Total de visualizações de página

domingo, 13 de julho de 2014

Em carta à Seleção, presidenta afirma que Brasil saberá aproveitar lições para melhoria do futebol

http://blog.planalto.gov.br/em-carta-a-selecao-presidenta-afirma-que-brasil-sabera-aproveitar-licoes-para-melhoria-do-futebol/trackback/

Domingo, 13 de julho de 2014 às 12:01

brasil_colombia_torcida_geral_10 (1)
“Vocês – e o futebol brasileiro – são maiores do que quaisquer resultados passageiros”, escreveu a presidente Dilma em carta endereçada à Seleção. Foto: Portal da Copa
Após a derrota de ontem para a Holanda, na disputa de terceiro e quarto lugares da Copa do Mundo, a presidenta Dilma Rousseff enviou neste domingo (13), uma nova carta de apoio aos jogadores e à Comissão Técnica da Seleção Brasileira de Futebol, frisando que lições da derrota poderão ser aproveitadas para melhorar o futebol brasileiro.
A presidenta escreveu ainda que jogadores e futebol brasileiro são maiores aos resultados adversos e que momentos de alegria proporcionados por eles durante a Copa permanecerão mais fortes na lembrança dos brasileiros. E conclui que, apesar de não levar a taça, Brasil realizou uma grande Copa do Mundo.
Leia a carta na íntegra:
Queridos jogadores e querida Comissão Técnica,
Vocês – e o futebol brasileiro – são maiores do que quaisquer resultados passageiros.
O que permanecerá mais forte no coração do nosso povo serão os momentos de alegria que vocês nos proporcionaram nesta Copa e que, seguramente, irão nos garantir em Copas futuras.
Principalmente porque todos nós, sem exceção, saberemos aproveitar as lições de agora para melhorar ainda mais o nosso futebol, dentro e fora dos estádios.
É assim que vamos ampliar a história de sucesso da nossa seleção.
Nós, brasileiros, não levamos a Taça, mas fizemos a Copa das Copas.
Sem vocês, isso jamais seria possível.
Recebam nosso carinho e nosso sincero agradecimento,
Dilma Rousseff

sexta-feira, 11 de julho de 2014

A bíblia explica tudo e para tudo tem solução. (parte 2)



Em tempo, não sou contra, quem queira de forma 'consciente' manter relacionamento simultâneo com mais de uma pessoa ao mesmo tempo, embora não seja o tipo de escolha que fiz ou que faço. A questão é a "consciência". Há casais que fazem isso e na década de 1970, quando eu era um garoto,  me recordo de ter havido  um movimento cristão que tinha esse tipo de comportamento, os Meninos de Deus. Os Mormóns parece que tem comunidades que fizeram e/ou ainda praticam a poligamia. Aliás os Meninos de Deus precursores da música gospel no Brasil, são quase os únicos que me fazem gostar de ouvir este tipo de música. São eles e o grupo Catedral..
Comentário referente ao post, http://blogshist.blogspot.com.br/2014/07/a-biblia-explica-tudo-e-para-tudo-tem.html
(Professor Zezito)

Jovens do grupo 'Meninos de Deus' têm problemas com a Justiça. Reportagem do Fantástico de 1978...aqui

Os Meninos de Deus na Wikipédia.. aqui 

 
Para conhecer o som dos caras, é só dar um play abaixo... 


A bíblia explica tudo e para tudo tem solução.

Publicação by Ulisses Augusto.



.. Olha aí crianças, o que acontece quando se falta muito  as aulas de português, história e filosofia. 



Pastor usa a biblia para justificar o direito de fazer sexo com várias mulheres ao mesmo tempo..

É um exemplo para ser baixado e utilizado em sala da aula acerca dos males do analfabetismo funcional, associado a falta de noção minima em matéria de religião. E os riscos e estragos a que isso tá levando. Claro que não trata-se de detonar com as religiões pura e simplesmente, mas mostrar a que situação, pessoas sem formação ou mal formadas, podem ser levadas..

Leia mais sobre o assunto no post abaixo:


http://blogshist.blogspot.com.br/2014/07/em-tempo-nao-sou-contra-quem-queira-de.html

 





























sexta-feira, 4 de julho de 2014



sexta-feira, 13 de junho de 2014

Setores conservadores da sociedade tem atacado a Política Nacional de Participação Social. É importante destacar alguns pontos:


O que faz o Decreto nº 8.243/2014?

