vida e da fé, presente em plenitude na natureza e nos seres humanos.
Creio no Deus da fé de Jesus, Deus que se aninha no ventre vazio da mendiga e se deita na rede para descansar dos desmandos do mundo. Deus da Arca de Noé, dos cavalos de fogo de Elias, da baleia de Jonas. Deus que extrapola a nossa fé, discorda de nossos juízos e ri de nossas pretensões; enfada-se com nossos sermões moralistas e diverte-se quando o nosso destempero profere blasfêmias.
Creio no Deus de Jesus. Seu nome é Amor; sua imagem, o próximo.
Frei Betto é escritor, autor, em parceria com Leonardo Boff, de “Mística e Espiritualidade” (Vozes), entre outros livros.
Copyright 2010 – FREI BETTO – Não é permitida a reprodução deste artigo em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização do autor. Assine todos os artigos do escritor e os receberá diretamente em seu e-mail. Contato – MHPAL – Agência Literária (mhpal@terra.com.br)
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
PERIFERIA DE SÃO PAULO ESTÁ COM DILMA E FIM DE PAPO
Povo lindo, povo inteligente,
.
Não dá para assistir a tudo que está ocorrendo na política brasileira neste momento e fingir que nada está acontecendo. A Imprensa assumiu que é Serra, a direita também. Ora se eles tem o direito de manifestar, porque não manifestamos também?
Todo mundo sabe que se a Dilma perder, os maiores prejudicados serão as pessoas da periferia, das favelas, da região norte-nordeste, os negros e as pessoas esclarecidas da classe média.
Aliás, "nunca antes na história deste pais" um governo, como o do Lula, investiu tanto na cultura, e principalmente em projetos oriundos da periferia, e se este processo for interrompido, nós artistas e agentes da cultura perdemos também, todo mundo sabe disto. Então, por que o silêncio?
O Artista é a última linha da sociedade, quando ele desiste, ou se entrega, é porque já não resta mais nada.
"A periferia nos une pela dor, pela cor e pelo amor"
http://colecionadordepedras1.blogspot.com/2010/10/manifesto-pro-dilma_24.html
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Não dá para assistir a tudo que está ocorrendo na política brasileira neste momento e fingir que nada está acontecendo. A Imprensa assumiu que é Serra, a direita também. Ora se eles tem o direito de manifestar, porque não manifestamos também?
Todo mundo sabe que se a Dilma perder, os maiores prejudicados serão as pessoas da periferia, das favelas, da região norte-nordeste, os negros e as pessoas esclarecidas da classe média.
Aliás, "nunca antes na história deste pais" um governo, como o do Lula, investiu tanto na cultura, e principalmente em projetos oriundos da periferia, e se este processo for interrompido, nós artistas e agentes da cultura perdemos também, todo mundo sabe disto. Então, por que o silêncio?
O Artista é a última linha da sociedade, quando ele desiste, ou se entrega, é porque já não resta mais nada.
"A periferia nos une pela dor, pela cor e pelo amor"
http://colecionadordepedras1.blogspot.com/2010/10/manifesto-pro-dilma_24.html
ESCOLHENDO DILMA COM A MENTE E COM O CORAÇÃO
Queridos (as),
Em 2002 e 2006 a esperança venceu o medo. Em 2010 a verdade vencerá a mentira, como disse o teólogo e escritor Leonardo Boff e o amor a insensibilidade, como disse o educador e escritor Gabriel Chalita.
Com arte e com afeto, dedico o poema e a música abaixo, a todos aqueles que sonharam/sonham e que lutaram/lutam para ajudar a tornar o sonho realidade através da eleição de LULA em 2002 e 2006 e agora em 2010 elegendo DILMA.
Se votar não resolve tudo, tampouco sem votar bem, poderemos avançar nas conquistas de mais liberdade, igualdade e fraternidade.
Os Filhos da Paixão
No ato de artistas e intelectuais realizado no Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro, antes da fala da candidata Dilma Rousseff, foi lido o poema "Os filhos da paixão", de Pedro Tierra, sob silêncio absoluto. Um de seus trechos diz: “Queremos um país onde não se matem as crianças/ que escaparam do frio, da fome, da cola de sapateiro./ Onde os filhos da margem tenham direito à terra,/ ao trabalho, ao pão, ao canto, à dança,/ às histórias que povoam nossa imaginação, às raízes da nossa alegria”. Leia o poema na íntegra em:
http://blogshist.blogspot.com/2010/10/os-filhos-da-paixao.html
LIBERDADE DE EDSON GOMES
http://www.youtube.com/watch?v=QFYCIOMDNtE
Em 2002 e 2006 a esperança venceu o medo. Em 2010 a verdade vencerá a mentira, como disse o teólogo e escritor Leonardo Boff e o amor a insensibilidade, como disse o educador e escritor Gabriel Chalita.
Com arte e com afeto, dedico o poema e a música abaixo, a todos aqueles que sonharam/sonham e que lutaram/lutam para ajudar a tornar o sonho realidade através da eleição de LULA em 2002 e 2006 e agora em 2010 elegendo DILMA.
Se votar não resolve tudo, tampouco sem votar bem, poderemos avançar nas conquistas de mais liberdade, igualdade e fraternidade.
Os Filhos da Paixão
No ato de artistas e intelectuais realizado no Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro, antes da fala da candidata Dilma Rousseff, foi lido o poema "Os filhos da paixão", de Pedro Tierra, sob silêncio absoluto. Um de seus trechos diz: “Queremos um país onde não se matem as crianças/ que escaparam do frio, da fome, da cola de sapateiro./ Onde os filhos da margem tenham direito à terra,/ ao trabalho, ao pão, ao canto, à dança,/ às histórias que povoam nossa imaginação, às raízes da nossa alegria”. Leia o poema na íntegra em:
http://blogshist.blogspot.com/2010/10/os-filhos-da-paixao.html
LIBERDADE DE EDSON GOMES
http://www.youtube.com/watch?v=QFYCIOMDNtE
MARINEIROS COM DILMA
Estivemos com Marina Silva no primeiro turno, porque buscamos uma alternativa política para o Brasil capaz de afirmar uma conduta pública marcada pela ética na política, em favor de uma política econômica que supere definitivamente a miséria e a concentração de renda e que redirecione o próprio modelo social com base na sustentabilidade. Nos orgulhamos de uma campanha que ofereceu uma contribuição efetiva ao País e que, mesmo com um tempo mínimo de propaganda eleitoral no rádio e na TV, conseguiu enfrentar as máquinas eleitorais montadas com o apoio do Estado, dos partidos tradicionais e do grande capital.
A votação recebida por Marina Silva expressa, basicamente, um claro sinal de que parcelas expressivas da população não toleram mais o jogo de cena, as alianças sem programa, os acordos que visam apenas a repartição do poder, a corrupção endêmica que abala as instituições, o oportunismo eleitoral e a demagogia que amesquinham a própria política. Os quase 20 milhões de votos que alcançamos sinalizam, ainda, que o Brasil precisa de uma agenda socioambiental séria e que este tema, antes circunscrito a pequenos grupos de ativistas ambientais e à intelectualidade, já possui apelo popular entre nós.
Por conta de tudo aquilo que a candidatura de Marina Silva representou, vivemos a generosa experiência da militância de centenas de milhares de apoiadores em uma campanha que nos ofereceu de volta o espaço da paixão pelas ideias, ao invés da promessa de cargos ou de qualquer expectativa de benefício pessoal. Talvez por conta disso, enfrentamos o sectarismo de muitos que se julgam o "sal da terra" e mesmo Marina - que jamais agrediu ou desrespeitou seus adversários - foi tratada primeiro com desprezo, depois com a costumeira intolerância que acompanha a trajetória da antiga esquerda como uma sombra.
No próximo dia 31, entretanto, esta antiga esquerda se defronta nas urnas com a direita de sempre. Melhor seria para o Brasil que ambas as posições tivessem avançado em seus pressupostos e firmado compromissos mais nítidos em torno de programas de governo. Como se sabe, este não foi o resultado do processo eleitoral. Pelo contrário, somos testemunhas de uma radicalização da disputa, marcada por acusações, boatos e calúnias. A candidatura de José Serra, neste particular, tem se mostrado insuperável e é repugnante que tenha transformado o preconceito em seu principal aliado.
Ao mesmo tempo, é preciso afirmar um caminho que aponte para um futuro de mais inclusão social e de maior sensibilidade com a realidade dos milhões de brasileiros que seguem à margem da própria cidadania. Entendemos que um eventual governo da coligação PSDB-DEM afastaria o Brasil destes grandes desafios, privilegiando os compromissos do "Estado Mínimo" e o discurso repressivo do tipo "Lei e Ordem". Por isso, a opção representada por Dilma nos parece a mais adequada para impedir um retrocesso histórico cuja conta será paga pelos mais pobres. No mais, a resposta oferecida por Dilma ao documento enviado por Marina às duas candidaturas que disputam o segundo turno foi a que mais se aproximou das nossas propostas, o que nutre expectativas de que Dilma poderá incorporar em seu governo vários dos compromissos da agenda socioambiental que defendemos.
Com base nesta avaliação, conclamamos todos os que apoiaram Marina a uma participação ativa nesta reta final da campanha em favor da candidata Dilma Rousseff.
Luciano Zica, Ex-Deputado Federal por São Paulo
Marcos Rolim, Ex-Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul
Pedro Ivo Batista, Coordenador da Rede Brasileira de Ecossocialistas
Paulo Lima (Polô), Socioambientalista, Fortaleza, Ceará
Rubens Gomes (Rubão), Músico, Sociambientalista, Manaus, AM
Renata Florentino, Socióloga - Campinas/SP
Thiago Alexandre Moraes, socioambientalista e militante de juventude, São Paulo
Juarez de Paula, Sociólogo, Consultor especialista em Desenvolvimento Local, Brasília,DF
Guto Gomes, Membro do Fórum de ONGs Ambientalistas do Distrito Federal
André Lima, Advogado e Colaborador da Frente Parlamentar Ambientalista, Brasília, DF
Muriel Saragoussi, Militante das causas socioambientais
Renato Ferreira, Advogado e Ecologista, Porto Alegre, RS
João Paulo, Analista Ambiental, Brasília, DF
Gilberto Santana, Sindicalista, Salvador, Ba
Jaqueline Oliveira Silva, Professora da URGS, Porto Alegre, RS
Erlando Alves da Silva Melo, Servidor Público Federal, Brasília, DF
Otto Ramos, Prof. História, Contagem-MG
Henyo Trindade Barreto Filho, Sociambientalista, Brasília, DF
Luís Fernando Merico, Socioambientalista, Santa Catarina
Adolpho Fuica, Ambientalista, Brasília, DF
Solange Ikeda, professora universitária, Mato Grosso
Álvaro Suassuarana da Silva - Manaus/AM
Guilherme Gomez Meldau - Cuiabá/MT
Lucas Brandão, Mestrando em Sociologia pela USP. Ex-coordenador da APG (Associação dos Pós-Graduandos da USP - gestão 2009)
Amanda Lemos, Estudante de jornalismo pela PUC-SP
Mauro Soares Pereira, Grupo de Apoio ao Meio Ambiente / Alto Paraíso de Goiás.
Marcelo Aiub de Mello, Eng. Florestal - Presidente da OSCIP Instituto Vivá Amazônia/PA
Jorge Moreira Filho, Eng. Agrônomo - Vice-Presidente da OSCIP Instituto Vivá Amazônia/PA
Rose Daise Melo Nascimento, Pisicóloga - Prefeitura Municipal de Barcarena/PA
Tobias Brancher, Eng. Florestal - Diretor da Florestas Engenharia
Marcelo Martins, Eng.Civil - Conselheiro Fiscal do Instituto Vivá Amazônia/PA
Francisca Eleni, Engª Florestal - Programa Pará Rural/PA
Alex Moura Feio, Técnico em Geomática/IEFT/PA
Everardo de Aguiar Lopes, Ex-membro do Diretório Nacional do PT
Fidelis Paixão, advogado ambientalista membro do Forum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais
Jefferson Sooma - Ativista Cultural
Tânia Maria de Oliveira, Advogada e Servidora Pública Federal, Brasília, DF
Henrique Resende Sabino
Bárbara Batista, Publicitária e militante da Rede Ecossocialista
Leo Cabral, Socioambientalista e Ativista Cultural
João Francisco, Mestre em Ciência Política e Fundador do Movimento Extramuros, Brasília, DF
Pedro Piccolo Contesini, Estudante de Sociologia da Universidade de Brasília
João Suender Moreira - Biólogo, Mestre em Genética e Biotecnologia - Especialista em Saúde da Secretaria de Saúde do Distrito Federal
Bira Dias, Fotógrafo, Santa Catarina
Ana Valéria Holanda da Nóbrega, Turismóloga, Historiadora e Ambientalisata, Fortaleza, Ceará
Hathos Garcia Dias, Minas Gerais
Felipe Vaz, Ambientalista
Marinês Carneiro de Almeida, Servidora Pública Federal, Mato Grosso
Ângelo José Rodrigues Lima, Biólogo, Mato Grosso
Rafael Peixoto, Bancário, Brasília, DF
Larissa Barros, socióloga, consultora especialista em tecnologias sociais, Brasília, DF
Neusa Helena Rocha Barbosa, Educadora Ambiental e sociambientalista, Brasília, DF
Roberto Lennox, Sociambientalista, Brasília-DF
Marines Carneiro de Almeida, Servidora Pública Federal
Marcela Monteiro, Sociambientalista, Goiânia, GO
Valmiro Batista do Nascimento, Ambientalista, Goiânia, GO
Jackson Bispo, Goiás, GO
Gilberto Lopes Farias, Sociambientalista, Aparecida de Goiânia, GO
Edilson Pereira Lima, Ativista Cultural, Brasília, DF
Maria Eugênia, Ativista Cultural, Brasília, DF
Tatiana Moraes, Gestora Ambiental, Brasília, DF
Priscila Rose, Administradora e Sociambientalista, Brasília, DF
Marina Minari, São Paulo, SP
Soraia Silva de Mello, São Paulo, SP
Villi F. Seilert Sustentat, Brasília/DF
Elizabeth Maldonado Roland
Uriban Xavier, Professor do Departamento de Ciências Sociais da UFC, Fortaleza, Ceará
Analise da Silva, Profa. Adjunta - FAE UFMG
Jonas Bertucci, Economista
Beatriz Furtado, Ativista Cultural e Professora da UFC, Fortaleza, CE
Fábio Nolasco, Socioambientalista.
A votação recebida por Marina Silva expressa, basicamente, um claro sinal de que parcelas expressivas da população não toleram mais o jogo de cena, as alianças sem programa, os acordos que visam apenas a repartição do poder, a corrupção endêmica que abala as instituições, o oportunismo eleitoral e a demagogia que amesquinham a própria política. Os quase 20 milhões de votos que alcançamos sinalizam, ainda, que o Brasil precisa de uma agenda socioambiental séria e que este tema, antes circunscrito a pequenos grupos de ativistas ambientais e à intelectualidade, já possui apelo popular entre nós.
Por conta de tudo aquilo que a candidatura de Marina Silva representou, vivemos a generosa experiência da militância de centenas de milhares de apoiadores em uma campanha que nos ofereceu de volta o espaço da paixão pelas ideias, ao invés da promessa de cargos ou de qualquer expectativa de benefício pessoal. Talvez por conta disso, enfrentamos o sectarismo de muitos que se julgam o "sal da terra" e mesmo Marina - que jamais agrediu ou desrespeitou seus adversários - foi tratada primeiro com desprezo, depois com a costumeira intolerância que acompanha a trajetória da antiga esquerda como uma sombra.
No próximo dia 31, entretanto, esta antiga esquerda se defronta nas urnas com a direita de sempre. Melhor seria para o Brasil que ambas as posições tivessem avançado em seus pressupostos e firmado compromissos mais nítidos em torno de programas de governo. Como se sabe, este não foi o resultado do processo eleitoral. Pelo contrário, somos testemunhas de uma radicalização da disputa, marcada por acusações, boatos e calúnias. A candidatura de José Serra, neste particular, tem se mostrado insuperável e é repugnante que tenha transformado o preconceito em seu principal aliado.
Ao mesmo tempo, é preciso afirmar um caminho que aponte para um futuro de mais inclusão social e de maior sensibilidade com a realidade dos milhões de brasileiros que seguem à margem da própria cidadania. Entendemos que um eventual governo da coligação PSDB-DEM afastaria o Brasil destes grandes desafios, privilegiando os compromissos do "Estado Mínimo" e o discurso repressivo do tipo "Lei e Ordem". Por isso, a opção representada por Dilma nos parece a mais adequada para impedir um retrocesso histórico cuja conta será paga pelos mais pobres. No mais, a resposta oferecida por Dilma ao documento enviado por Marina às duas candidaturas que disputam o segundo turno foi a que mais se aproximou das nossas propostas, o que nutre expectativas de que Dilma poderá incorporar em seu governo vários dos compromissos da agenda socioambiental que defendemos.
Com base nesta avaliação, conclamamos todos os que apoiaram Marina a uma participação ativa nesta reta final da campanha em favor da candidata Dilma Rousseff.
Luciano Zica, Ex-Deputado Federal por São Paulo
Marcos Rolim, Ex-Deputado Federal pelo Rio Grande do Sul
Pedro Ivo Batista, Coordenador da Rede Brasileira de Ecossocialistas
Paulo Lima (Polô), Socioambientalista, Fortaleza, Ceará
Rubens Gomes (Rubão), Músico, Sociambientalista, Manaus, AM
Renata Florentino, Socióloga - Campinas/SP
Thiago Alexandre Moraes, socioambientalista e militante de juventude, São Paulo
Juarez de Paula, Sociólogo, Consultor especialista em Desenvolvimento Local, Brasília,DF
Guto Gomes, Membro do Fórum de ONGs Ambientalistas do Distrito Federal
André Lima, Advogado e Colaborador da Frente Parlamentar Ambientalista, Brasília, DF
Muriel Saragoussi, Militante das causas socioambientais
Renato Ferreira, Advogado e Ecologista, Porto Alegre, RS
João Paulo, Analista Ambiental, Brasília, DF
Gilberto Santana, Sindicalista, Salvador, Ba
Jaqueline Oliveira Silva, Professora da URGS, Porto Alegre, RS
Erlando Alves da Silva Melo, Servidor Público Federal, Brasília, DF
Otto Ramos, Prof. História, Contagem-MG
Henyo Trindade Barreto Filho, Sociambientalista, Brasília, DF
Luís Fernando Merico, Socioambientalista, Santa Catarina
Adolpho Fuica, Ambientalista, Brasília, DF
Solange Ikeda, professora universitária, Mato Grosso
Álvaro Suassuarana da Silva - Manaus/AM
Guilherme Gomez Meldau - Cuiabá/MT
Lucas Brandão, Mestrando em Sociologia pela USP. Ex-coordenador da APG (Associação dos Pós-Graduandos da USP - gestão 2009)
Amanda Lemos, Estudante de jornalismo pela PUC-SP
Mauro Soares Pereira, Grupo de Apoio ao Meio Ambiente / Alto Paraíso de Goiás.
Marcelo Aiub de Mello, Eng. Florestal - Presidente da OSCIP Instituto Vivá Amazônia/PA
Jorge Moreira Filho, Eng. Agrônomo - Vice-Presidente da OSCIP Instituto Vivá Amazônia/PA
Rose Daise Melo Nascimento, Pisicóloga - Prefeitura Municipal de Barcarena/PA
Tobias Brancher, Eng. Florestal - Diretor da Florestas Engenharia
Marcelo Martins, Eng.Civil - Conselheiro Fiscal do Instituto Vivá Amazônia/PA
Francisca Eleni, Engª Florestal - Programa Pará Rural/PA
Alex Moura Feio, Técnico em Geomática/IEFT/PA
Everardo de Aguiar Lopes, Ex-membro do Diretório Nacional do PT
Fidelis Paixão, advogado ambientalista membro do Forum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais
Jefferson Sooma - Ativista Cultural
Tânia Maria de Oliveira, Advogada e Servidora Pública Federal, Brasília, DF
Henrique Resende Sabino
Bárbara Batista, Publicitária e militante da Rede Ecossocialista
Leo Cabral, Socioambientalista e Ativista Cultural
João Francisco, Mestre em Ciência Política e Fundador do Movimento Extramuros, Brasília, DF
Pedro Piccolo Contesini, Estudante de Sociologia da Universidade de Brasília
João Suender Moreira - Biólogo, Mestre em Genética e Biotecnologia - Especialista em Saúde da Secretaria de Saúde do Distrito Federal
Bira Dias, Fotógrafo, Santa Catarina
Ana Valéria Holanda da Nóbrega, Turismóloga, Historiadora e Ambientalisata, Fortaleza, Ceará
Hathos Garcia Dias, Minas Gerais
Felipe Vaz, Ambientalista
Marinês Carneiro de Almeida, Servidora Pública Federal, Mato Grosso
Ângelo José Rodrigues Lima, Biólogo, Mato Grosso
Rafael Peixoto, Bancário, Brasília, DF
Larissa Barros, socióloga, consultora especialista em tecnologias sociais, Brasília, DF
Neusa Helena Rocha Barbosa, Educadora Ambiental e sociambientalista, Brasília, DF
Roberto Lennox, Sociambientalista, Brasília-DF
Marines Carneiro de Almeida, Servidora Pública Federal
Marcela Monteiro, Sociambientalista, Goiânia, GO
Valmiro Batista do Nascimento, Ambientalista, Goiânia, GO
Jackson Bispo, Goiás, GO
Gilberto Lopes Farias, Sociambientalista, Aparecida de Goiânia, GO
Edilson Pereira Lima, Ativista Cultural, Brasília, DF
Maria Eugênia, Ativista Cultural, Brasília, DF
Tatiana Moraes, Gestora Ambiental, Brasília, DF
Priscila Rose, Administradora e Sociambientalista, Brasília, DF
Marina Minari, São Paulo, SP
Soraia Silva de Mello, São Paulo, SP
Villi F. Seilert Sustentat, Brasília/DF
Elizabeth Maldonado Roland
Uriban Xavier, Professor do Departamento de Ciências Sociais da UFC, Fortaleza, Ceará
Analise da Silva, Profa. Adjunta - FAE UFMG
Jonas Bertucci, Economista
Beatriz Furtado, Ativista Cultural e Professora da UFC, Fortaleza, CE
Fábio Nolasco, Socioambientalista.
Ninguém é obrigado a seguir o pensamento do outro
Caros irmãos e irmãs, amigos e amigas
EStou encaminhando em anexo, logo abaixo, uma carta que um grande amigo nosso, aqui da Comunidade Bom Pastor, e particularmente meu, porque nutro grande afeição e admiração, nos encaminhou. Trata-se da carta de um padre, denominado Brígido, o qual responde as acusações do Pe. da Canção Nova, denominado José Augusto. O seu raciocínio acerca do atual pleito eleitoral segue o nosso. Ele opta em discernir seu candidato a partir do lugar do empobrecido. É isso o que todo cristão deveria fazer.
Abraços,
Carlos Barbalho
"Ninguém é obrigado a seguir o pensamento do outro..."
Amigos! Amigas! Ruben Siqueira não cessa de socializar textos e reflexões que nos têm ajudado muito, na busca constante do exercício do discernimento, em tempos tão complexos.
Encaminho-lhes o texto que segue - uma carta aberta de um presbítero que trabalha e convive no meio dos pobres, manifestando sua justa indignação contra a atitude de arrogância manifesta por uma padre da Canção Nova.
É triste saber quão longe têm ido alguns segmentos católicos e evangélicos, especialmente nesta campanha, em defesa incondicional da candidatura Serra. O quê anda acontecendo?
De nossa parte, também, tem havido alguns excessos. Não raro, vemos que há quem vá com muita sede ao pote, sem o mínimo de distância crítica desejável em relação ao Estado e seus aparelhos.
Não está na hora de, passada essa campanha eleitoral, dedicar-nos a avaliar melhor o que o Espírito tem a nos dizer, a todos e a cada uma, cada um de nós, sobre nossa vocação geral de batizados, em sua tríplice dimensão, e quanto ao exercício da mesma, de acordo com a especificidade de cada vocação?
Permitam-me um pitaco fraterno (principalmente para quem topar trabalhar em grupo/comunidade): nesse propósito, muito nos tem a ajudar a reflexão acumulada por teólogos como José Comblin, notadamente quanto aos seus estudos sobre a ação do Espírito Santo no mundo, tais como: "O Espírito no Mundo", "O Tempo da Ação", "A Força da Palavra", "O Espírito e Libertação", "Vocação para a Liberdade", "O Povo de Deus", "A Vida em busca da Liberdade, "A Profecia na Igreja"...
Fraternalmente,
Alder
* Pe. Brígido
Ao Revmº Srº. Pe. José Augusto
Pe. José Augusto, o senhor cometeu uma falta com a ética e com a Igreja. Somos orientados pela Igreja a não usar o Altar para fazer política e assim estamos nos procedendo, muitos que estão apoiando a Dilma.
Ninguém é obrigado a seguir o pensamento do outro, e não podemos impor o nosso pensamento. O senhor pode ter as suas idéias e concordo que as tenha, pois antes de ser Presbítero, o senhor é um cidadão, mas usar uma estrutura que é sustentada pelo povo para denegrir de forma caluniosa uma pessoa, não é correto. Vocês padres da Canção Nova muitas vezes se julgam acima de todos os padres do Brasil, se sentem superiores, são santos.
Pergunto:
Qual o contato que vocês têm com o povão? Os pobres mesmo.Nenhum, porque vocês não vão ao encontro deles, é o contrario, o povo é que vai ao encontro de vocês.
Faço um convite para vocês, venham passar um mês aqui conosco, visitando nossas comunidades carentes, andando de carro 90 km ou mais para chegar em algumas comunidades, não é asfalto. É chão mesmo, comer poeira. Os senhores não têm alergia? Aqui nós não utilizamos ainda avião para irmos visitar as nossas comunidades. Os senhores fazem viagem longa de carro?
Andando pelas comunidades nós percebemos o antes e o agora. O que era no tempo do FHC e o que é hoje, e para onde podemos caminhar.
Até poucos dias admirava o trabalho de vocês, mas fiquei decepcionado, quando fui chamado de covarde, de bando de aproveitadores da graça de Deus. Faço parte dos 18 mil padres do Brasil, garanto para o senhor não sou, nem serei covarde. Tenho 9 anos de Presbítero, 35 anos de idade, e tenho trabalhado para dar continuidade na obra de Cristo que é sua Igreja.
Conheço vários Presbíteros que também não são covardes, padres com 60, 70, 80 anos, muitos com mais de 40 anos de ministério que doaram e continuam a doar suas vidas pela Igreja. O fato de apoiar a candidata Dilma não nos torna covardes. Padres que para Evangelizar tiveram que andar em lombos de burros, comendo poeira por essas estradas afora.
O senhor já andou em lombo de burro? Esqueci, o transporte de vocês quase sempre é aéreo.
Fiquei triste porque, mais uma vez, vocês estão se colocando ao lado dos poderosos, dos sangues sugas que sempre tiraram dos pobres os seus direitos:
Direito a uma boa educação - há tempos, somente os de classe média entravam na faculdade, hoje temos vários jovens de classe baixa se formando;
Direito a um carro;
Direito a ter luz elétrica em casa;
Direito a ter uma alimentação adequada, não é somente arroz e feijão;
Direito a ter um meio de transporte bom, inclusive padre, andar de avião que era coisa de rico;
Direito a ter férias decentes, ir para uma praia, viajar para conhecer outras realidades, outros países;
Direito a ser gente!
Talvez seja pecado para vocês padres da Canção Nova, os pobres terem direito a isso tudo, somente vocês e eles (sangues sugas) poderão participar dessas benesses.
Nós não podemos esquecer que vocês não fazem lazer nem turismo pelo Brasil, vão sempre a Europa e Terra Santa. Quantas pessoas pobres e carentes vocês levam para conhecer esses locais? Nos seus cruzeiros marítimos há espaço para o Sr. José e a Dona Maria, casal simples que não tem condições de fazer o que vocês fazem, mas sonham um dia em fazer?
Pelo amor de Deus não apaguem esse sonho, há oito anos despertamos de um pesadelo e quando começamos a pegar no sono e a sonhar vocês querem nos despertar. “O sonho que se sonha só é somente um sonho. Mas quando sonhamos juntos pode se tornar uma realidade”.
Meu irmão, não se sinta acima do bem e do mal.
Por que nos chamou de covardes, bispos e padres? Por que nos chamou de bando de aproveitadores da Graça de Deus? Por que alguns acreditam nas propostas da Dilma?
A definição de bando segundo o Aurélio é a seguinte: 1- Grupo de pessoas ou animais, 2- As pessoas dum partido ou facção, 3- Quadrilha de malfeitores.
No vídeo que assisti o senhor falou com tanta ira, que não consegui perceber em qual dos três grupos o senhor colocou alguns dos nossos Bispos e padres que apóiam a Dilma.
Despeço-me em Cristo, esperando que o senhor que prega tanto sobre humildade, a tenha de fato, para se retratar com vários presbíteros e Bispos que o senhor feriu com suas palavras torpes.
Bocaiúva, 15 de outubro de 2010
* Pe. Antônio Brígido de Lima, nascido em Corinto - MG, filho de Antônio Gomes de Lima e Francisca Louredo Lima. Atual hoje na paróquia Senhor do Bonfim, e nela transmite seu testemunho que Deus é maior!
Paróquia Senhor do Bonfim de Bocaiúva- MG Tel: 38-3251-2546
http://www.brigidolima.blogspot.com/
EStou encaminhando em anexo, logo abaixo, uma carta que um grande amigo nosso, aqui da Comunidade Bom Pastor, e particularmente meu, porque nutro grande afeição e admiração, nos encaminhou. Trata-se da carta de um padre, denominado Brígido, o qual responde as acusações do Pe. da Canção Nova, denominado José Augusto. O seu raciocínio acerca do atual pleito eleitoral segue o nosso. Ele opta em discernir seu candidato a partir do lugar do empobrecido. É isso o que todo cristão deveria fazer.
Abraços,
Carlos Barbalho
"Ninguém é obrigado a seguir o pensamento do outro..."
Amigos! Amigas! Ruben Siqueira não cessa de socializar textos e reflexões que nos têm ajudado muito, na busca constante do exercício do discernimento, em tempos tão complexos.
Encaminho-lhes o texto que segue - uma carta aberta de um presbítero que trabalha e convive no meio dos pobres, manifestando sua justa indignação contra a atitude de arrogância manifesta por uma padre da Canção Nova.
É triste saber quão longe têm ido alguns segmentos católicos e evangélicos, especialmente nesta campanha, em defesa incondicional da candidatura Serra. O quê anda acontecendo?
De nossa parte, também, tem havido alguns excessos. Não raro, vemos que há quem vá com muita sede ao pote, sem o mínimo de distância crítica desejável em relação ao Estado e seus aparelhos.
Não está na hora de, passada essa campanha eleitoral, dedicar-nos a avaliar melhor o que o Espírito tem a nos dizer, a todos e a cada uma, cada um de nós, sobre nossa vocação geral de batizados, em sua tríplice dimensão, e quanto ao exercício da mesma, de acordo com a especificidade de cada vocação?
Permitam-me um pitaco fraterno (principalmente para quem topar trabalhar em grupo/comunidade): nesse propósito, muito nos tem a ajudar a reflexão acumulada por teólogos como José Comblin, notadamente quanto aos seus estudos sobre a ação do Espírito Santo no mundo, tais como: "O Espírito no Mundo", "O Tempo da Ação", "A Força da Palavra", "O Espírito e Libertação", "Vocação para a Liberdade", "O Povo de Deus", "A Vida em busca da Liberdade, "A Profecia na Igreja"...
Fraternalmente,
Alder
* Pe. Brígido
Ao Revmº Srº. Pe. José Augusto
Pe. José Augusto, o senhor cometeu uma falta com a ética e com a Igreja. Somos orientados pela Igreja a não usar o Altar para fazer política e assim estamos nos procedendo, muitos que estão apoiando a Dilma.
Ninguém é obrigado a seguir o pensamento do outro, e não podemos impor o nosso pensamento. O senhor pode ter as suas idéias e concordo que as tenha, pois antes de ser Presbítero, o senhor é um cidadão, mas usar uma estrutura que é sustentada pelo povo para denegrir de forma caluniosa uma pessoa, não é correto. Vocês padres da Canção Nova muitas vezes se julgam acima de todos os padres do Brasil, se sentem superiores, são santos.
Pergunto:
Qual o contato que vocês têm com o povão? Os pobres mesmo.Nenhum, porque vocês não vão ao encontro deles, é o contrario, o povo é que vai ao encontro de vocês.
Faço um convite para vocês, venham passar um mês aqui conosco, visitando nossas comunidades carentes, andando de carro 90 km ou mais para chegar em algumas comunidades, não é asfalto. É chão mesmo, comer poeira. Os senhores não têm alergia? Aqui nós não utilizamos ainda avião para irmos visitar as nossas comunidades. Os senhores fazem viagem longa de carro?
Andando pelas comunidades nós percebemos o antes e o agora. O que era no tempo do FHC e o que é hoje, e para onde podemos caminhar.
Até poucos dias admirava o trabalho de vocês, mas fiquei decepcionado, quando fui chamado de covarde, de bando de aproveitadores da graça de Deus. Faço parte dos 18 mil padres do Brasil, garanto para o senhor não sou, nem serei covarde. Tenho 9 anos de Presbítero, 35 anos de idade, e tenho trabalhado para dar continuidade na obra de Cristo que é sua Igreja.