·         Organiza as instâncias de participação social já existentes no Governo Federal e estabelece diretrizes para o seu funcionamento;
·         Estimula os órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta a considerarem – na gestão das políticas públicas – as instâncias e os mecanismos de participação social já existentes;
·         Amplia os mecanismos de participação para toda a sociedade por meio de plataformas virtuais na internet, nas quais todo cidadão pode se manifestar sobre políticas públicas, a exemplo do que aconteceu com o Marco Civil da Internet.

O que o Decreto nº 8.243/2014 não faz?

·         Não cria novos conselhos e comissões, nem instala novos órgãos na administração pública federal;
·         Não obriga a criação de conselhos ou de outras instâncias de participação por nenhum órgão da administração pública federal;
·         Não retira atribuições do Congresso Nacional, nem interfere nos outros poderes ou nos outros entes federativos;
·         Não restringe o conceito de sociedade civil, que inclui todos os cidadãos, organizações da sociedade civil, entidades patronais e de trabalhadores, e movimentos sociais. Ou seja, inclui toda a sociedade brasileira.
·         Não submete as instâncias de participação a qualquer controle centralizado.

Mais informações

·        A  criação de um Sistema Nacional de Participação Social está prevista no PPA 2012-2015, aprovado pelo Congresso Nacional.
·        Os Conselhos são instituídos ou autorizados por Lei e existem em todos os entes federados, a título de exemplo:
o   5553 municípios brasileiros têm conselhos municipais de saúde (apenas 17 não os têm), e 5527 têm conselhos de assistência social.
·        11 Governadores de Estado de diversos partidos já aderiram ao Compromisso Nacional pela Participação Social, que possui as mesmas diretrizes do Decreto 8.243: AL, BA, CE, DF, GO, MS, PA, PB, RJ, RS, SC.
·        Nos Estados de Minas Gerais e Pernambuco há, respectivamente, 20 e 21 conselhos de participação.
·         Muitas políticas públicas exitosas são resultado de iniciativas da sociedade civil nas Conferências, como o Plano Brasil sem Miséria, o Estatuto do Idoso, o SUS e o SUAS.

Com base nisto, estamos elaborando Carta abaixo para defender a PNPS como elemento fundamental para fortalecer os conselhos de direitos, especialmente, da pessoa com deficiência.
Toda entidade/conselho que desejar subscrever o documento, nos envie e-mail com o título "Adesão ao Manifesto pela Participação Social". 
É preciso defender a participação e o fortalecimento dos conselhos!
Também podem fazer sugestões ao manifesto! Nosso prazo será dia 16.06!


MANIFESTAÇÃO PELA PARTICIPAÇÃO SOCIAL

Considerando o art. XXI da Declaração Universal dos Direitos Humanos;
Considerando a Carta Iberoamericana de Participação Cidadã na Gestão Pública;
Considerando o art. 1º, parágrafo único, da Constituição Federal;
 Considerando todas as leis e práticas de participação social existentes e historicamente construídas ao longo da história brasileira;
Considerando os preceitos da Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência;
Considerando a necessidade de protagonismo da pessoa com deficiência;
Nós, que assinamos abaixo, manifestamos publicamente nosso apoio ao fortalecimento e articulação dos mecanismos e instâncias democráticas de diálogo e atuação conjunta entre a administração pública e a sociedade civil, como expressos no Decreto nº 8.243, de 23 de maio de 2014.
 Defendemos perante todas as instâncias, como sujeitos e sujeitas da construção de um Brasil plenamente democrático:
 o reconhecimento da participação social como direito do cidadão e expressão de sua autonomia;
 a complementariedade, transversalidade e integração entre mecanismos e instâncias da democracia representativa, participativa e direta;
 a solidariedade, cooperação e respeito à diversidade de etnia, raça, cultura, geração, origem, sexo, orientação sexual, religião e condição social, econômica ou de deficiência, para a construção de valores de cidadania e de inclusão social;
 o direito à informação, à transparência e ao controle social nas ações públicas, com uso de linguagem simples e objetiva, consideradas as características e o idioma da população a que se dirige;
 a valorização da educação para a cidadania ativa;
 a autonomia, livre funcionamento e independência das organizações da sociedade civil; e
 a ampliação dos mecanismos de controle social.
o incentivo ao uso e desenvolvimento de metodologias que incorporem múltiplas formas de expressão e linguagens de participação social, por meio da internet, com a adoção de tecnologias livres de comunicação e informação.
Acrescentamos que são os espaços de participação social, como Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conade) que promovem a inclusão da sociedade civil em debates como na busca permanente pela igualdade de oportunidades as pessoas com deficiência, que avançaremos em direção a um Brasil mais plural, justo e inclusivo.
O Brasil merece mais participação social e mais democracia.