Conheço vários Presbíteros que também não são covardes, padres com 60, 70, 80 anos, muitos com mais de 40 anos de ministério que doaram e continuam a doar suas vidas pela Igreja. O fato de apoiar a candidata Dilma não nos torna covardes. Padres que para Evangelizar tiveram que andar em lombos de burros, comendo poeira por essas estradas afora.
O senhor já andou em lombo de burro? Esqueci, o transporte de vocês quase sempre é aéreo.
Fiquei triste porque, mais uma vez, vocês estão se colocando ao lado dos poderosos, dos sangues sugas que sempre tiraram dos pobres os seus direitos:
Direito a uma boa educação - há tempos, somente os de classe média entravam na faculdade, hoje temos vários jovens de classe baixa se formando;
Direito a um carro;
Direito a ter luz elétrica em casa;
Direito a ter uma alimentação adequada, não é somente arroz e feijão;
Direito a ter um meio de transporte bom, inclusive padre, andar de avião que era coisa de rico;
Direito a ter férias decentes, ir para uma praia, viajar para conhecer outras realidades, outros países;
Direito a ser gente!
Talvez seja pecado para vocês padres da Canção Nova, os pobres terem direito a isso tudo, somente vocês e eles (sangues sugas) poderão participar dessas benesses.
Nós não podemos esquecer que vocês não fazem lazer nem turismo pelo Brasil, vão sempre a Europa e Terra Santa. Quantas pessoas pobres e carentes vocês levam para conhecer esses locais? Nos seus cruzeiros marítimos há espaço para o Sr. José e a Dona Maria, casal simples que não tem condições de fazer o que vocês fazem, mas sonham um dia em fazer?
Pelo amor de Deus não apaguem esse sonho, há oito anos despertamos de um pesadelo e quando começamos a pegar no sono e a sonhar vocês querem nos despertar. “O sonho que se sonha só é somente um sonho. Mas quando sonhamos juntos pode se tornar uma realidade”.
Meu irmão, não se sinta acima do bem e do mal.
Por que nos chamou de covardes, bispos e padres? Por que nos chamou de bando de aproveitadores da Graça de Deus? Por que alguns acreditam nas propostas da Dilma?
A definição de bando segundo o Aurélio é a seguinte: 1- Grupo de pessoas ou animais, 2- As pessoas dum partido ou facção, 3- Quadrilha de malfeitores.
No vídeo que assisti o senhor falou com tanta ira, que não consegui perceber em qual dos três grupos o senhor colocou alguns dos nossos Bispos e padres que apóiam a Dilma.
Despeço-me em Cristo, esperando que o senhor que prega tanto sobre humildade, a tenha de fato, para se retratar com vários presbíteros e Bispos que o senhor feriu com suas palavras torpes.
Bocaiúva, 15 de outubro de 2010
* Pe. Antônio Brígido de Lima, nascido em Corinto - MG, filho de Antônio Gomes de Lima e Francisca Louredo Lima. Atual hoje na paróquia Senhor do Bonfim, e nela transmite seu testemunho que Deus é maior!
Paróquia Senhor do Bonfim de Bocaiúva- MG Tel: 38-3251-2546
http://www.brigidolima.blogspot.com/
A Mística da Morte
Durante muito tempo tivemos a impressão de que a morte era uma etapa distante da vida e sem solução aparente. Essas idéias ocorriam porque todas as religiões falavam da morte como uma “coisa bela”, cheia de esperança e quase feliz. Mas vemos pessoas chorando e até entrando em estado de alucinação pela perda de um ente querido. Por isso, resolvemos investigar a fundo a realidade da morte e alguns personagens históricos e descobrimos que a morte tem seu lado místico.
A história recente registra um grande número de artistas, músicos, pensadores, figuras do meio eclesiástico, homens e mulheres anônimos que enfrentaram a morte de maneira inusitada. Para quem morre fica o legado da sua obra, perguntas sem resposta e uma certeza: diante da morte todos somos iguais o problema é como a ela encaramos.
Temos no nordeste a figura mítica de Pe. Cícero e Luiz Gonzaga: este último deixou um legado inesquecível na música e na nossa cultura. Quem esquece a Triste Partida, A Prece a Nossa Senhora, O louvor ao Papa João, reconhecendo o valor histórico de João XXIII? E o cantor Tim Maia, figura polêmica que recebe no dia de finados milhares de visitas no seu túmulo. Impossível não pensar no lado místico da morte ao ouvir: “ah se o mundo inteiro me pudesse ouvir tenho muito prá contar dizer que aprendi. Que na vida à gente tem que entender que uns nasce prá sofrer enquanto outro ri”. E como esquecer Vinícius de Moraes com seu lado poético e boêmio. Numa das viagens de volta da Unicap, descobrimos numa leitura que até sobre a morte o músico pensou, deixando-a envolto num misto de desencanto, inquietude e irreverência: “Ela virá me abrir à porta como uma velha amante sem saber quem é minha mais nova namorada”. O que dizer sobre a figura de Renato Russo, seus poemas e músicas que marcaram gerações. Quando ouvimos o artista até parece que ele está em nossa frente declamando, curtindo conosco, interpelando-nos ou mesmo nos fazendo crer que a vida termina logo ali, ali, ali aonde? Ali, sem endereço, sem conclusão, sem caminho e talvez só com chegada. E o que dizer de Irmã Dorothy Stang, filha das irmãs de Notre-Dame, a incansável defensora dos pobres? Como foi assinada? O que significou sua morte? O que comentar no dia de finados, ao pensar sobre a morte e lembrarmos-nos de D. Távora e D. Hélder. O primeiro completaria cem anos de vida em 2010 – caso estivesse vivo – com uma passagem nesse mundo permeada de lutas, encantos, alegrias e deixando muita saudade. E o segundo: quem esquece a figura de estatura baixa e voz imponente? Desafiou as estruturas sociais e religiosas do seu tempo impondo ao Brasil e ao mundo a certeza de que vale a pena lutar pelos humildes, defender os fracos, sonhar com mudanças que ajudem o ser humano a ser mais solidário. Será que a morte calou sua voz profética? Achamos que não. É constante o desafio do ser humano perante essa realidade da sua existência. Mas insistimos que a morte tem seu lado místico.
E para as religiões o que é a morte? Sem dúvida temos tantas filosofias e doutrinas que se arriscam desde a antiguidade a pensar e dizer algo sobre ela. Na verdade, cada grupo religioso aponta uma solução imediata para a morte, diante da angústia que invade o ser humano. Só que muitas vezes não convence. Há muitos que falam em passagem, viagem e descanso eterno. Porque a questão em foco está naquilo que enxergam: consolar seus adeptos que perdem pessoas queridas. Ao passo que a mística da morte indica outra reflexão. As religiões devem preocupar-se em ajudar seus seguidores a viverem e serem melhores. Mais tolerantes, amáveis, compassivos – como sempre preconiza o budista tibetano Dalai-Lama – car idosos e cheios de ternura. Tudo isso porque a morte não está lá, não está além, nem amanhã e nem no futuro. Nós convivemos todos os dias com a vida e a morte. “Se é só para esta vida que pusemos a nossa esperança em Cristo, somos, dentre todos os homens, os mais dignos de compaixão. Mas, na realidade, Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram” (1Cor 15, 19-20). Somos seres desejantes e queremos sempre mais: queremos sonhar mais, viver mais tempo, alcançar nossos objetivos e superar nossos limites. Nessa condição está o lado místico da morte. Só ela pode nos fazer enxergar nossa finitude e também nos impulsionar para existir com mais alegria, com mais entusiasmo e sempre descortinando as barreiras do impossível. Para o ser humano o impossível não existe. O que prevalece é sua vo ntade de ser feliz e eterno. E é justamente a morte que se coloca – não como conceito ou resposta religiosa obsoleta – no caminho da sua realização definitiva. Por isso ela possui seu lado místico. Só pela mística enxergamos o morto vivo. O feio passa a ser bonito. O diabo vira santo. O pecador torna-se virtuoso. A magia vira encanto e a decepção acalanto. Só o lado místico da morte consegue ser bálsamo dos angustiados.
No dia de finados todos temos que postular alguma coisa e defender nossas crenças. Até os sem religião precisa fazê-lo. É inerente a nossa condição buscarmos resposta para nossas inquietudes. Desejamos encontrar na existência de alguém ou no além, alguma palavra ou gesto que abata nossa dor quase invisível. Preferimos chamar para o hoje da vida, aquele que a morte tentou vencer e acabou sendo vencida: JESUS CRISTO. Porque trazê-lo à tona? Ele encarna a experiência vital de milhares de homens e mulheres que sendo cristãos não se conformam com a morte agora e crêem na plenitude da vida. “Não se perturbe o vosso coração! Credes em Deus, crede em também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não f osse assim, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós” (João 14, 1-2). É mais do que um texto histórico que se celebra nas igrejas cristãs pelo mundo inteiro. Trata-se de um itinerário a ser perseguido. Jesus encerra Nele a vontade humana de eternidade. Jesus se coloca como o caminho que desvenda o sentido da morte. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (João 14, 6). Enfrentemos essa condição indescritível da condição humana e creiamos na possibilidade de vencer nossas tragédias repetindo a máxima repetida pelos antigos antes de dormir: “Que o Senhor nos conceda uma noite santa e uma morte feliz”. Amém, Axé, Aleluia!
Pe. José Soares de Jesus Mestrando em Ciência das Religiões
UNICAP (PE)
A história recente registra um grande número de artistas, músicos, pensadores, figuras do meio eclesiástico, homens e mulheres anônimos que enfrentaram a morte de maneira inusitada. Para quem morre fica o legado da sua obra, perguntas sem resposta e uma certeza: diante da morte todos somos iguais o problema é como a ela encaramos.
Temos no nordeste a figura mítica de Pe. Cícero e Luiz Gonzaga: este último deixou um legado inesquecível na música e na nossa cultura. Quem esquece a Triste Partida, A Prece a Nossa Senhora, O louvor ao Papa João, reconhecendo o valor histórico de João XXIII? E o cantor Tim Maia, figura polêmica que recebe no dia de finados milhares de visitas no seu túmulo. Impossível não pensar no lado místico da morte ao ouvir: “ah se o mundo inteiro me pudesse ouvir tenho muito prá contar dizer que aprendi. Que na vida à gente tem que entender que uns nasce prá sofrer enquanto outro ri”. E como esquecer Vinícius de Moraes com seu lado poético e boêmio. Numa das viagens de volta da Unicap, descobrimos numa leitura que até sobre a morte o músico pensou, deixando-a envolto num misto de desencanto, inquietude e irreverência: “Ela virá me abrir à porta como uma velha amante sem saber quem é minha mais nova namorada”. O que dizer sobre a figura de Renato Russo, seus poemas e músicas que marcaram gerações. Quando ouvimos o artista até parece que ele está em nossa frente declamando, curtindo conosco, interpelando-nos ou mesmo nos fazendo crer que a vida termina logo ali, ali, ali aonde? Ali, sem endereço, sem conclusão, sem caminho e talvez só com chegada. E o que dizer de Irmã Dorothy Stang, filha das irmãs de Notre-Dame, a incansável defensora dos pobres? Como foi assinada? O que significou sua morte? O que comentar no dia de finados, ao pensar sobre a morte e lembrarmos-nos de D. Távora e D. Hélder. O primeiro completaria cem anos de vida em 2010 – caso estivesse vivo – com uma passagem nesse mundo permeada de lutas, encantos, alegrias e deixando muita saudade. E o segundo: quem esquece a figura de estatura baixa e voz imponente? Desafiou as estruturas sociais e religiosas do seu tempo impondo ao Brasil e ao mundo a certeza de que vale a pena lutar pelos humildes, defender os fracos, sonhar com mudanças que ajudem o ser humano a ser mais solidário. Será que a morte calou sua voz profética? Achamos que não. É constante o desafio do ser humano perante essa realidade da sua existência. Mas insistimos que a morte tem seu lado místico.
E para as religiões o que é a morte? Sem dúvida temos tantas filosofias e doutrinas que se arriscam desde a antiguidade a pensar e dizer algo sobre ela. Na verdade, cada grupo religioso aponta uma solução imediata para a morte, diante da angústia que invade o ser humano. Só que muitas vezes não convence. Há muitos que falam em passagem, viagem e descanso eterno. Porque a questão em foco está naquilo que enxergam: consolar seus adeptos que perdem pessoas queridas. Ao passo que a mística da morte indica outra reflexão. As religiões devem preocupar-se em ajudar seus seguidores a viverem e serem melhores. Mais tolerantes, amáveis, compassivos – como sempre preconiza o budista tibetano Dalai-Lama – car idosos e cheios de ternura. Tudo isso porque a morte não está lá, não está além, nem amanhã e nem no futuro. Nós convivemos todos os dias com a vida e a morte. “Se é só para esta vida que pusemos a nossa esperança em Cristo, somos, dentre todos os homens, os mais dignos de compaixão. Mas, na realidade, Cristo ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram” (1Cor 15, 19-20). Somos seres desejantes e queremos sempre mais: queremos sonhar mais, viver mais tempo, alcançar nossos objetivos e superar nossos limites. Nessa condição está o lado místico da morte. Só ela pode nos fazer enxergar nossa finitude e também nos impulsionar para existir com mais alegria, com mais entusiasmo e sempre descortinando as barreiras do impossível. Para o ser humano o impossível não existe. O que prevalece é sua vo ntade de ser feliz e eterno. E é justamente a morte que se coloca – não como conceito ou resposta religiosa obsoleta – no caminho da sua realização definitiva. Por isso ela possui seu lado místico. Só pela mística enxergamos o morto vivo. O feio passa a ser bonito. O diabo vira santo. O pecador torna-se virtuoso. A magia vira encanto e a decepção acalanto. Só o lado místico da morte consegue ser bálsamo dos angustiados.
No dia de finados todos temos que postular alguma coisa e defender nossas crenças. Até os sem religião precisa fazê-lo. É inerente a nossa condição buscarmos resposta para nossas inquietudes. Desejamos encontrar na existência de alguém ou no além, alguma palavra ou gesto que abata nossa dor quase invisível. Preferimos chamar para o hoje da vida, aquele que a morte tentou vencer e acabou sendo vencida: JESUS CRISTO. Porque trazê-lo à tona? Ele encarna a experiência vital de milhares de homens e mulheres que sendo cristãos não se conformam com a morte agora e crêem na plenitude da vida. “Não se perturbe o vosso coração! Credes em Deus, crede em também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não f osse assim, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós” (João 14, 1-2). É mais do que um texto histórico que se celebra nas igrejas cristãs pelo mundo inteiro. Trata-se de um itinerário a ser perseguido. Jesus encerra Nele a vontade humana de eternidade. Jesus se coloca como o caminho que desvenda o sentido da morte. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim” (João 14, 6). Enfrentemos essa condição indescritível da condição humana e creiamos na possibilidade de vencer nossas tragédias repetindo a máxima repetida pelos antigos antes de dormir: “Que o Senhor nos conceda uma noite santa e uma morte feliz”. Amém, Axé, Aleluia!
Pe. José Soares de Jesus Mestrando em Ciência das Religiões
UNICAP (PE)
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Tiririca e as outras caras do Brasil
Zezito de Oliveira · Aracaju, SE
Por que Tiririca (1) incomoda tanta gente? Será que por trás do seu rosto de nordestino, “pobre” e palhaço, de suas falas na televisão como candidato, e nos programas de que participa, ele não escancara uma série histórica de símbolos e imagens que queremos manter distantes, talvez por estarem entranhados dentro de nós mesmos?
Será que Contardo Calligaris, Maria Rita Kehl ou um outro psicanalista, antropólogo, jornalista ou especialista em semiótica, já escreveu algo a esse respeito?
Por que nos sentimos no direito de reclamar da eleição do Tiririca se participamos tão pouco da vida pública, seja através dos instrumentos mais tradicionais como sindicatos e partidos políticos ou de instrumentos mais contemporâneos - movimentos sociais, ONGs, fóruns, coletivos, redes e etc.
Se tivéssemos maior participação nessas instituições e/ou movimentos não teríamos mais candidatos eleitos comprometidos com as grandes causas da educação, da cultura, do desenvolvimento sustentável e da comunicação democrática, que motivam muitos de nós.
Leia mais em:
http://www.overmundo.com.br/banco/tiririca-e-as-outras-caras-do-brasil
Por que Tiririca (1) incomoda tanta gente? Será que por trás do seu rosto de nordestino, “pobre” e palhaço, de suas falas na televisão como candidato, e nos programas de que participa, ele não escancara uma série histórica de símbolos e imagens que queremos manter distantes, talvez por estarem entranhados dentro de nós mesmos?
Será que Contardo Calligaris, Maria Rita Kehl ou um outro psicanalista, antropólogo, jornalista ou especialista em semiótica, já escreveu algo a esse respeito?
Por que nos sentimos no direito de reclamar da eleição do Tiririca se participamos tão pouco da vida pública, seja através dos instrumentos mais tradicionais como sindicatos e partidos políticos ou de instrumentos mais contemporâneos - movimentos sociais, ONGs, fóruns, coletivos, redes e etc.