Brasília,    de junho de 2014.

--

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Somos todos da Idade Média, por Hilário Franco Júnior

Pouca gente se dá conta, mas muitos hábitos, conceitos e objetos tão presentes no nosso dia-a-dia, inclusive o próprio idioma que falamos, vêm daquela época.
Muitos professores consideram especialmente árdua a tarefa de ensinar História Medieval. A distância que separa os alunos de época tão remota, argumentam alguns, seria um dos principais obstáculos. Como despertar seu interesse por tema tão antigo? Como passar às novas gerações conceitos, idéias e fatos que, aparentemente, têm tão pouco a ver com o mundo de hoje? Mas seria bem diferente se eles mostrassem a seus discípulos que, como veremos a seguir, e embora muita gente não se dê conta, nosso próprio cotidiano está impregnado de hábitos, costumes e objetos que vêm de muito mais longe do que se pode imaginar.
Ao tratarmos da História do Brasil, por exemplo, a tendência é começar no dia 22 de abril de 1500, quando Pedro Álvares Cabral e os tripulantes de sua esquadra “descobriram” nossa terra. Mas aqueles homens não traziam atrás de si, dentro de si, toda uma história? Não trouxeram para cá amplo conjunto de instituições, comportamentos e sentimentos? Aquilo que é até hoje o Brasil não tem boa parte da sua identidade definida pela longa história anterior de seus “descobridores”? Dizendo de outro modo, nossas raízes são medievais, percebamos ou não este fato.
Calças do século IV,
encontradas no pântano
Thorsberg, Alemanha
Pensemos num dia comum de uma pessoa comum. Tudo começa com algumas invenções medievais: ela põe sua roupa de baixo (que os romanos conheciam mas não usavam), veste calças compridas (antes, gregos e romanos usavam túnica, peça inteiriça, longa, que cobria todo o corpo), passa um cinto fechado com fivela (antes ele era amarrado). A seguir, põe uma camisa e faz um gesto simples, automático, tocando pequenos objetos que também relembram a Idade Média, quando foram inventados, por volta de 1204: os botões. Então ela põe os óculos (criados em torno de 1285, provavelmente na Itália) e vai verificar sua aparência num espelho de vidro (concepção do século XIII). Por fim, antes de sair olha para fora através da janela de vidro (outra invenção medieval, de fins do século XIV) para ver como está o tempo.
Ao chegar na escola ou no trabalho, ela consulta um calendário e verifica quando será, digamos, a Páscoa este ano: 23 de março de 2008. Assim fazendo, ela pratica sem perceber alguns ensinamentos medievais. Foi um monge do século VI que estabeleceu o sistema de contar os anos a partir do nascimento de Cristo. Essa data (25 de dezembro) e o dia de Páscoa (variável) também foram estabelecidos pelos homens da Idade Média. Mais ainda, ao escrever aquela data – 23/3/2008 –, usamos os chamados algarismos arábicos, inventados na Índia e levados pelos árabes para a Europa, onde foram aperfeiçoados e difundidos desde o começo do século XIII. O uso desses algarismos permitiu progressos tanto nos cálculos cotidianos quanto na matemática, por serem bem mais flexíveis que os algarismos romanos anteriormente utilizados. Por exemplo, podemos escrever aquela data com apenas sete sinais, mas seria necessário o dobro em algarismos romanos (XXIII/III/MMVIII).
Livro Medieval: Bridwell Library
Para começar a trabalhar, a pessoa possivelmente abrirá um livro para procurar alguma informação, e assim homenageará de novo a Idade Média, época em que surgiu a idéia de substituir o incômodo rolo no qual os romanos escreviam. Com este, quando se queria localizar certa passagem do texto, era preciso desenrolar metros de folhas coladas umas nas outras. Além disso, o rolo desperdiçava material e espaço, pois nele se escrevia apenas de um lado das folhas. O formato bem mais interessante do livro ficou ainda melhor com a invenção da imprensa, em meados do século XV, que permitiu multiplicar os exemplares e assim barateá-los. Tendo encontrado o que queria, a pessoa talvez pegue uma folha em branco para anotar e, outra vez, faz isso graças aos medievais. Deles recebemos o papel, inventado anteriormente na China, mas popularizado na Europa a partir do século XII. Mesmo ao passar suas idéias para o computador, a pessoa não abandona a herança medieval. O formato das letras que ali aparecem, assim como em jornais, revistas, livros e na nossa caligrafia, foi criado por monges da época de Carlos Magno.
Relógio Medieval de Praga,
 por Emilia Duarte
Sentindo fome, a pessoa levanta os olhos e consulta o relógio na parede da sala, imitando gesto inaugurado pelos medievais. Foram eles que criaram, em fins do século XIII, um mecanismo para medir o passar do tempo, independentemente da época do ano e das condições climáticas. Sendo hora do almoço, a pessoa vai para casa ou para o restaurante e senta-se à mesa. Eis aí outra novidade medieval! Na Antiguidade, as pessoas comiam recostadas numa espécie de sofá, apoiadas sobre o antebraço. Da mesma forma que os medievais, pegamos os alimentos com colher (criada aproximadamente em 1285) e garfo (século XI, de uso difundido no XIV). Terminada a refeição, a pessoa passa no banco, que, como atividade laica, nasceu na Idade Média. Depois, para autenticar documentos, dirige-se ao cartório, instituição que desde a Alta Idade Média preservava a memória de certos atos jurídicos (“escritura”), fato importante numa época em que pouca gente sabia escrever.
À noite, enfim, a pessoa vai à universidade, instituição que em pleno século XXI ainda guarda as características básicas do século XII, quando surgiu. As aulas, com freqüência, são dadas a partir de um texto que é explicado pelo professor e depois debatido pelos alunos. Alguns deles recebem um auxílio financeiro para poderem estudar, como no colégio fundado pelo cônego Roberto de Sorbon (1201-1274) e que se tornaria o centro da Universidade de Paris. Depois de mais um dia de trabalho e estudo, algumas pessoas querem relaxar um pouco e passam na casa de amigos para jogar cartas, divertimento criado em fins do século XIV, como lembram os desenhos dos naipes e a existência de reis, rainhas e valetes. Outros preferem manter a mente bem ativa e vão praticar xadrez, jogo muito apreciado pela nobreza feudal, daí a presença de peças como os bispos, as torres e as rainhas.
Peças de jogo de xadrez de Carlos Magno
Durante todas essas atividades, pensamos, falamos, lemos e escrevemos em português, sem, na maioria das vezes, nos darmos conta de que esse elemento central do patrimônio cultural brasileiro vem da Idade Média. E não só porque a nossa língua nasceu em Portugal medieval. Como qualquer língua, com o passar do tempo o português falado na sua terra de origem foi se alterando bastante. Muitas características do idioma falado hoje em dia em Portugal – inclusive o que chamamos de sotaque daquele povo – são do século XIX. Mas no Brasil aquele idioma foi introduzido no século XVI por colonos que falavam da mesma forma que cem ou duzentos anos antes, isto é, como em Portugal medieval. Além disso, sendo o Brasil muito vasto e muito distante da metrópole portuguesa, as lentas transformações na língua demoravam mais para chegar aqui. Em resumo, falamos hoje um português mais parecido com o da Idade Média do que com o de Portugal moderno.
Estudos recentes mostraram que idosos analfabetos do interior de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo usavam, em fins do século XX, formas do português dos séculos XIII-XVI. Essas pessoas ainda falam esmolna em vez de “esmola”, pessuir e não “possuir”, despois no lugar de “depois”, preguntar para dizer “perguntar”. Contudo, não se trata propriamente de erros, e sim de exemplos de manutenção de formas antigas, levadas àqueles locais pelos bandeirantes nos séculos XVI e XVII. Devido ao isolamento e à pobreza daquelas regiões, esse modo de falar prolongou-se pelos séculos seguintes.
Basta uma rápida olhada em qualquer aglomerado humano no Brasil, seja no metrô, num estádio de futebol ou simplesmente nas ruas, para se constatar o que todos sabemos: a população brasileira tem alto grau de mestiçagem. Nada estranho, já que a terra era habitada por diferentes tribos indígenas quando os portugueses aqui chegaram, e logo foram introduzidos muitos escravos africanos. O que se ignora com freqüência, porém, é que se os dominadores portugueses aceitaram com facilidade a mestiçagem, é porque ela fazia parte da sua prática social havia muito tempo. Eles resultavam da mistura entre celtas, romanos, germanos, berberes (população do norte africano), árabes, judeus e negros. Importantes historiadores já afirmaram que, pelo menos até o século XIV, os mouros não devem ser considerados uma etnia, e sim uma minoria religiosa, porque, em termos raciais, não havia diferença entre portugueses cristãos e portugueses muçulmanos. Portanto, os portugueses já eram mestiços ao chegarem à América, o que facilitou a mistura racial na colônia.
Estudar História – de qualquer época e de qualquer local – não deve ser tarefa utilitarista, não deve “servir” para alguma coisa específica. A função de seu estudo é mais ampla e importante; é desenvolver o espírito crítico, é exercitar a cidadania. Ninguém pode atingir plenamente a maturidade sem conhecer a própria história, e isso inclui, como não poderia deixar de ser, as fases mais recuadas do nosso passado. Assim, estudar História Medieval é tão legítimo quanto optar por qualquer outro período. Mas não se deve, é claro, desprezar pedagogicamente a relação existente entre a realidade estudada e a realidade do estudante. Neste sentido, pode ser estimulante mostrar que, mesmo no Brasil, a Idade Média, de certa forma, continua viva.
Hilário Franco Júnior é professor da Universidade de São Paulo e autor de A Idade Média, nascimento do Ocidente (Brasiliense, 2006) e de “Raízes medievais do Brasil” (Revista USP, 2008). 
Texto retirado de “Revista de História da Biblioteca Nacional”, publicado em 01/03/2008.