Se tivéssemos maior participação nessas instituições e/ou movimentos não teríamos mais candidatos eleitos comprometidos com as grandes causas da educação, da cultura, do desenvolvimento sustentável e da comunicação democrática, que motivam muitos de nós.
Leia mais em:
http://www.overmundo.com.br/banco/tiririca-e-as-outras-caras-do-brasil
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Os Filhos da Paixão
Pedro Tierra: Os Filhos da Paixão
No ato de artistas e intelectuais realizado no Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro, antes da fala da candidata Dilma Rousseff, foi lido o poema "Os filhos da paixão", de Pedro Tierra, sob silêncio absoluto. Um de seus trechos diz: “Queremos um país onde não se matem as crianças/ que escaparam do frio, da fome, da cola de sapateiro./ Onde os filhos da margem tenham direito à terra,/ ao trabalho, ao pão, ao canto, à dança,/ às histórias que povoam nossa imaginação, às raízes da nossa alegria”. Leia o poema na íntegra.
Redação
Publicamos a seguir o texto do poema "Os Filhos da Paixão", de Pedro Tierra, recitado ontem à noite, no ato do Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro, em apoio à candidatura de Dilma Rousseff:
OS FILHOS DA PAIXÃO
Nascemos num campo de futebol.
Haverá berço melhor para dar à luz uma estrela?
Aprendemos que os donos do país só nos ouviam
quando cessava o rumor da última máquina...
quando cantava o arame cortado da última cerca.
Carregamos no peito, cada um, batalhas incontáveis.
Somos a perigosa memória das lutas.
Projetamos a perigosa imagem do sonho.
Nada causa mais horror à ordem
do que homens e mulheres que sonham.
Nós sonhamos. E organizamos o sonho.
Nascemos negros, nordestinos, nisseis, índios,
mulheres, mulatas, meninas de todas as cores,
filhos, netos de italianos, alemães, árabes, judeus,
portugueses, espanhóis, poloneses, tantos...
Nascemos assim, desiguais, como todos os sonhos humanos.
Fomos batizados na pia, na água dos rios, nos terreiros.
Fomos, ao nascer, condenados a amar a diferença.
A amar os diferentes.
Viemos da margem.
Somos a anti-sinfonia
que estorna da estreita pauta da melodia.
Não cabemos dentro da moldura...
Somos dilacerados como todos os filhos da paixão.
Briguentos. Desaforados. Unidos. Livres:
como meninos de rua.
Quando o inimigo não fustiga
inventamos nossas próprias guerras.
Desenvolvemos um talento prodigioso para elas.
Com nossas mãos, sonhos, desavenças compomos um rosto de peão,
uma voz rouca de peão,
o desassombro dos peões para oferecer ao país,
para disputar o país.
Por sua boca dissemos na fábrica, nas praças, nos estádios
que este país não tem mais donos.
Em 84 viramos multidão, inundamos as ruas,
somamos nosso grito ao grito de todos,
depois gritamos sozinhos
e choramos a derrota sob nossas bandeiras.
88. Como aprender a governar,
a desenhar em cada passo, em cada gesto,
a cada dia a vida nova que nossa boca anunciou?
89. Encarnamos a tempestade.
Assombrados pela vertigem dos ventos que desatamos.
Venceu a solidez da mentira, do preconceito.
Três anos depois, pintamos a cara como tantos
e fomos pra rua com nossos filhos
inventar o arco-íris e a indignação.
Desta vez a fortaleza ruiu diante dos nossos olhos.
E só havia ratos depois dos muros.
A fortaleza agora está vazia
ou povoada de fantasmas.
O caminho que conduz a ela passa por muitos lugares.
Caravanas: pelas estradas empoeiradas,
pela esperança empoeirada do povo,
pelos mandacarus e juazeiros,
pelos seringais, pelas águas da Amazônia,
pelos parreirais e pelos pampas, pelos cerrados e pelos babaçuais,
mas sobretudo pela invencível alegria
que o rosto castigado da gente demonstra à sua passagem.
A revolução que acalentamos na juventude faltou.
A vida não. A vida não falta.
E não há nada mais revolucionário que a vida.
Fixa suas próprias regras.
Marca a hora e se põe de nós, incontornável.
Os filhos da margem têm os olhos postos sobre nós.
Eles sabem, nós sabemos que a vida não nos concederá outra oportunidade.
Hoje, temos uma cara. Uma voz. Bandeiras.
Temos sonhos organizados.
Queremos um país onde não se matem crianças
que escaparam do frio, da fome, da cola de sapateiro.
Onde os filhos da margem tenham direito à terra,
ao trabalho, ao pão, ao canto, à dança,
às histórias que povoam nossa imaginação,
às raízes da nossa alegria.
Aprendemos que a construção do Brasil
não será obra apenas de nossas mãos.
Nosso retrato futuro resultará
da desencontrada multiplicação
dos sonhos que desatamos.
Pedro Tierra
1994
No ato de artistas e intelectuais realizado no Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro, antes da fala da candidata Dilma Rousseff, foi lido o poema "Os filhos da paixão", de Pedro Tierra, sob silêncio absoluto. Um de seus trechos diz: “Queremos um país onde não se matem as crianças/ que escaparam do frio, da fome, da cola de sapateiro./ Onde os filhos da margem tenham direito à terra,/ ao trabalho, ao pão, ao canto, à dança,/ às histórias que povoam nossa imaginação, às raízes da nossa alegria”. Leia o poema na íntegra.
Redação
Publicamos a seguir o texto do poema "Os Filhos da Paixão", de Pedro Tierra, recitado ontem à noite, no ato do Teatro Casa Grande, no Rio de Janeiro, em apoio à candidatura de Dilma Rousseff:
OS FILHOS DA PAIXÃO
Nascemos num campo de futebol.
Haverá berço melhor para dar à luz uma estrela?
Aprendemos que os donos do país só nos ouviam
quando cessava o rumor da última máquina...
quando cantava o arame cortado da última cerca.
Carregamos no peito, cada um, batalhas incontáveis.
Somos a perigosa memória das lutas.
Projetamos a perigosa imagem do sonho.
Nada causa mais horror à ordem
do que homens e mulheres que sonham.
Nós sonhamos. E organizamos o sonho.
Nascemos negros, nordestinos, nisseis, índios,
mulheres, mulatas, meninas de todas as cores,
filhos, netos de italianos, alemães, árabes, judeus,
portugueses, espanhóis, poloneses, tantos...
Nascemos assim, desiguais, como todos os sonhos humanos.
Fomos batizados na pia, na água dos rios, nos terreiros.
Fomos, ao nascer, condenados a amar a diferença.
A amar os diferentes.
Viemos da margem.
Somos a anti-sinfonia
que estorna da estreita pauta da melodia.
Não cabemos dentro da moldura...
Somos dilacerados como todos os filhos da paixão.
Briguentos. Desaforados. Unidos. Livres:
como meninos de rua.
Quando o inimigo não fustiga
inventamos nossas próprias guerras.
Desenvolvemos um talento prodigioso para elas.
Com nossas mãos, sonhos, desavenças compomos um rosto de peão,
uma voz rouca de peão,
o desassombro dos peões para oferecer ao país,
para disputar o país.
Por sua boca dissemos na fábrica, nas praças, nos estádios
que este país não tem mais donos.
Em 84 viramos multidão, inundamos as ruas,
somamos nosso grito ao grito de todos,
depois gritamos sozinhos
e choramos a derrota sob nossas bandeiras.
88. Como aprender a governar,
a desenhar em cada passo, em cada gesto,
a cada dia a vida nova que nossa boca anunciou?
89. Encarnamos a tempestade.
Assombrados pela vertigem dos ventos que desatamos.
Venceu a solidez da mentira, do preconceito.
Três anos depois, pintamos a cara como tantos
e fomos pra rua com nossos filhos
inventar o arco-íris e a indignação.
Desta vez a fortaleza ruiu diante dos nossos olhos.
E só havia ratos depois dos muros.
A fortaleza agora está vazia
ou povoada de fantasmas.
O caminho que conduz a ela passa por muitos lugares.
Caravanas: pelas estradas empoeiradas,
pela esperança empoeirada do povo,
pelos mandacarus e juazeiros,
pelos seringais, pelas águas da Amazônia,
pelos parreirais e pelos pampas, pelos cerrados e pelos babaçuais,
mas sobretudo pela invencível alegria
que o rosto castigado da gente demonstra à sua passagem.
A revolução que acalentamos na juventude faltou.
A vida não. A vida não falta.
E não há nada mais revolucionário que a vida.
Fixa suas próprias regras.
Marca a hora e se põe de nós, incontornável.
Os filhos da margem têm os olhos postos sobre nós.
Eles sabem, nós sabemos que a vida não nos concederá outra oportunidade.
Hoje, temos uma cara. Uma voz. Bandeiras.
Temos sonhos organizados.
Queremos um país onde não se matem crianças
que escaparam do frio, da fome, da cola de sapateiro.
Onde os filhos da margem tenham direito à terra,
ao trabalho, ao pão, ao canto, à dança,
às histórias que povoam nossa imaginação,
às raízes da nossa alegria.
Aprendemos que a construção do Brasil
não será obra apenas de nossas mãos.
Nosso retrato futuro resultará
da desencontrada multiplicação
dos sonhos que desatamos.
Pedro Tierra
1994
Tasso tenta agredir padre que denunciou uso da fé (blog Tijolaço - Brizola Neto)
Tasso tenta agredir padre que denunciou uso da fé (blog Tijolaço - Brizola Neto)
José Serra, o candidato que não faz propaganda em comício, faz propaganda “com a missa” foi colocado numa saia justa hoje.
Ele quis se aproveitar dos festejos em homenagem a São Francisco no município de Canindé, no sertão do Ceará e lá desembarcou com Tasso Jereissati, o “coronel-senador” abatido nas urnas pelo povo cearense.
Não contava, porém, com que o padre que oficiou a missa não estivesse na turma dos fariseus.
Segundo o relato do repórter Ítalo Coriolano , do jornal O Povo , “o padre Francisco, que celebrava a cerimônia, começou a se queixar. Disse que quem estava lá para causar tumulto se retirasse, porque o povo lá estava para ouvir São Francisco, e não políticos.
Serra e Tasso estavam na plateia, em local de destaque.
Já no fim da missa, o padre mostrou panfleto de Serra com críticas a Dilma em temas relativos a religiosidade. E disse que ninguém podia falar em nome da Igreja e que aquela não era a posição da Igreja.
Tasso, que estava na frente, não se conteve e partiu para cima do padre, chamando-o de petista. Foi contido por assessora e por sua esposa.”
Os panfletos a que se referiu o padre estão sendo impressos aos milhões É vergonhoso o que estão fazendo com a devoção e a fé das pessoas. As igrejas, católicas ou protestantes, estão sendo vilipendiadas por gente farisaica, que quer usar sordidamente os templos como comitês eleitorais.
José Serra, o candidato que não faz propaganda em comício, faz propaganda “com a missa” foi colocado numa saia justa hoje.
Ele quis se aproveitar dos festejos em homenagem a São Francisco no município de Canindé, no sertão do Ceará e lá desembarcou com Tasso Jereissati, o “coronel-senador” abatido nas urnas pelo povo cearense.
Não contava, porém, com que o padre que oficiou a missa não estivesse na turma dos fariseus.
Segundo o relato do repórter Ítalo Coriolano , do jornal O Povo , “o padre Francisco, que celebrava a cerimônia, começou a se queixar. Disse que quem estava lá para causar tumulto se retirasse, porque o povo lá estava para ouvir São Francisco, e não políticos.
Serra e Tasso estavam na plateia, em local de destaque.
Já no fim da missa, o padre mostrou panfleto de Serra com críticas a Dilma em temas relativos a religiosidade. E disse que ninguém podia falar em nome da Igreja e que aquela não era a posição da Igreja.
Tasso, que estava na frente, não se conteve e partiu para cima do padre, chamando-o de petista. Foi contido por assessora e por sua esposa.”
Os panfletos a que se referiu o padre estão sendo impressos aos milhões É vergonhoso o que estão fazendo com a devoção e a fé das pessoas. As igrejas, católicas ou protestantes, estão sendo vilipendiadas por gente farisaica, que quer usar sordidamente os templos como comitês eleitorais.
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Artistas e intelectuais repetem um palanque como o de 1989
É provável que um palco tão amplo e representativo do mundo da cultura no Brasil só tenha paralelo com a rede de apoiadores da campanha Lula de 1989. Quase duas mil pessoas lotaram platéia, corredores, mezaninos, hall de entrada e a calçada da casa de espetáculos, enquanto uma chuva intermitente desabava sobre a cidade. No palco, entre outros, estavam Oscar Niemeyer, Chico Buarque, Rosemary, Alcione, Ziraldo, Fernando Morais, Elba Ramalho, Renato Borgehetti, Yamandu Costa, Hugo Carvana, Leci Brandão, Alceu Valença, Paulo Betti, Marco Aurélio Garcia, Chico César, João Pedro Stédile, Antonio Grassi, Sergio Mamberti e muitos outros. O artigo é de Gilberto Maringoni.
Gilberto Maringoni
Chico Buarque avisou que não falaria. Brincava: viera como papagaio de pirata ao ato de apoio de artistas e intelectuais à candidatura de Dilma Rousseff, no teatro Casa Grande, Rio de Janeiro, na noite de segunda (18). Mas acabou caindo em uma provocação de Leonardo Boff e fez um brevíssimo discurso, que já está em todos os sáites, blogues e tuíteres pela rede:
“Venho aqui reiterar meu apoio entusiasmado à campanha da Dilma, essa mulher de fibra, que já passou por tudo, não tem medo de nada. Vai herdar o senso de justiça social, um marco do governo Lula, um governo que não corteja os poderosos de sempre, não despreza os sem-terra, os professores e os garis”.
Emendou com um parágrafo: “A forma de Lula governar é diferente. O Brasil que queremos não fala fino com Washington e nem grosso com Bolívia e Paraguai. Por isso, é ouvido e respeitado no mundo todo”.
E brincou: “Nunca antes na História desse país houve algo assim".
Aplausos, risos e charangas.
“É Dilma, é Dilma sim/ porque eu não penso só em mim!”
FINAL DE CAMPEONATO
O clima era de final de campeonato, com bandeiras e agitação, como há muito as campanhas não exibiam.
É provável que um palco tão amplo e representativo do mundo da cultura no Brasil só tenha paralelo com a rede de apoiadores da campanha Lula de 1989. Quase duas mil pessoas lotaram platéia, corredores, mezaninos, hall de entrada e a calçada da casa de espetáculos, enquanto uma chuva intermitente desabava sobre a cidade. No palco, entre outros, estavam Oscar Niemeyer, Chico Buarque, Rosemary, Alcione, Ziraldo, Fernando Morais, Elba Ramalho, Renato Borgehetti, Yamandu Costa, Hugo Carvana, Leci Brandão, Alceu Valença, Paulo Betti, Marco Aurélio Garcia, Chico César, João Pedro Stédile, Antonio Grassi, Sergio Mamberti e muitos outros.
O sociólogo Emir Sader, um dos organizadores, sintetizou: “Este é um ato daqueles que votaram e apoiaram diferentes candidatos no primeiro turno e que se reúnem para defender conquistas. O outro lado representa o caminho do obscurantismo”.
Para a professora de Filosofia Marilena Chauí, aquela era uma sagração da democracia. Do alto da tribuna, puxou da bolsa o panfleto da campanha José Serra, no qual estava escrito “Jesus é a verdade e a fé”. Sem titubear, emendou: “Este folheto é obsceno; obsceno religiosa e politicamente. Ele ataca o núcleo da democracia republicana, que é o Estado laico”. Em meio a aplausos, finalizou: “A minha geração viu um negro na presidência da África do Sul, um índio na presidência da Bolívia, um negro presidente dos Estados Unidos, um operário dirigindo o Brasil e verá uma mulher presidir o nosso país”.
MOTIVAÇÕES
Uma das grandes motivações do ato foi a ofensiva midiática fundamentalista que tomou conta da reta final da campanha eleitoral, aproveitando-se de erros e tropeços da candidatura Dilma. De uma disputa que aparentava ser um passeio para o governo, existe agora uma batalha voto a voto, que toma conta de setores de esquerda e mesmo daqueles que se desiludiram com a ação oficial e saíram em busca de uma terceira via no primeiro turno.
No Casa Grande, a convergência era o tom. Lia de Itamaracá levantou a platéia ao entoar “Essa ciranda quem me deu foi Lia, que mora na ilha de Itamaracá”. Não era um ato propriamente, era uma celebração.
Aproveitando o clima, Beth Carvalho parodiou o sucesso de Zeca Pagodinho, cantando: “Deixa a Dilma me levar/ Dilma leva eu, Dilma leva eu (...)/ Sou feliz e agradeço/ Por tudo o que você me fez”.