terça-feira, 13 de maio de 2014

O mal-estar social e uma herança de desigualdades. Desafios a serem superados. Entrevista especial com Tânia Bacelar de Araújo

“A situação social melhorou um pouco, mas a grande maioria da população vive em condições sociais muito adversas e o tamanho da melhora não é suficiente para o tamanho das dificuldades que temos de enfrentar”, avalia a economista.
“O governo é um ente que, quando entra na economia, não gera renda; ele apropria a renda que a economia gera. Quando dizemos que o governo paga, alguém está pagando pelo governo, e geralmente são os que têm menos poder de pressão no governo que pagam”. A ponderação é da economista Tânia Bacelar de Araújo, em entrevista concedida pessoalmente à IHU On-Line, na última quinta-feira, quando esteve na Unisinos, participando do XV Simpósio Internacional IHU. Alimento e Nutrição no contexto dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.
Interferências como essa, acompanhadas de complicadores externos e internos, geraram a “espiral em que estamos há duas décadas”, com uma elevada dívida pública, pontua. A solução para resolver essa questão, contudo, não consiste na manutenção de um estado mínimo, mas, sim, em “reequilibrar a conta do governo. E isso deve ser feito a médio prazo, porque não dá para fazer isso no curto prazo”, assegura. Apesar de a resposta parecer simples, “esse é um grande problema”, diz Tânia Bacelar de Araújo, na entrevista a seguir.
Na avaliação da economista, os impactos da dívida pública são sentidos em todas as áreas sociais, “porque o governo fecha no vermelho e precisa se financiar. Para isso, ele emite títulos para quem tem dinheiro financiá-lo e paga uma taxa de juros muito alta a essas pessoas”. Por isso, acentua, há cortes na saúde, na educação, nos investimentos, “porque não dá para cortar a parte do investidor, já que o governo depende dele para continuar se financiando”.
Apesar das conquistas sociais dos últimos anos, Tânia também identifica um mal-estar na sociedade brasileira, o qual emergiu nas manifestações de junho do ano passado. Essa insatisfação está relacionada com a “herança de desigualdades” do país e com o fato de o Brasil não ter superado esse passado. “Quando as pessoas melhoram de condição de vida, elas querem mais. É uma condição da natureza humana querer melhorar. E como se teve uma melhora, se viu que é possível melhorar, e isso estimula cobrar mais”, assinala.
Tânia Bacelar possui graduação em Ciências Sociais pela Faculdade Frassinetti do Recife, graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Católica de Pernambuco, diploma de Estudos Aprofundados - D.E.A. pela Universidade de Paris I, Panthéon-Sorbonne e doutorado em Economia Pública, Planejamento e Organização do Espaço pela Universidade de Paris I, Panthéon-Sorbonne. Exerceu vários cargos públicos e atualmente é professora do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Pernambuco, sendo também sócia da Consultoria Econômica e Planejamento - CEPLAN.
Confira a entrevista. 
IHU On-Line - Que momento o Brasil vive em relação à economia? Qual seu diagnóstico de como o governo Dilma tem conduzido a economia do país?
Tânia Bacelar de Araújo – O Brasil vive um momento de dificuldades. O contexto em que a presidente Dilma assumiu a presidência é diferente do contexto em que o presidente Lula governou. É o mesmo partido que domina o governo, é a mesma coligação política, mas o contexto em que eles assumiram é muito diferente. Foi muito mais favorável no governo Lula e menos favorável no governo Dilma. O elemento de definição disso é a crise de 2008, que foi se aprofundando e a partir de 2010 a economia brasileira sentiu mais os impactos da crise mundial. A presidente também cometeu alguns equívocos e estamos pagando um preço por isso.
IHU On-Line – Quais equívocos?
Tânia Bacelar – Por exemplo, ter baixado a taxa de juros, que é uma coisa que Lula não fez, mas ela fez. O caso é que ela fez sozinha.
IHU On-Line – Ela não teve apoio? Não deveria ter baixado a taxa de juros?
Tânia Bacelar de Araújo – Poderia, mas a conjuntura em que isso aconteceu era mais adversa e ela preparou pouco, politicamente, essa atitude para o tamanho da ousadia que iria patrocinar.
Aí ela teve de recuar e perdeu a batalha, tendo que voltar as taxas de juros a um patamar muito elevado, e esse é um dos problemas da economia brasileira. Como o governo brasileiro é deficitário, ele depende de financiamento, através da emissão de títulos, para poder fechar as suas contas. O tamanho da dívida pública brasileira é muito alto, e como a taxa de juro também é muito alta, quanto mais se eleva a taxa de juros, mais o governo paga de rendimentos a quem empresta dinheiro a ele. Então, é bom para quem tem excedente financeiro e péssimo para a maioria da população e para o país no seu conjunto. O Brasil não conseguiu sair dessa situação.