Leonardo Boff era talvez a expressão maior do caráter plural do ato. Apoiador de Marina Silva, ele optou por Dilma no segundo turno e pronunciou um emocionado discurso de 25 minutos. “Se com Lula, a esperança venceu o medo”, lembrou, “com Dilma, a verdade vai vencer a mentira”. Para Boff, esta eleição é mais do que o confronto entre dois candidatos, representa o confronto entre duas idéias de Brasil. “Se a oposição ganhar, teremos imensos retrocessos”. E com palavras duras, sintetizou o clima do país: “O que as classes dominantes não permitem é que um filho da pobreza, um peão como Lula, chegue à presidência. Gostariam que Lula ficasse na fábrica, produzindo para eles”.
Antes da fala de Dilma, foi lido o poema Os filhos da paixão, de Pedro Tierra, sob silêncio absoluto. Um de seus trechos diz:
“Queremos um país onde não se matem as crianças/ que escaparam do frio, da fome, da cola de sapateiro./ Onde os filhos da margem tenham direito à terra,/ ao trabalho, ao pão, ao canto, à dança,/ às histórias que povoam nossa imaginação, às raízes da nossa alegria”.
DILMA FALA
O cenário estava pronto. Anunciada como futura Presidente da República Federativa do Brasil, Dilma falou por 37 minutos. Para quem a viu nervosa e tensa no dia anterior, no debate da Rede TV!, ali estava outra pessoa. À vontade, com a palavra fluindo fácil, a candidata percorreu temas complexos, como política energética, relações internacionais, alocação de recursos, papel do Estado, educação, cultura, saúde e outros com desenvoltura.
Começou falando: “Vejo aqui um pedaço de minha vida. As músicas de minha juventude, os livros que li em vários tempos. Vejo aqui muitos que lutaram em décadas antigas”. Lembrou dos anos iniciais de sua militância, da prisão e das opções feitas. “Comecei a sonhar nos anos 1960. Era um sonho de um Brasil que tinha de mudar, um Brasil que tinha de ser diferente. Sonhamos revoluções e aprendemos a perder. Quem perde adquire uma imensa capacidade de resistir. Eu me formei na vida política perdendo. Tenho muito orgulho de minhas derrotas. Foram derrotas de uma vida correta”.
A certa altura, voltou-se para temas concretos. Lembrou mais uma vez que o governo FHC queria mudar o nome da Petrobras para Petrobrax. Esmiuçou os modelos de exploração da riqueza subterrânea. “O governo passado preferiu um modelo conhecido como concessão. Quem encontrasse o óleo, era seu dono. Manter o modelo anterior significa privatizar o pré-sal!”
Ao mencionar a importância do desenvolvimento, recuperou uma idéia cara aos economistas heterodoxos: “Nós mudamos alguns tabus. O principal deles é de que o país não poderia crescer distribuindo renda. Hoje isso parece óbvio, mas nunca foi óbvio. Por trás desse tabu está uma visão mercantil do Brasil. Uma visão que incorpora uma parte da população nos benefícios da modernidade e pouco se importa com a outra parte”. Para ela, esta é a distinção entre sua candidatura e a dos adversários. “Não podemos aplicar no Brasil teorias de outros países que nem mesmo eles aplicam em casa”.
Ao desenhar o futuro do Brasil, Dilma afirmou: “Nós seremos uma nação desenvolvida. Mas não queremos ser os Estados Unidos da América do Sul, onde uma grande parte da população negra está na cadeia e uma parte da população branca pobre mora em trailers e não tem acesso às condições fundamentais de sobrevivência digna. Por isso nós somos hoje respeitados no mundo. E vamos ser mais, pois ninguém respeita um país que deixa parte de seu povo na miséria”.
No fim do ato, a chuva havia parado. Apesar do entusiasmo, todos ali sabem de uma coisa: ainda há ainda muita campanha pela frente até 31 de outubro.
As diferenças entre religião e espiritualidade
A religião não é só uma, mas centenas.
A espiritualidade é uma.
A religião é para os adormecidos.
A espiritualidade é para os despertos.
A religião é para aqueles que necessitam
que alguém lhes diga o que
fazer, querem ser guiados.
Tem um conjunto de dogmas.
A espiritualidade é para os que ouvem a sua voz interior.
A espiritualidade convida a raciocinar tudo a questionar tudo.
A religião impões, ameaça e amedronta.
A espiritualidade dá paz interior.
A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade faz aprender com o erro.
A religião reprime e torna falso.
A espiritualidade descobre.
A religião não pergunta nem questiona.
A espiritualidade questiona tudo, pois sabe que tudo muda.
A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Cósmica. Não é dogmática, mas sensitiva, sem regras estabelecidas pelos falsos profetas.
A religião é causa de divisão.
A espiritualidade é causa de união.
A religião lhe busca para que creia.
A espiritualidade tem que ser
buscada por você.
A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade
busca o sagrado em todos os livros.
A religião se alimenta do medo.
A espiritualidade se alimenta da confiança.
A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz viver na consciência.
A religião se ocupa do fazer.
A espiritualidade se ocupa do Ser.
A religião alimenta o ego, pois uma se diz melhor que a outra.
A espiritualidade faz transcender o ego.
A religião faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade faz viver com seu próprio Deus
A religião é adoração.
A espiritualidade é meditação e doação.
A religião sonha com a glória e o paraíso.
A espiritualidade faz
vivê-los aqui e agora.
A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente.
A religião é prisão na memória.
A espiritualidade é liberdade na consciência.
A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade permite conscientizar-se dela.
A religião dá promessas para depois da morte.
A espiritualidade é
encontrar Deus em seu interior
e usufruir do bem que plantou
aqui, agora e depois...
ENQUANTO ISTO, EM SERGIPE....
Na Assembéia Legislativa de Sergipe o deputado Francisco Gualberto criticou a postura de alguns setores da igreja católica por fazerem comapanha difamatória contra a candidata Dilma. Aqui concordamos com ele argumentando o que segue.
Até que em fim, alguém de peso se pronuncia contra o fundamentalismo religioso que está pautando a eleição presidencial. A TFP e a Opus Dei estão conseguindo estabelecer os temas da campanha.
Ora, quem são estas instituições, senão seitas obscuras que sempre apoiaram o que há de mais atrasado no mundo.
Foi a TFP (Tradição Família e Propriedade) que fez a grande marcha de apoio ao golpe militar contra "o perigo comunista" e levou o Brasil a 21 anos de ditadura. Parte dela (TFP) é constiuída por gente violenta do mundo ruralista que se arma contra a reforma agrária e trafica pessoas para o trabalho escravos nos confins do país.
A Opus Dei (algo como Obra de Deus, em latim) é tão soturna e ultrapassada que seus fieis se autofragelam em nome da salvação. É exatamente esta gente que apoia o Serra e os seus partidos. É gente que só pode impor a dor e o sofrimento ao povo alegando ser este o seu destino.
São aberrações que usam sempre o nome santo de Jesus para impor aos pobres a obediência cega aos ricos e assim se perpetuar a miséria na vida do povo humilde.
Portanto, meus amigos, temos mesmo de identificar estas monstruosidades que estão hoje fazendo mea-culpa por ter no passado matado crianças nas cruzadas, torturado pessoas inocentes na inquisição, (para revelar pecados nunca cometidos) e ter contribuído com o extermínio dos povos nativos nos continentes colonizados pelos europeus.
Eles são muito cara-de-pau por confundirem a opinião pública usando o sofrimento e os riscos de morte das mulheres, que, por infelicidade estejam na eminência de fazerem aborto, (conforme o estabelecido em lei), com uma simples opinião.
Qualquer pessoa pode sim, dizer que é a favor do aborto, como está na lei brasileira, (Só nos casos de estupro e risco de morte para a mãe) sem medo de represália destas mentes obscuras. Não se pratica aborto por "moda", mas por desespero ou despreparo para a vida.
A república brasileira separou a igreja do Estado e agora estes segmentos estão querendo retomar o lugar indevido, onde nunca deveriam estar. Misturar política com religião dá no que está acontecendo no Paquistão e países onde os aiatolás e os talibãs impõem o terror como forma de governar. Chega; basta!
FORA a TFP; FORA a OPUS DEI.
Antônio da Cruz,
artista plástico e cenógrafo
Opiniões de Antônio da Cruz, visitar:
Cinformonline http://www.cinform.com.br/blog/antoniodacruz
http://blig.ig.com.br/antoniodacruzescultura/
A espiritualidade é uma.
A religião é para os adormecidos.
A espiritualidade é para os despertos.
A religião é para aqueles que necessitam
que alguém lhes diga o que
fazer, querem ser guiados.
Tem um conjunto de dogmas.
A espiritualidade é para os que ouvem a sua voz interior.
A espiritualidade convida a raciocinar tudo a questionar tudo.
A religião impões, ameaça e amedronta.
A espiritualidade dá paz interior.
A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade faz aprender com o erro.
A religião reprime e torna falso.
A espiritualidade descobre.
A religião não pergunta nem questiona.
A espiritualidade questiona tudo, pois sabe que tudo muda.
A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é Cósmica. Não é dogmática, mas sensitiva, sem regras estabelecidas pelos falsos profetas.
A religião é causa de divisão.
A espiritualidade é causa de união.
A religião lhe busca para que creia.
A espiritualidade tem que ser
buscada por você.
A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade
busca o sagrado em todos os livros.
A religião se alimenta do medo.
A espiritualidade se alimenta da confiança.
A religião faz viver no pensamento.
A espiritualidade faz viver na consciência.
A religião se ocupa do fazer.
A espiritualidade se ocupa do Ser.
A religião alimenta o ego, pois uma se diz melhor que a outra.
A espiritualidade faz transcender o ego.
A religião faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade faz viver com seu próprio Deus
A religião é adoração.
A espiritualidade é meditação e doação.
A religião sonha com a glória e o paraíso.
A espiritualidade faz
vivê-los aqui e agora.
A religião vive no passado e no futuro.
A espiritualidade vive no presente.
A religião é prisão na memória.
A espiritualidade é liberdade na consciência.
A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade permite conscientizar-se dela.
A religião dá promessas para depois da morte.
A espiritualidade é
encontrar Deus em seu interior
e usufruir do bem que plantou
aqui, agora e depois...
ENQUANTO ISTO, EM SERGIPE....
Na Assembéia Legislativa de Sergipe o deputado Francisco Gualberto criticou a postura de alguns setores da igreja católica por fazerem comapanha difamatória contra a candidata Dilma. Aqui concordamos com ele argumentando o que segue.
Até que em fim, alguém de peso se pronuncia contra o fundamentalismo religioso que está pautando a eleição presidencial. A TFP e a Opus Dei estão conseguindo estabelecer os temas da campanha.
Ora, quem são estas instituições, senão seitas obscuras que sempre apoiaram o que há de mais atrasado no mundo.
Foi a TFP (Tradição Família e Propriedade) que fez a grande marcha de apoio ao golpe militar contra "o perigo comunista" e levou o Brasil a 21 anos de ditadura. Parte dela (TFP) é constiuída por gente violenta do mundo ruralista que se arma contra a reforma agrária e trafica pessoas para o trabalho escravos nos confins do país.
A Opus Dei (algo como Obra de Deus, em latim) é tão soturna e ultrapassada que seus fieis se autofragelam em nome da salvação. É exatamente esta gente que apoia o Serra e os seus partidos. É gente que só pode impor a dor e o sofrimento ao povo alegando ser este o seu destino.
São aberrações que usam sempre o nome santo de Jesus para impor aos pobres a obediência cega aos ricos e assim se perpetuar a miséria na vida do povo humilde.
Portanto, meus amigos, temos mesmo de identificar estas monstruosidades que estão hoje fazendo mea-culpa por ter no passado matado crianças nas cruzadas, torturado pessoas inocentes na inquisição, (para revelar pecados nunca cometidos) e ter contribuído com o extermínio dos povos nativos nos continentes colonizados pelos europeus.
Eles são muito cara-de-pau por confundirem a opinião pública usando o sofrimento e os riscos de morte das mulheres, que, por infelicidade estejam na eminência de fazerem aborto, (conforme o estabelecido em lei), com uma simples opinião.
Qualquer pessoa pode sim, dizer que é a favor do aborto, como está na lei brasileira, (Só nos casos de estupro e risco de morte para a mãe) sem medo de represália destas mentes obscuras. Não se pratica aborto por "moda", mas por desespero ou despreparo para a vida.
A república brasileira separou a igreja do Estado e agora estes segmentos estão querendo retomar o lugar indevido, onde nunca deveriam estar. Misturar política com religião dá no que está acontecendo no Paquistão e países onde os aiatolás e os talibãs impõem o terror como forma de governar. Chega; basta!
FORA a TFP; FORA a OPUS DEI.
Antônio da Cruz,
artista plástico e cenógrafo
Opiniões de Antônio da Cruz, visitar:
Cinformonline http://www.cinform.com.br/blog/antoniodacruz
http://blig.ig.com.br/antoniodacruzescultura/
CORDEL DO VENTO ENCANTADO
Amigos/as
Um presente do Pe. Reginaldo Veloso para a campanha de Dilma. Lindo!! Como tudo o que ele escreve, faz e vive!!
CORDEL DO VENTO ENCANTADO
1
Ouvi um Vento Encantado
A soprar feito um Espírito,
Convocando todo o povo
Para um combate previsto...
Quem não ouve o seu chamado,
Pode ser crente ou beato,
Nunca entendeu JESUS CRISTO!
2
Faz oito anos, insisto,
Que esse Vento sopra forte,
Mostrando que o Caminho
A rumar de sul a norte
É do REINADO DA VIDA:
Chegou pra gente sofrida
O fim do reino da morte!
3
LULA, Estrela da sorte,
No horizonte avermelhou,
E o Vento inverteu os rumos,
E o pobre bafejou...
Finalmente, alguém da gente,
Operário consciente,
À Presidência chegou!
4
Oito anos, quem não notou
Que as coisas muito mudaram,
Que a miséria é redimida,
Empregos multiplicaram,
O Nordeste iluminou-se,
Pernambuco levantou-se
E os apagados brilharam?...
5
E assim, todos lucraram,
Quando melhorou pro pobre:
Dobrado o salário mínimo,
Muita frieza se cobre,
Muita fome se alimenta,
Muito fraco se sustenta,
Cresce um Ser Humano nobre!
6
Quem nunca viu já descobre
Que outro Mundo é possível
E agora chegou a hora
De acreditar no incrível:
Uma MULHER PRESIDENTE
Levando o Brasil pra gente,
Nada mais é impossível!
7
Uma só coisa é temível:
Desfazer o que foi feito,
Subir o SERRA DO MAL,
Onde o Bem não leva jeito,
Deixar perder-se o Progresso,
Preferir o retrocesso,
Negar do pobre o Direito!
8
Seguir o Vento é perfeito:
Vote em DILMA com firmeza
Pra ver o PAC avançar,
Trabalho e Pão na mesa,
Minha Casa, minha Vida,
Ver nossa gente excluída
Desfrutando da riqueza!
9
No rumo da correnteza
Do Progresso que eclodiu,
O País prestigiado,
Qual o Mundo nunca viu,
Com DILMA vamos em frente,
De mãos dadas toda a gente,
Viva o Povo do BRASIL!
Padre REGINALDO VELOSO,
Presbítero das Comunidades Eclesiais de Base - CEBs
Assistente Regional do Movimento de Trabalhadores Cristãos – MTC (ACO)
Assessor do Movimento de Adolescentes e Crianças – MAC
Assessor do Grupo de Animação Cultural – GAC
Um presente do Pe. Reginaldo Veloso para a campanha de Dilma. Lindo!! Como tudo o que ele escreve, faz e vive!!
CORDEL DO VENTO ENCANTADO
1
Ouvi um Vento Encantado
A soprar feito um Espírito,
Convocando todo o povo
Para um combate previsto...
Quem não ouve o seu chamado,
Pode ser crente ou beato,
Nunca entendeu JESUS CRISTO!
2
Faz oito anos, insisto,
Que esse Vento sopra forte,
Mostrando que o Caminho
A rumar de sul a norte
É do REINADO DA VIDA:
Chegou pra gente sofrida
O fim do reino da morte!
3
LULA, Estrela da sorte,
No horizonte avermelhou,
E o Vento inverteu os rumos,
E o pobre bafejou...
Finalmente, alguém da gente,
Operário consciente,
À Presidência chegou!
4
Oito anos, quem não notou
Que as coisas muito mudaram,
Que a miséria é redimida,
Empregos multiplicaram,
O Nordeste iluminou-se,
Pernambuco levantou-se
E os apagados brilharam?...
5
E assim, todos lucraram,
Quando melhorou pro pobre:
Dobrado o salário mínimo,
Muita frieza se cobre,
Muita fome se alimenta,
Muito fraco se sustenta,
Cresce um Ser Humano nobre!
6
Quem nunca viu já descobre
Que outro Mundo é possível
E agora chegou a hora
De acreditar no incrível:
Uma MULHER PRESIDENTE
Levando o Brasil pra gente,
Nada mais é impossível!
7
Uma só coisa é temível:
Desfazer o que foi feito,
Subir o SERRA DO MAL,
Onde o Bem não leva jeito,
Deixar perder-se o Progresso,
Preferir o retrocesso,
Negar do pobre o Direito!
8
Seguir o Vento é perfeito:
Vote em DILMA com firmeza
Pra ver o PAC avançar,
Trabalho e Pão na mesa,
Minha Casa, minha Vida,
Ver nossa gente excluída
Desfrutando da riqueza!
9
No rumo da correnteza
Do Progresso que eclodiu,
O País prestigiado,
Qual o Mundo nunca viu,
Com DILMA vamos em frente,
De mãos dadas toda a gente,
Viva o Povo do BRASIL!
Padre REGINALDO VELOSO,
Presbítero das Comunidades Eclesiais de Base - CEBs
Assistente Regional do Movimento de Trabalhadores Cristãos – MTC (ACO)
Assessor do Movimento de Adolescentes e Crianças – MAC
Assessor do Grupo de Animação Cultural – GAC
terça-feira, 19 de outubro de 2010
A movimentação dos bispos pró-Dilma
Do Adital -
No segundo tempo a bola vai rolar elegantemente pelo gramado e balançar a rede, é goool do Brasil...
Dom Luiz C. Eccel *
Adital -
Desde que fiquei sabendo das candidaturas à Presidência da República, tive uma só atitude: não quero subestimar nenhum dos(as) candidatos(as), pois não sou melhor do que ninguém, e muito menos dono da verdade.
Pensava: aquele(a) que ganhar fará o melhor pelo nosso Brasil, pois irá se assessorar de pessoas competentes e honestas, e basta.
Passados alguns dias, iniciaram as propagandas eleitorais. Subitamente, a minha caixa de correio foi tomada por uma "avalanche" de e-mails contra uma candidata apenas, a Dilma Rousseff. Preciso dizer com todas as palavras, que fiquei indignado.
É importante dizer que logo que saiu a lista dos candidatos eu fiz a minha escolha.
Mas, o fato de ver diariamente o "tsunami" de "denúncias" contra esta candidata, na minha caixa de correio, revelando total falta de respeito para comigo e também para com a candidata, levou-me a refletir e a pesquisar. Perguntava-me: por que somente contra ela? Devo ser honesto e afirmar que não recebi nenhuma "matéria" contra qualquer outro(a) candidato(a).
A reflexão levou-me até Jesus Cristo, que um dia disse: "Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra" (Jo 8,7).
Por que estão jogando pedras só na Dilma? Em 1Jo 1,10 está escrito: "Quem diz não ter pecados, faz a Deus de mentiroso". Conclusão: Os que jogam pedras não têm pecados. Eis o grande problema. Estão tomando o lugar de Deus. Mas, Ele mesmo, não tendo pecado, não jogou pedras na pecadora. Isto é muito sério. Na verdade quem joga pedras está negando Deus. E o saudoso Beato, Papa João XXIII, que nos chamou a todos, através do Concílio Vaticano II, a sermos uma Igreja misericordiosa e aberta aos novos valores, deixando o ranço de lado, pelo sopro Vivificante do Espírito Santo, disse: "A pessoa que deixa Deus de lado, se torna perigosa para si e para as outras pessoas".
E agora? A conversão é graça de Deus para pessoas abertas a Sua Misericórdia. "Os misericordiosos, alcançarão misericórdia" (Mt 5, 7) Mas as pessoas auto-suficientes, donas da verdade, prepotentes, por isso sempre prontas a jogar pedras nos outros, estão muito longe de "Deus, que é Amor" (1Jo 4,8).
Assim, concluí: Todos somos pecadores, mas uma só pessoa está levando pedradas nesta campanha eleitoral à presidência do Brasil. Aí, eu que já havia escolhido o meu candidato, fiz uma nova escolha. Decidi, diante de Deus, que esta mulher apedrejada é a minha candidata para presidir o Brasil. Tem também um velho ditado popular que diz: "Só se atira pedras em árvores que dão frutos bons". E pesquisando descobri que esta candidata, enquanto ministra, produziu muito e bons frutos.
Procurei me aprofundar mais no conhecimento da minha candidata. Descobri que é uma mulher honrada e séria. Arriscou sua vida, durante a ditadura militar, da tirania do poder que oprime, tortura e mata. Sim, a Dilma foi presa e torturada por querer um Brasil democrático, fraterno, solidário, com vida e dignidade para todas as pessoas e não somente para algumas.
Então pensei: é exatamente isto que o Pai do Céu quis e continua querendo para todas as pessoas. Esta questão somou vários pontos para a candidata.
Nosso saudoso e amado Dom Helder Camara dizia: "Quando reparto o meu pão com os pobres, me chamam de santo, mas quando pergunto pelas causas da pobreza, me chamam de comunista".
Até hoje, as pessoas verdadeiramente comprometidas com um país mais justo e igualitário, e para isso precisa de projetos sérios de transformação, continuam sendo taxadas assim. Algumas pessoas, por incrível que pareça, em pleno século XXI, ainda conseguem meter medo numa certa camada da população com este jargão.
Analisei também o desempenho da candidata quando era funcionária no governo estadual e federal. Os frutos bons são abundantes, especialmente para os menos favorecidos. Sim, saiu-se muito bem. Mais um ponto para ela.
Percebi também que, levando pedradas, não retribuía, e isto está de acordo com o Evangelho. Mais um ponto para a Dilma.
Comecei a analisar as suas palavras, idéias e projetos. Uma mulher inteligente, sábia, abnegada, perspicaz e atualizada. Outro ponto para esta mulher.
Também fui apurar as "denúncias" que enchiam a minha caixa de correio. Descobri montagens falsas, mentiras e calúnias. Aí novamente lembrei-me de Jesus que disse: "O diabo é mentiroso e pai da mentira" (Jo 8,44).
Não tive mais dúvidas, é na Dilma que irei votar, independentemente de partido político.
Ninguém pode galgar degraus pisando nos outros. Isto não é nem humano, muito menos cristão.
Quem deseja servir o povo, precisa jogar limpo. Pessoa religiosa não é a que fica dizendo Senhor, Senhor..., mas aquela que faz a vontade de Deus. E a vontade de Deus é "que todos tenham vida e a tenham plenamente" (Jo 10,10).
A vontade de Deus é que todas as pessoas vivam como irmãos e irmãs, no respeito à vida de todos os seres. Descobri que a candidata Dilma tem este desejo profundo. Aliás, é o seu grande sonho que, juntamente com todo o povo, quer tornar realidade.
No domingo à noite, dia 10 de outubro, assisti ao debate promovido pela BAND. Um dos dons que Deus me concedeu foi o de conhecer as pessoas pelos seus olhos. Não costumo revelar o que vejo e sinto para todas as pessoas.
Durante o debate meus ouvidos estavam atentos às palavras dos candidatos, mas meus olhos foram atraídos para a expressão da sua face e a delicadeza do seu olhar.
Percebi duas atitudes muito interessantes: 1)Sua face estava sempre serena e seu leve sorriso não era forçado e nem transmitia falsidade. 2)Seus olhos, que são espelhos de sua alma, transmitiam segurança, confiança, ternura e sinceridade. Estas qualidades agregaram mais alguns pontos a Dilma.
Como nós precisamos destas atitudes que na verdade são qualidades e dons de Deus! Dilma você passou pelo gelo da dor, tantas vezes, e por isso chegou ao incêndio do verdadeiro amor que vem do alto.
Nosso saudoso e amado Dom Luciano Mendes de Almeida dizia: "a bondade rompe todas as barreiras". Avante minha irmã! Deus está com você. Cuide-se! Continue sendo bondosa e a confiar nas suas assessorias. Mas mantenha, discretamente, o controle de tudo para evitar desgostos e desgastes maiores e desnecessários, pois somos todos passíveis de erros. Mantenha-se sempre alerta e busque momentos de descanso na oração silenciosa para que Deus, que é Pai e tem a ternura da Mãe, lhe fale ao coração, plenificando-o de alegria e coragem. Dom Angélico, meu grande amigo e irmão, sempre diz: "Quem não reza vira monstro".
Dilma, desculpe eu falar abertamente que não iria votar em você. Busco ser sincero como você. Mas tenha certeza de que continuarei a pedir a Deus que a ilumine e abençoe, chegando ou não à Presidência. Não estou falando em nome da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mas como cidadão e como Bispo da Igreja Católica, santa e pecadora, que deseja o melhor para o Povo de Deus.
Pessoalmente creio que é esta a hora de uma mulher experiente, honesta e competente, como você, chegar lá e continuar a fazer deste país, uma nação que defenda e proteja a vida de todos(as), desde a concepção até a morte natural.
Sim, neste segundo tempo a bola vai rolar elegantemente pelo gramado e balançar a rede!
Caçador, 12 de outubro de 2010 (solenidade de N. Sra. Aparecida. Padroeira do Brasil).
* Bispo Diocesano de Caçador-SC
No segundo tempo a bola vai rolar elegantemente pelo gramado e balançar a rede, é goool do Brasil...
Dom Luiz C. Eccel *
Adital -
Desde que fiquei sabendo das candidaturas à Presidência da República, tive uma só atitude: não quero subestimar nenhum dos(as) candidatos(as), pois não sou melhor do que ninguém, e muito menos dono da verdade.
Pensava: aquele(a) que ganhar fará o melhor pelo nosso Brasil, pois irá se assessorar de pessoas competentes e honestas, e basta.
Passados alguns dias, iniciaram as propagandas eleitorais. Subitamente, a minha caixa de correio foi tomada por uma "avalanche" de e-mails contra uma candidata apenas, a Dilma Rousseff. Preciso dizer com todas as palavras, que fiquei indignado.
É importante dizer que logo que saiu a lista dos candidatos eu fiz a minha escolha.
Mas, o fato de ver diariamente o "tsunami" de "denúncias" contra esta candidata, na minha caixa de correio, revelando total falta de respeito para comigo e também para com a candidata, levou-me a refletir e a pesquisar. Perguntava-me: por que somente contra ela? Devo ser honesto e afirmar que não recebi nenhuma "matéria" contra qualquer outro(a) candidato(a).
A reflexão levou-me até Jesus Cristo, que um dia disse: "Quem não tiver pecado, atire a primeira pedra" (Jo 8,7).
Por que estão jogando pedras só na Dilma? Em 1Jo 1,10 está escrito: "Quem diz não ter pecados, faz a Deus de mentiroso". Conclusão: Os que jogam pedras não têm pecados. Eis o grande problema. Estão tomando o lugar de Deus. Mas, Ele mesmo, não tendo pecado, não jogou pedras na pecadora. Isto é muito sério. Na verdade quem joga pedras está negando Deus. E o saudoso Beato, Papa João XXIII, que nos chamou a todos, através do Concílio Vaticano II, a sermos uma Igreja misericordiosa e aberta aos novos valores, deixando o ranço de lado, pelo sopro Vivificante do Espírito Santo, disse: "A pessoa que deixa Deus de lado, se torna perigosa para si e para as outras pessoas".
E agora? A conversão é graça de Deus para pessoas abertas a Sua Misericórdia. "Os misericordiosos, alcançarão misericórdia" (Mt 5, 7) Mas as pessoas auto-suficientes, donas da verdade, prepotentes, por isso sempre prontas a jogar pedras nos outros, estão muito longe de "Deus, que é Amor" (1Jo 4,8).
Assim, concluí: Todos somos pecadores, mas uma só pessoa está levando pedradas nesta campanha eleitoral à presidência do Brasil. Aí, eu que já havia escolhido o meu candidato, fiz uma nova escolha. Decidi, diante de Deus, que esta mulher apedrejada é a minha candidata para presidir o Brasil. Tem também um velho ditado popular que diz: "Só se atira pedras em árvores que dão frutos bons". E pesquisando descobri que esta candidata, enquanto ministra, produziu muito e bons frutos.
Procurei me aprofundar mais no conhecimento da minha candidata. Descobri que é uma mulher honrada e séria. Arriscou sua vida, durante a ditadura militar, da tirania do poder que oprime, tortura e mata. Sim, a Dilma foi presa e torturada por querer um Brasil democrático, fraterno, solidário, com vida e dignidade para todas as pessoas e não somente para algumas.
Então pensei: é exatamente isto que o Pai do Céu quis e continua querendo para todas as pessoas. Esta questão somou vários pontos para a candidata.
Nosso saudoso e amado Dom Helder Camara dizia: "Quando reparto o meu pão com os pobres, me chamam de santo, mas quando pergunto pelas causas da pobreza, me chamam de comunista".
Até hoje, as pessoas verdadeiramente comprometidas com um país mais justo e igualitário, e para isso precisa de projetos sérios de transformação, continuam sendo taxadas assim. Algumas pessoas, por incrível que pareça, em pleno século XXI, ainda conseguem meter medo numa certa camada da população com este jargão.
Analisei também o desempenho da candidata quando era funcionária no governo estadual e federal. Os frutos bons são abundantes, especialmente para os menos favorecidos. Sim, saiu-se muito bem. Mais um ponto para ela.
Percebi também que, levando pedradas, não retribuía, e isto está de acordo com o Evangelho. Mais um ponto para a Dilma.
Comecei a analisar as suas palavras, idéias e projetos. Uma mulher inteligente, sábia, abnegada, perspicaz e atualizada. Outro ponto para esta mulher.
Também fui apurar as "denúncias" que enchiam a minha caixa de correio. Descobri montagens falsas, mentiras e calúnias. Aí novamente lembrei-me de Jesus que disse: "O diabo é mentiroso e pai da mentira" (Jo 8,44).
Não tive mais dúvidas, é na Dilma que irei votar, independentemente de partido político.
Ninguém pode galgar degraus pisando nos outros. Isto não é nem humano, muito menos cristão.
Quem deseja servir o povo, precisa jogar limpo. Pessoa religiosa não é a que fica dizendo Senhor, Senhor..., mas aquela que faz a vontade de Deus. E a vontade de Deus é "que todos tenham vida e a tenham plenamente" (Jo 10,10).
A vontade de Deus é que todas as pessoas vivam como irmãos e irmãs, no respeito à vida de todos os seres. Descobri que a candidata Dilma tem este desejo profundo. Aliás, é o seu grande sonho que, juntamente com todo o povo, quer tornar realidade.
No domingo à noite, dia 10 de outubro, assisti ao debate promovido pela BAND. Um dos dons que Deus me concedeu foi o de conhecer as pessoas pelos seus olhos. Não costumo revelar o que vejo e sinto para todas as pessoas.
Durante o debate meus ouvidos estavam atentos às palavras dos candidatos, mas meus olhos foram atraídos para a expressão da sua face e a delicadeza do seu olhar.
Percebi duas atitudes muito interessantes: 1)Sua face estava sempre serena e seu leve sorriso não era forçado e nem transmitia falsidade. 2)Seus olhos, que são espelhos de sua alma, transmitiam segurança, confiança, ternura e sinceridade. Estas qualidades agregaram mais alguns pontos a Dilma.
Como nós precisamos destas atitudes que na verdade são qualidades e dons de Deus! Dilma você passou pelo gelo da dor, tantas vezes, e por isso chegou ao incêndio do verdadeiro amor que vem do alto.
Nosso saudoso e amado Dom Luciano Mendes de Almeida dizia: "a bondade rompe todas as barreiras". Avante minha irmã! Deus está com você. Cuide-se! Continue sendo bondosa e a confiar nas suas assessorias. Mas mantenha, discretamente, o controle de tudo para evitar desgostos e desgastes maiores e desnecessários, pois somos todos passíveis de erros. Mantenha-se sempre alerta e busque momentos de descanso na oração silenciosa para que Deus, que é Pai e tem a ternura da Mãe, lhe fale ao coração, plenificando-o de alegria e coragem. Dom Angélico, meu grande amigo e irmão, sempre diz: "Quem não reza vira monstro".
Dilma, desculpe eu falar abertamente que não iria votar em você. Busco ser sincero como você. Mas tenha certeza de que continuarei a pedir a Deus que a ilumine e abençoe, chegando ou não à Presidência. Não estou falando em nome da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mas como cidadão e como Bispo da Igreja Católica, santa e pecadora, que deseja o melhor para o Povo de Deus.
Pessoalmente creio que é esta a hora de uma mulher experiente, honesta e competente, como você, chegar lá e continuar a fazer deste país, uma nação que defenda e proteja a vida de todos(as), desde a concepção até a morte natural.
Sim, neste segundo tempo a bola vai rolar elegantemente pelo gramado e balançar a rede!
Caçador, 12 de outubro de 2010 (solenidade de N. Sra. Aparecida. Padroeira do Brasil).
* Bispo Diocesano de Caçador-SC
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Carta aberta à população
Nós somos monges, missionários leigos (as), presbíteros, casais, religiosas, membros associados ou afins da Associação dos Missionários e Missionárias do Campo provenientes de vários Estados do Nordeste: Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia.