"Identifico uma situação de crise, mas não diria que é desindustrialização"

IHU On-Line – Nesse sentido, são mais os fatores externos ou internos que determinam a situação econômica do Brasil atualmente? À época do governo Lula havia bastante expectativa de crescimento no longo prazo por conta do crescimento do PIB de 7%, mas, por outro lado, havia algumas críticas no sentido de que esse crescimento era causado por conta da situação externa e não interna. Além da crise internacional e da dívida pública brasileira, quais são os outros fatores que fazem com que o Brasil se encontre nessa situação econômica?
Tânia Bacelar de Araújo – O contexto externo teve uma força grande, mas a presidente Dilma entrou no governo em 2011 com o “freio na mão”, pressionada por fazer o ajuste das contas públicas. Teve, portanto, nesse sentido, problemas internos, e não somente problemas externos. Também tem a força de alguns setores dentro do país; não é só o governo. A força da indústria automobilística, por exemplo, tem um peso muito grande na economia, então, tanto Lula quanto Dilma deram subsídio para as pessoas comprarem mais carros. Essa medida é boa no curto prazo, porque gera emprego, mas é ruim no longo prazo, porque vai na contramão das tendências do século XXI e está criando um problema de mobilidade.

"O Brasil tem uma renda média muito baixa. O que Lula fez foi aumentá-la um pouquinho"

IHU On-Line – A senhora também identifica um cenário de desindustrialização?
Tânia Bacelar de Araújo – Identifico uma situação de crise, mas não diria que é desindustrialização. Há um problema de competitividade industrial brasileira, que foi onde o Estado fez a principal aposta no século XX, mas não localizo esse problema no período recente. Essa dificuldade se coloca com muita força na década de 1990, quando o governo Collor iniciou uma abertura comercial muito rápida. A indústria brasileira era protegida e ele quis desprotegê-la e fez isso muito depressa ao baixar as taxas de importação rapidamente. Isso gerou um choque interno negativo, porque várias das cadeias produtivas industriais brasileiras perderam a competição para outros países, ou seja, o Brasil perdeu mercado interno pelos competidores externos. Esse processo veio se aprofundando na década inicial do século XXI.
Trata-se, portanto, de um processo que já tem duas décadas. Hoje o Brasil perde espaço para a China, por exemplo, com muita força, em vários segmentos em que a indústria brasileira já ocupou esse mercado.
A renda melhorou, o consumo por bens industriais aumentou e o Brasil cedeu seu mercado à produção externa, perdendo imposto, emprego e mercado externo também. Então, o Brasil tem, sim, um problema a enfrentar na indústria. A discussão é como se enfrenta esse problema. Há um choque de produtividade que precisa ser dado. A indústria brasileira precisa investir mais em inovação, porque os mercados que estão ganhando do mercado brasileiro fizeram isso.