Tomamos conhecimento de que alguns dos nossos bispos de São Paulo publicaram documento dando apoio claro à candidatura Serra a presidente da República e proibiram os fiéis de votarem na candidata Dilma.
Assim fazendo, aqueles bispos, mesmo agindo em consciência, contrariaram frontalmente a ponderação e a decisão oficial da CNBB, único organismo autorizado a se pronunciar em situações semelhantes. Por isto, movidos (as) por nossa consciência cristã e católica, estamos de público emitindo nosso parecer crítico e nos posicionando por nossa vez.
1. Os três bispos que se pronunciaram em São Paulo não representam o pensamento do nosso episcopado, mas revelam sua posição isoladamente. Seu pronunciamento tem sido aproveitado amplamente pela direita golpista do Brasil que divulga pela mídia o referido pronunciamento e confunde a consciência pura dos fiéis católicos como se fosse o pensamento da própria Igreja.
2. Assim procedendo, os opositores de Dilma fazem eco a toda a amargura de elites reacionárias de uma provável derrota popular pela vitória de um projeto de Brasil novo em marcha, contrariando todas as previsões e cálculos em que sempre se basearam.
Pois o que está em jogo não é a pessoa dos candidatos. O que está em jogo são dois projetos de Brasil: um que avança em direção certa contando com ampla aceitação e participação popular como nunca se viu, de um lado, e do outro, o projeto de segurar o Brasil na continuidade das eternas oligarquias distantes dos verdadeiros interesses do povo.
3. Como cristãos e cristãs responsáveis, expressamos nosso dissabor por não recebermos neste momento, de quem deveria nos orientar, nossos pastores, uma autêntica orientação política com base no Evangelho, particularmente no Cântico de Maria que mostra claramente a preferência do coração do nosso Deus em Jesus, ao profetizar a derrubada dos poderosos e a exaltação dos humilhados.
4. Todo mundo sabe, no Brasil e fora do Brasil, as grandes conquistas de um governo a que Dilma, eleita, dará continuidade, para que o Brasil continue mudando. Assim agindo, buscamos sintonizar com o mundo dos empobrecidos que vêem neste governo uma esperança a muito perdida, de uma vida mais digna e libertada. Os boatos sobre pronunciamentos polêmicos em que se baseia a onda atual de baixaria de certas elites não sufocam as realidades palpáveis de promoção da vida que fazem a alegria dos mais pobres.
5. Fazendo coro a uma declaração de Dom Demétrio Valentini , Desmonte de uma falácia, posta a Público pela ADITAL, e à uma reação àquela declaração por Pe. José Comblin, que está conosco estes dias, num lúcido posicionamento, pedimos aos nossos bispos que se pronunciem através da entidade que os congrega, a CNBB, para resgatar a boa consciência dos fiéis, perigosa e irresponsavelmente manipulada pelos inimigos do povo de pobres.
Mosteiro discípulo Amado, Serra do Catita, Alagoas, 10 de outubro de 2010.
Seguem as assinaturas
1. Sebastiana J. de Oliveira - Pernambuco
2. Pe. Edinaldo Resende - Sergipe
3. Benedito Miguel dos Santos -
4. Zarita Furtado - Alagoas
5. Gabriel Antonio - Alagoas
6. Sirlene Lopes de Santana - Alagoas
7. Josefa Águida Povoas Marinho - Alagoas
8. Ana Lucia dos S. Monteiro - Alagoas
9. Edivaldo de Lima Soares - Alagoas
10. Maria Analene Santana - Alagoas
11. Diac. Genival de Jesus Araújo - Bahia
12. Margarida Maria Machado Freire - Alagoas
13. Ir. João Batista Magalhães Sales – Prior do Mosteiro - Alagoas
14. Luiz Barros Pereira - Pernambuco
15. Flaviano da Cruz - Alagoas
16. José Alves de Souza -
17. José Geovan de Oliveira - Alagoas
18. Glaudemir da Silva - Pernambuco
19. Francisco de Assis Linhares - Ceará
20. Anailde Oliveira Góis - Sergipe
21. Florêncio Braga de Sales -
22. Jaime Ribeiro da Silva - Sergipe
23. Diane Trépanier - Alagoas
24. José Carlos de V. Barbalho - Sergipe
25. Rosivania Ramos Barbalho - Sergipe
26. Alessandor de Jesus - Sergipe
27. Jorgeval de Almeida Santos - Sergipe
28. Itamar Silva de Lima - Sergipe
29. Itamar Santana Lima - Sergipe
30. Maria da Conceição Bezerra Santos – Sergipe
31. Maria Cristina Alves Assunção - Sergipe
Tomamos conhecimento de que alguns dos nossos bispos de São Paulo publicaram documento dando apoio claro à candidatura Serra a presidente da República e proibiram os fiéis de votarem na candidata Dilma.
Assim fazendo, aqueles bispos, mesmo agindo em consciência, contrariaram frontalmente a ponderação e a decisão oficial da CNBB, único organismo autorizado a se pronunciar em situações semelhantes. Por isto, movidos (as) por nossa consciência cristã e católica, estamos de público emitindo nosso parecer crítico e nos posicionando por nossa vez.
1. Os três bispos que se pronunciaram em São Paulo não representam o pensamento do nosso episcopado, mas revelam sua posição isoladamente. Seu pronunciamento tem sido aproveitado amplamente pela direita golpista do Brasil que divulga pela mídia o referido pronunciamento e confunde a consciência pura dos fiéis católicos como se fosse o pensamento da própria Igreja.
2. Assim procedendo, os opositores de Dilma fazem eco a toda a amargura de elites reacionárias de uma provável derrota popular pela vitória de um projeto de Brasil novo em marcha, contrariando todas as previsões e cálculos em que sempre se basearam.
Pois o que está em jogo não é a pessoa dos candidatos. O que está em jogo são dois projetos de Brasil: um que avança em direção certa contando com ampla aceitação e participação popular como nunca se viu, de um lado, e do outro, o projeto de segurar o Brasil na continuidade das eternas oligarquias distantes dos verdadeiros interesses do povo.
3. Como cristãos e cristãs responsáveis, expressamos nosso dissabor por não recebermos neste momento, de quem deveria nos orientar, nossos pastores, uma autêntica orientação política com base no Evangelho, particularmente no Cântico de Maria que mostra claramente a preferência do coração do nosso Deus em Jesus, ao profetizar a derrubada dos poderosos e a exaltação dos humilhados.
4. Todo mundo sabe, no Brasil e fora do Brasil, as grandes conquistas de um governo a que Dilma, eleita, dará continuidade, para que o Brasil continue mudando. Assim agindo, buscamos sintonizar com o mundo dos empobrecidos que vêem neste governo uma esperança a muito perdida, de uma vida mais digna e libertada. Os boatos sobre pronunciamentos polêmicos em que se baseia a onda atual de baixaria de certas elites não sufocam as realidades palpáveis de promoção da vida que fazem a alegria dos mais pobres.
5. Fazendo coro a uma declaração de Dom Demétrio Valentini , Desmonte de uma falácia, posta a Público pela ADITAL, e à uma reação àquela declaração por Pe. José Comblin, que está conosco estes dias, num lúcido posicionamento, pedimos aos nossos bispos que se pronunciem através da entidade que os congrega, a CNBB, para resgatar a boa consciência dos fiéis, perigosa e irresponsavelmente manipulada pelos inimigos do povo de pobres.
Mosteiro discípulo Amado, Serra do Catita, Alagoas, 10 de outubro de 2010.
Seguem as assinaturas
1. Sebastiana J. de Oliveira - Pernambuco
2. Pe. Edinaldo Resende - Sergipe
3. Benedito Miguel dos Santos -
4. Zarita Furtado - Alagoas
5. Gabriel Antonio - Alagoas
6. Sirlene Lopes de Santana - Alagoas
7. Josefa Águida Povoas Marinho - Alagoas
8. Ana Lucia dos S. Monteiro - Alagoas
9. Edivaldo de Lima Soares - Alagoas
10. Maria Analene Santana - Alagoas
11. Diac. Genival de Jesus Araújo - Bahia
12. Margarida Maria Machado Freire - Alagoas
13. Ir. João Batista Magalhães Sales – Prior do Mosteiro - Alagoas
14. Luiz Barros Pereira - Pernambuco
15. Flaviano da Cruz - Alagoas
16. José Alves de Souza -
17. José Geovan de Oliveira - Alagoas
18. Glaudemir da Silva - Pernambuco
19. Francisco de Assis Linhares - Ceará
20. Anailde Oliveira Góis - Sergipe
21. Florêncio Braga de Sales -
22. Jaime Ribeiro da Silva - Sergipe
23. Diane Trépanier - Alagoas
24. José Carlos de V. Barbalho - Sergipe
25. Rosivania Ramos Barbalho - Sergipe
26. Alessandor de Jesus - Sergipe
27. Jorgeval de Almeida Santos - Sergipe
28. Itamar Silva de Lima - Sergipe
29. Itamar Santana Lima - Sergipe
30. Maria da Conceição Bezerra Santos – Sergipe
31. Maria Cristina Alves Assunção - Sergipe
QUEM PAGA OS PANFLETOS DO BISPO BERGONZINI CONTRA DILMA?
Dois milhões e 100 mil panfletos contra Dilma Rousseff, com falsa chancela da CNBB, estavam sendo rodados em uma gráfica em SP, descoberta pelo PT. Os responsáveis pela Pana Editora e Gráfica afirmam que o material --apenas um lote de um total de 20 milhões de panfletos que estão sendo rodados em SP com o mesmo conteúdo-- foi encomendado pelo bispo Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, da diocese de Guarulhos-SP. Perguntas que precisam ser respondidas: 1- Desde quando o bispo de Guarulhos tem dinheiro para imprimir 20 milhões de panfletos apócrifos? 2-Quem paga as gráficas? 3- De onde veio o dinheiro? 4- Em que conta da diocese ele foi depositado? 5-Quem orientou o texto a falsear a chancela da CNBB? 6-Dom Bergonzini conhece 'Paulo Preto', o homem acusado de sumir com R$ 4 milhões do caixa 2 da campanha de Serra -- que guarda segredos com força suficiente para obrigarem Serra a tratá-lo, alternadamente, num dia como 'factóide' e no outro, como 'competente e inocente' -- tudo isso num hiato de apenas 12 horas depois que Paulo Preto ameaçou Serra na Folha dizendo:' não se abandona um líder ferido na estrada; não cometam esse erro'. 7- Quem, afinal, está abastecendo o caixa da diocese de Guarulhos para transformá-la num bunker eleitoral anti-Dilma? Com a palavra, a operosa Polícia Federal de SP e a não menos operosa vice-procuradora do TSE, Sandra Cureaunull
Para encontrar as pistas. Clique em http://www.cartamaior.com.br e http://www.cartacapital.com.br
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sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Ato no RS lança ofensiva pró-Dilma e denuncia: campanha sórdida e golpista pode provocar ruptura política
Ato histórico com mais de duas mil pessoas reuniu antigos adversários políticos no Rio Grande do Sul e lançou uma advertência ao país: clima inédito de sordidez, de difamação e calúnias, em um ambiente de golpismo político-midiático ameaça a democracia e legitimidade do processo eleitoral, podendo descambar para uma ruptura política. Governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e lideranças políticas de vários partidos anunciaram que exército de militantes estará nas ruas nos próximos dias e conclamaram resto do país a fazer o mesmo. “A militância vai fazer a diferença e eleger Dilma", disse Tarso.
Marco Aurélio Weissheimer
O salão São José do Hotel Plaza San Rafael viveu um momento histórico na noite de quinta-feira. O ato de mobilização da candidatura de Dilma Rousseff (PT) reuniu mais de duas mil pessoas, contando quem conseguiu entrar no auditório e quem teve que ficar do lado de fora. Mas o tamanho do público não foi o único destaque do ato. A mesa que comandou os trabalhos mostrou uma aliança de forças políticas que há muito tempo não se via na história do Rio Grande do Sul. Lá estava, entre outros, o governador eleito do Estado, Tarso Genro (PT), o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati (PDT), os senadores Sérgio Zambiasi (PTB) e Paulo Paim (PT), o deputado federal Mendes Ribeiro Filho (PMDB), o deputado federal Beto Albuquerque (PSB), a deputada federal Manuela D’Ávila (PC do B), deputados federais e estaduais do PT, o deputado estadual Luis Augusto Lara (PTB), lideranças históricas da política gaúcha como Aldo Pinto (PDT), além de dezenas de parlamentares, prefeitos, vereadores e lideranças de vários partidos, igrejas, sindicatos e outras organizações da sociedade.
Um tom de urgência, gravidade e intensa mobilização marcou praticamente todas as intervenções. A unidade política representada na mesa, reunindo tradicionais rivais políticas da história recente da política gaúcha, deixou claro qual era o cimento que a solidificava: um objetivo maior, um bem maior, a saber, o futuro do Brasil e a continuidade do atual projeto de desenvolvimento social representado pelo governo Lula. Denunciando a sordidez sem limites da campanha de baixarias, mentiras e difamações patrocinada e apoiada pela campanha de José Serra, vários oradores falaram de riscos para a democracia e lembraram a campanha da Legalidade, liderada por Leonel Brizola em defesa do governo de João Goulart. “Eu nunca vi uma campanha tão sórdida em toda a minha vida”, desabafou o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, que saudou, sem esconder a emoção, seus antigos e , naquele momento, renovados, “companheiros e companheiras”.
Aldo Pinto fez um dos pronunciamentos mais veementes da noite e remexeu em feridas históricas brasileiras e nas relações conflituadas entre projetos de governo que tinha ligações fortes com o Rio Grande do Sul e as elites paulistas. “Tenho certeza que o povo gaúcho não vai escolher outra vez um paulista como governante”. Na mesma linha, o deputado federal do PMDB, Mendes Ribeiro Filho, criticou o projeto representado pelo representante da elite paulista, José Serra, conclamando uma intensa mobilização para as próximas duas semanas. Vários prefeitos do PMDB acompanharam o deputado no ato e anunciaram trabalho ininterrupto nos seus municípios nos próximos dias. Já o senador Sérgio Zambisi fez um alerta especial às mulheres: “Vocês tem uma responsabilidade especial nestas próximas duas semanas, maior que a nossa até, pois, caso Serra vença, são vocês que sofrerão mais”, disse Zambiasi.
Coube ao governador eleito do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, fazer a fala mais veemente da noite. O tom dramático do discurso estava baseado na percepção de que há uma grave ameaça pairando sobre a democracia brasileira. Nunca antes na história do Brasil, um candidato adotou como plataforma política uma campanha de calúnias e difamações contra sua adversária política. Uma inédita sordidez, repetiu Tarso. “Estamos assistindo a uma campanha de golpismo político e midiático semelhante ao que ocorreu antes do golpe de 64. Mas hoje a ameaça não vem dos militares. Hoje essa ameaça é talvez mais grave, pois se trata de golpismo político com apoio de uma parte importante da grande imprensa”. Uma prática, segundo ele, que pode provocar uma ruptura política no país e coloca em risco a legitimidade do processo eleitoral. A frase mais grave e significativa da noite: A campanha de baixarias da candidatura Serra pode provocar uma ruptura política no país.
Mas Tarso e os demais não apostam no caminho da ruptura, mas sim no da superação do nível sórdido da campanha por meio de uma antiga e sempre eficiente arma do PT e dos partidos e organizações populares: a força de sua militância. Nos próximos dias, milhares de ativistas, militantes e apoiadores deverão sair às ruas do Rio Grande do Sul para fazer campanha para Dilma. “A gente ganha uma eleição pedindo voto. Nós temos que ir para a rua pedir votos”, resumiu Mendes Ribeiro, bastante aplaudido. “A militância vai fazer a diferença e eleger Dilma. Eles esgotaram seu estoque de baixarias e já estão repetitivos”, acrescentou Tarso.
Fazendo mais uma vez referência à Campanha da Legalidade, Tarso e as demais lideranças políticas presentes no ato anunciaram que o Rio Grande do Sul pretende mobilizar todo o país em defesa de Dilma, da democracia e do projeto representado pelo governo Lula. A mensagem transmitida no ato foi em tom alto e claro, sem metáforas: as elites paulistas e seus aliados terão mais uma vez à sua frente adversários que, desde Getúlio Vargas, insistem em contrapor um projeto de desenvolvimento nacional ao suposto cosmopolitismo dessa elite que só enxerga o povo pobre como um objeto a ser usado em época de eleição e o país como um balcão para seus negócios privados.
Dilma é alvo de grupos de extrema-direita e neonazistas
O jornalista Tony Chastinet fez um levantamento minucioso sobre a origem de um dos e-mails caluniosos que circulam contra a candidata Dilma Rousseff (PT). Não precisou de dinheiro, nem de ferramentas especiais. Usou basicamente o “Google”. Gastou alguns minutos e usou a experiência de quem já investigou dezenas e dezenas de picaretas em suas reportagens investigativas. Tony Chastinet descobriu que o email partiu de gente ligada à extrema-direita e a grupos neonazistas. Gente com nome, sobrenome e endereço. O jornalista apresenta as provas.
Rodrigo Vianna/Tony Chastinet
Publicado originalmente no blog Escrevinhador, de Rodrigo Vianna
Não é difícil rastrear os caminhos da boataria que atingiu Dilma Rousseff, poucas semanas antes do primeiro turno. A campanha do PT parece não ter levado a sério a ameaça. E a boataria e as calúnias prosseguem.
O jornalista Tony Chastinet – colega com quem tive o prazer de dividir o prêmio Vladimir Herzog em 2007, e com quem produzi a série de reportagens sobre as centrais clandestinas de tortura durante a ditadura – fez um levantamento minucioso sobre a origem de um desses e-mails caluniosos. Não precisou de dinheiro, nem de ferramentas especiais. Usou basicamente o “Google”. Gastou alguns minutos e usou a experiência de quem já investigou dezenas e dezenas de picaretas em suas reportagens investigativas.
Tony Chastinet descobriu que o email partiu de gente ligada à extrema-direita. Gente com nome, sobrenome e endereço. Confiram…
Leia mais em:
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17058
MÚSICA LIBERDADE (Edson Gomes)
Rodrigo Vianna/Tony Chastinet
Publicado originalmente no blog Escrevinhador, de Rodrigo Vianna
Não é difícil rastrear os caminhos da boataria que atingiu Dilma Rousseff, poucas semanas antes do primeiro turno. A campanha do PT parece não ter levado a sério a ameaça. E a boataria e as calúnias prosseguem.
O jornalista Tony Chastinet – colega com quem tive o prazer de dividir o prêmio Vladimir Herzog em 2007, e com quem produzi a série de reportagens sobre as centrais clandestinas de tortura durante a ditadura – fez um levantamento minucioso sobre a origem de um desses e-mails caluniosos. Não precisou de dinheiro, nem de ferramentas especiais. Usou basicamente o “Google”. Gastou alguns minutos e usou a experiência de quem já investigou dezenas e dezenas de picaretas em suas reportagens investigativas.
Tony Chastinet descobriu que o email partiu de gente ligada à extrema-direita. Gente com nome, sobrenome e endereço. Confiram…
Leia mais em:
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17058
MÚSICA LIBERDADE (Edson Gomes)
Para Marina, religiosidade do brasileiro não pode ser ignorada
http://noticias.uol.com.br/bbc/2010/10/15/para-marina-religiosidade-do-brasileiro-nao-pode-ser-ignorada.jhtm
Terceira colocada na disputa para a Presidência com quase 20 milhões de votos, a senadora Marina Silva (PV) diz que a religiosidade do brasileiro "é um dado que não se pode negar" e que "o respeito pela diferença pressupõe o direito daqueles que são evangélicos ou católicos de afirmarem os seus pontos de vista".
Ainda assim, Marina, que é evangélica, alerta sobre os riscos em que o debate religioso incorre: "Precisamos ter a sabedoria de não importar conflitos religiosos que existem em outros países para o Brasil, onde temos cultura de respeito pela diferença e pela diversidade".
Em entrevista exclusiva à BBC Brasil, Marina tratou também do desafio de fazer com que o Partido Verde cresça sem que seus quadros percam o vínculo com a bandeira ambiental e de como, na sua avaliação, o Brasil e o resto do mundo estão distantes de um modelo de desenvolvimento que harmonize economia e ecologia.
Veja trechos da entrevista com a candidata derrotada do PV
"Todos os países ricos ou pobres estão diante do desafio de fazer a transição da forma predatória de desenvolvimento para a sustentável."
Sobre a escolha de quem apoiará no segundo turno, ela diz que aguarda que os candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) se posicionem sobre dez propostas que enviou às suas campanhas para tomar a decisão.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista:
BBC Brasil - O que acha da afirmação de que a senhora é maior do que o PV?
Marina Silva - Eu acho que as coisas se completam. O partido é uma estrutura necessária institucionalmente para que se possa ter uma militância institucional, disputar uma eleição, e obviamente que o partido ter quadros com inserção na sociedade o fortalece.
BBC Brasil - A sra. participou da construção do PT, um dos poucos partidos construídos numa base ideológica, de uma identificação real entre todos os seus membros. A sra. sente isso também no PV?
Marina - Sinto. O PV surgiu há cerca de 25 anos, muito pela experiência do (Fernando) Gabeira, do (Alfredo) Serkis e outras lideranças que ficaram exiladas principalmente na Europa, e de lá trouxeram o movimento dos verdes para o Brasil.
Só que no Brasil a experiência verde europeia foi reelaborada à luz dos desafios de sermos um país em desenvolvimento, em que tínhamos o desafio da proteção dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, o desafio da inclusão social.
No Brasil, uma parte muito significativa do PV é identificada com a questão socioambiental. Um outro segmento entrou no partido sem a compreensão programática, mas hoje estamos trabalhando nisso, para que o partido tenha um crescimento significativo, em termos programáticos.
BBC Brasil - O que é preciso para isso? Qual a importância dessa ala não-programática?
Marina - Não diria que é uma ala. São segmentos que entram por simpatia pelo partido, na busca de uma participação na política institucional, mas isso tem que ter um investimento em termos de formação.
BBC Brasil - Como a sra. vai se posicionar no segundo turno?
Marina - Priorizarmos aspectos importantes para apresentar aos dois candidatos, cerca de dez propostas que dizem respeito à sustentabilidade, à priorização na área social, à gestão pública e à ética. Estamos aguardando a manifestação deles no sentido de internalizar ou não essas propostas no seu programa de governo, e em cima desse processo vamos agora para discussão no dia 17, quando o partido anunciará a sua decisão e eu também anunciarei a minha.
Teremos três opções: apoiar uma ou outra candidatura ou uma posição independente, apelando para que cada eleitor tenha uma decisão consciente com o seu próprio voto.
BBC Brasil - O modelo de desenvolvimento que vem sendo adotado no governo Lula nos últimos anos é sustentável?
Marina - O modelo de desenvolvimento em nenhum lugar do mundo é sustentável. Todos os países ricos ou pobres estão diante do desafio de fazer a transição da forma predatória de desenvolvimento para a sustentável.
No governo do presidente Lula, no governo do presidente Fernando Henrique, os partidos tradicionais não conseguiram alcançar o desafio deste início de século, que é de integrar numa mesma equação economia e ecologia.
BBC Brasil - Que indicações a sra. tem de que a Dilma Rousseff poderia adotar esse modelo de desenvolvimento sustentável?
Marina - A ministra Dilma e o governador Serra são muitos parecidos. Ambos têm uma visão desenvolvimentista, 'crescimentista', são pessoas com perfil gerencial. Cada vez mais o mundo vai precisar de quem tenha visão nova de desenvolvimento, que seja capaz de integrar as diferentes dimensões do fazer humano, que não fique preso a uma lógica puramente pragmática, racionalista.
BBC Brasil - A sra. conhece alguma ação de José Serra no campo da sustentabilidade que seja digna de nota?
Marina - Os esforços que vêm sendo feitos ainda são muito periféricos. Não é uma questão de ter um ministério ou secretaria do meio-ambiente fazendo algumas coisas interessantes nessa área. É como a questão da proteção dos ativos ambientais perpassa o agir de todos os setores do governo.
BBC Brasil - A sra. é evangélica, mas durante a campanha não usou isso para pedir o voto dos evangélicos. No fim da campanha, o tema do peso do voto evangélico veio à tona. O que a sra. achou disso?
Marina - Sou evangélica, fui católica durante 37 anos e sempre vi que os cristãos têm uma contribuição a dar à sociedade, em todos os sentidos.
As pessoas que votaram em mim e que são cristãs evangélicas, católicas, seguem outras crenças ou não têm fé votaram também em função da minha trajetória. Ainda que haja identidade com os cristãos evangélicos, o que para mim é motivo de alegria.
Mas as pessoas sabiam que estavam votando em alguém que prima pelo respeito ao estado laico.
BBC Brasil - Alguns analistas criticaram a entrada do tema religioso na campanha, dizendo que ele fez com que o processo político regredisse no país.
Marina - Somos um país onde mais de 90% das pessoas creem em Deus, e esse é um dado de realidade que não se pode negar. No entanto, precisamos ter a sabedoria de não importar conflitos religiosos que existem em outros países para o Brasil, onde temos cultura de respeito pela diferença e pela diversidade. Mas o respeito pela diferença e pela diversidade pressupõe o direito daqueles que são evangélicos ou católicos de afirmarem os seus pontos de vista.
BBC Brasil - A sra. acha que os eleitores devem estar atentos ao tema do aborto?
Marina - As demandas surgem porque a sociedade já está atenta. Teremos que debater a questão no mérito, e não no rótulo. Para mim, a defesa da vida é um princípio, e vejo que não só os que creem têm esse princípio.
Temos que diminuir o número de abortos no Brasil, dando a informação para as mães que muitas vezes pagam o preço muito alto, sequelas de saúde, emocionais...
BBC Brasil - E como lidar com uma mulher que fez aborto? Ela deve ser punida?
Marina - É claro que uma mulher que fez o aborto não gostou de ter feito. Precisa de ser acolhida na sua angústia, na sua dor, na sua culpa.
BBC Brasil - O Brasil está de fato aumentando sua importância no mundo?
Marina - O Brasil tem cumprido um papel importante, de liderança dentro do G20, G77. Na questão ambiental, o Brasil levou uma posição muito avançada para Copenhague, embora seja um país em desenvolvimento. Mas não se pode ver isso como algo estabelecido e conquistado, é um processo.
O papel que vejo para o Brasil é ser um país em desenvolvimento que busca novo modelo de desenvolvimento.
Terceira colocada na disputa para a Presidência com quase 20 milhões de votos, a senadora Marina Silva (PV) diz que a religiosidade do brasileiro "é um dado que não se pode negar" e que "o respeito pela diferença pressupõe o direito daqueles que são evangélicos ou católicos de afirmarem os seus pontos de vista".
Ainda assim, Marina, que é evangélica, alerta sobre os riscos em que o debate religioso incorre: "Precisamos ter a sabedoria de não importar conflitos religiosos que existem em outros países para o Brasil, onde temos cultura de respeito pela diferença e pela diversidade".
Em entrevista exclusiva à BBC Brasil, Marina tratou também do desafio de fazer com que o Partido Verde cresça sem que seus quadros percam o vínculo com a bandeira ambiental e de como, na sua avaliação, o Brasil e o resto do mundo estão distantes de um modelo de desenvolvimento que harmonize economia e ecologia.
Veja trechos da entrevista com a candidata derrotada do PV
"Todos os países ricos ou pobres estão diante do desafio de fazer a transição da forma predatória de desenvolvimento para a sustentável."
Sobre a escolha de quem apoiará no segundo turno, ela diz que aguarda que os candidatos José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) se posicionem sobre dez propostas que enviou às suas campanhas para tomar a decisão.
Leia a seguir os principais trechos da entrevista:
BBC Brasil - O que acha da afirmação de que a senhora é maior do que o PV?
Marina Silva - Eu acho que as coisas se completam. O partido é uma estrutura necessária institucionalmente para que se possa ter uma militância institucional, disputar uma eleição, e obviamente que o partido ter quadros com inserção na sociedade o fortalece.
BBC Brasil - A sra. participou da construção do PT, um dos poucos partidos construídos numa base ideológica, de uma identificação real entre todos os seus membros. A sra. sente isso também no PV?
Marina - Sinto. O PV surgiu há cerca de 25 anos, muito pela experiência do (Fernando) Gabeira, do (Alfredo) Serkis e outras lideranças que ficaram exiladas principalmente na Europa, e de lá trouxeram o movimento dos verdes para o Brasil.
Só que no Brasil a experiência verde europeia foi reelaborada à luz dos desafios de sermos um país em desenvolvimento, em que tínhamos o desafio da proteção dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, o desafio da inclusão social.
No Brasil, uma parte muito significativa do PV é identificada com a questão socioambiental. Um outro segmento entrou no partido sem a compreensão programática, mas hoje estamos trabalhando nisso, para que o partido tenha um crescimento significativo, em termos programáticos.
BBC Brasil - O que é preciso para isso? Qual a importância dessa ala não-programática?
Marina - Não diria que é uma ala. São segmentos que entram por simpatia pelo partido, na busca de uma participação na política institucional, mas isso tem que ter um investimento em termos de formação.
BBC Brasil - Como a sra. vai se posicionar no segundo turno?
Marina - Priorizarmos aspectos importantes para apresentar aos dois candidatos, cerca de dez propostas que dizem respeito à sustentabilidade, à priorização na área social, à gestão pública e à ética. Estamos aguardando a manifestação deles no sentido de internalizar ou não essas propostas no seu programa de governo, e em cima desse processo vamos agora para discussão no dia 17, quando o partido anunciará a sua decisão e eu também anunciarei a minha.
Teremos três opções: apoiar uma ou outra candidatura ou uma posição independente, apelando para que cada eleitor tenha uma decisão consciente com o seu próprio voto.
BBC Brasil - O modelo de desenvolvimento que vem sendo adotado no governo Lula nos últimos anos é sustentável?
Marina - O modelo de desenvolvimento em nenhum lugar do mundo é sustentável. Todos os países ricos ou pobres estão diante do desafio de fazer a transição da forma predatória de desenvolvimento para a sustentável.
No governo do presidente Lula, no governo do presidente Fernando Henrique, os partidos tradicionais não conseguiram alcançar o desafio deste início de século, que é de integrar numa mesma equação economia e ecologia.
BBC Brasil - Que indicações a sra. tem de que a Dilma Rousseff poderia adotar esse modelo de desenvolvimento sustentável?
Marina - A ministra Dilma e o governador Serra são muitos parecidos. Ambos têm uma visão desenvolvimentista, 'crescimentista', são pessoas com perfil gerencial. Cada vez mais o mundo vai precisar de quem tenha visão nova de desenvolvimento, que seja capaz de integrar as diferentes dimensões do fazer humano, que não fique preso a uma lógica puramente pragmática, racionalista.
BBC Brasil - A sra. conhece alguma ação de José Serra no campo da sustentabilidade que seja digna de nota?
Marina - Os esforços que vêm sendo feitos ainda são muito periféricos. Não é uma questão de ter um ministério ou secretaria do meio-ambiente fazendo algumas coisas interessantes nessa área. É como a questão da proteção dos ativos ambientais perpassa o agir de todos os setores do governo.
BBC Brasil - A sra. é evangélica, mas durante a campanha não usou isso para pedir o voto dos evangélicos. No fim da campanha, o tema do peso do voto evangélico veio à tona. O que a sra. achou disso?
Marina - Sou evangélica, fui católica durante 37 anos e sempre vi que os cristãos têm uma contribuição a dar à sociedade, em todos os sentidos.
As pessoas que votaram em mim e que são cristãs evangélicas, católicas, seguem outras crenças ou não têm fé votaram também em função da minha trajetória. Ainda que haja identidade com os cristãos evangélicos, o que para mim é motivo de alegria.
Mas as pessoas sabiam que estavam votando em alguém que prima pelo respeito ao estado laico.
BBC Brasil - Alguns analistas criticaram a entrada do tema religioso na campanha, dizendo que ele fez com que o processo político regredisse no país.
Marina - Somos um país onde mais de 90% das pessoas creem em Deus, e esse é um dado de realidade que não se pode negar. No entanto, precisamos ter a sabedoria de não importar conflitos religiosos que existem em outros países para o Brasil, onde temos cultura de respeito pela diferença e pela diversidade. Mas o respeito pela diferença e pela diversidade pressupõe o direito daqueles que são evangélicos ou católicos de afirmarem os seus pontos de vista.
BBC Brasil - A sra. acha que os eleitores devem estar atentos ao tema do aborto?
Marina - As demandas surgem porque a sociedade já está atenta. Teremos que debater a questão no mérito, e não no rótulo. Para mim, a defesa da vida é um princípio, e vejo que não só os que creem têm esse princípio.
Temos que diminuir o número de abortos no Brasil, dando a informação para as mães que muitas vezes pagam o preço muito alto, sequelas de saúde, emocionais...
BBC Brasil - E como lidar com uma mulher que fez aborto? Ela deve ser punida?
Marina - É claro que uma mulher que fez o aborto não gostou de ter feito. Precisa de ser acolhida na sua angústia, na sua dor, na sua culpa.
BBC Brasil - O Brasil está de fato aumentando sua importância no mundo?
Marina - O Brasil tem cumprido um papel importante, de liderança dentro do G20, G77. Na questão ambiental, o Brasil levou uma posição muito avançada para Copenhague, embora seja um país em desenvolvimento. Mas não se pode ver isso como algo estabelecido e conquistado, é um processo.
O papel que vejo para o Brasil é ser um país em desenvolvimento que busca novo modelo de desenvolvimento.
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