"Todos os segmentos sofrem com isso, porque a sociedade carrega essa dívida"

IHU On-Line – Então, o baixo índice de expressividade da indústria, indicado este ano, é consequência de políticas dos anos 1990?
Tânia Bacelar de Araújo – É o desdobramento do que vivemos nos anos 1990, mas com problemas adicionais: a crise reduziu o mercado mundial. E aí os competidores vieram para o Brasil, porque enquanto havia crise no exterior, o país estava crescendo. O Brasil se tornou atrativo para os países mais competidores que tinham como vir para cá; com isso nós perdemos espaço.
IHU On-Line - Em relação à política de crédito para movimentar o consumo interno brasileiro, o governo apostou demais nessa medida ou esteve atento à hora de reduzi-la?
Tânia Bacelar de Araújo – Não, porque o Brasil tem uma renda média muito baixa. O que Lula fez foi aumentá-la um pouquinho. Para ampliar o consumo, tem de juntar renda com crédito, e foi isso que Lula fez. Os limites de endividamento não são tão altos no Brasil e, portanto, ainda há limite de endividamento. A taxa de inadimplência também não é absurda, o que significa que as pessoas tiveram juízo e não comprometeram totalmente a sua renda. A ampliação do crédito em tão curto prazo deu chance para as pessoas adquirirem bens aos quais elas não teriam acesso se não fosse o sistema de crédito. Isso melhorou as condições de vida de muita gente. Nós que somos mulheres sabemos qual é a diferença entre ter e não ter uma máquina de lavar roupa.

"É preciso aprender a ser feliz com outro padrão de consumo"

IHU On-Line – Em que áreas é possível sentir as implicações da dívida pública?
Tânia Bacelar de Araújo – Em todas as áreas, porque o governo fecha no vermelho e precisa se financiar. Para isso, ele emite títulos para quem tem dinheiro financiá-lo e paga uma taxa de juros muito alta a essas pessoas. Então, isso gera uma renda adicional para os que são superavitários e podem emprestar ao governo. Essa situação, hoje — e desde os anos 1980 —, leva à maior parte do gasto do governo. Aí, o que o governo faz? Corta na outra parte.
Então, cada vez que o pessoal que aplica cobra ajuste do governo, está cobrando que ele corte gastos na saúde, na educação, nos investimentos, porque não dá para cortar a parte do investidor, já que o governo depende dele para continuar se financiando.
Todos os segmentos sofrem com isso, porque a sociedade carrega essa dívida. O governo é um ente que, quando entra na economia, não gera renda; ele apropria a renda que a economia gera. Quando dizemos que o governo paga, alguém está pagando pelo governo, e geralmente são os que têm menos poder de pressão no governo que pagam.
IHU On-Line – A alternativa é Estado mínimo na economia, como propõem os neoliberais? Ou o Estado deve atuar de que forma?
Tânia Bacelar de Araújo – Não. Proponho reequilibrar as contas do governo. E isso deve ser feito a médio prazo, pois não dá para fazer isso no curto prazo. Esse é um grande problema, porque, por exemplo, em relação à dívida externa, os mais radicais propõem moratória, mas quando se faz moratória da dívida externa, estoura lá fora. Quando se propõe moratória da dívida interna, estoura na nossa “cabeça”. Então, nenhuma solução radical pode ser dada.
Tem de ter uma solução construída ao longo do tempo. E uma peça chave nesse processo é a taxa de juro mais baixa, porque a taxa de juro muito alta recria a dívida só para pagar os juros, e ficamos nessa espiral em que estamos há duas décadas. Isso precisa ter um escalonamento no tempo. Já melhorou, porque a dívida já foi muito mais alta do que é hoje, mas ainda é muito pesada. Tanto que, quando olhamos o orçamento da União, percebemos que o seu principal gasto continua sendo de despesas com o pagamento da dívida pública. Aí o país precisa de recursos para investir na agricultura familiar, na educação, na saúde, e esse dinheiro disputa com o outro, porque é o mesmo caixa.


"Precisamos saber como domamos o capitalismo hoje"

IHU On-Line – E como a senhora vê, diante desse quadro, a nova estratégia do governo Dilma, de liberar a entrada de mais capital financeiro no país com a justificativa de investir no desenvolvimento?
Tânia Bacelar de Araújo – O dinheiro externo não resolve isso, porque ele se alimenta desses títulos. Então, além de pagar os ricos do Brasil, ainda pagamos os ricos do exterior, e transfere-se mais renda para o exterior. Há dois tipos de dinheiro externo que entram no Brasil: o de curto prazo, que vai para os títulos do governo, e os que entram para investir na economia e ficar no país. O Brasil tem atraído bastante capital externo, mas isso não resolve o problema dele no sentido das contas a serem pagas pelo governo. Resolve no sentido de ampliar e melhorar a economia, gerando emprego, mas, também, por outro lado, desnacionalizando as empresas, que é outro problema.
IHU On-Line - É possível conciliar desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e sustentabilidade? Como avalia, nesse sentido, as ações do governo brasileiro, levando em conta essas três questões?
Tânia Bacelar de Araújo – É mais fácil trabalhar só com um lado da questão e dizer, por exemplo, que se a economia cresce, se resolve o problema social. O Brasil já foi um exemplo de economia crescendo muito, com cada vez mais agravamento do problema social. Com isso, aprendemos que essa proposta não era viável, que deveríamos cuidar também da questão social e ter políticas públicas para investir também no social. Essa medida ajudou a melhorar o quadro social brasileiro. Por outro lado, combinar a economia com o ambiental é uma tarefa importante, porque precisamos utilizar a natureza, mas depende da forma como a utilizamos. Como a sociedade precisa sanar as suas necessidades, ela precisa utilizar a natureza, mas a questão é como se utiliza a natureza. Uma variável estratégica é o padrão tecnológico. Então, pode-se precisar explorar uma floresta e passar uma motosserra embaixo e cortar todas as árvores de uma vez só: as maduras e as que estão ainda se desenvolvendo. Mas pode-se aproveitar a mesma floresta com corte seletivo, identificando quais são as árvores maduras, tendo mais trabalho para cortar somente essas. Mas na visão de médio e longo prazo há um ganho com isso, porque não se destruíram as árvores que estavam nascendo, as quais serão usadas quando estiverem maduras. Então, a tecnologia do corte seletivo resolveu o seu problema.
A outra forma de fazer esse diálogo é pensar em como conciliar as necessidades da população com a natureza. A grande variável é o padrão de consumo: não precisa consumir tanto e estragar tanto. Há um padrão de consumo que algumas sociedades construíram no século XX, o qual acabamos copiando. Esse modelo termina gerando um desejo nas pessoas, mas, muitas vezes, trata-se de bens supérfluos e é possível viver muito bem sem eles, ou viver com eles em menor quantidade.
Esse debate acerca do padrão de consumo remete a valores, à visão de mundo, a valores culturais. A mesma sociedade pode viver bem com outro padrão de consumo. Essa é uma discussão importante, porque ajuda a usar a natureza com mais cuidado, porque o perfil de demanda não é mais tão exigente do uso da natureza. É possível, portanto, optar pelo transporte individual — e aí estamos gerando problemas para a natureza —, ou optar por se deslocar com transporte coletivo, gerando menos problema. Existem muitos países que fizeram essa opção antes do Brasil e as pessoas se deslocam melhor do que nós. Precisamos aprender a discutir os nossos valores de consumo. Digo que é preciso aprender a ser feliz com outro padrão de consumo. E é possível.

"O Brasil já foi um exemplo de economia crescendo muito, com cada vez mais agravamento do problema social"

IHU On-Line - É possível identificar a proposta econômica dos candidatos à Presidência da República, Aécio Neves, Eduardo Campos e Dilma Rousseff?
Tânia Bacelar de Araújo – No Brasil recente, há uma bipolarização entre o PSDB e o PT liderando polos opostos. As últimas eleições foram muito marcadas por essa bipolarização. Esses partidos têm projetos de país distintos; mostrou-se isso na década de 1990, quando predominou um e depois predominou outro. Entre os dois têm diferenças importantes. Por exemplo, Aécio está dizendo que vai rever a legislação trabalhista, que é um grande clamor das assim chamadas classes produtoras.
A Dilma não reviu e também não pretende rever. Eduardo disse há poucos dias que, nesse ponto, está ao lado de Dilma. Eduardo tende mais a ter um projeto parecido com o de Dilma, embora hoje ele pareça mais próximo do Aécio. Mas por conta da sua origem, da origem do partido dele e da Marina eles têm mais a ver com o projeto de Dilma. Aécio quer mais flexibilização das leis trabalhistas, mais terceirização. Os sindicatos, por sua vez, querem rever a jornada trabalhista, mas nem Lula nem Dilma toparam rever a jornada de trabalho. Essa é uma bandeira mais dos movimentos sindicais do que dos partidos.
A economia mudaria mais com Aécio do que com Eduardo. Eduardo parece que faria uma política mais parecida com a atual. Os candidatos estão se colocando agora, e Aécio e Eduardo pareciam muito juntos, mas esta semana eles se distinguiram no debate da reforma trabalhista e esse é um ponto importante. Lembro que, na ocasião da crise de 2008, Lula foi a um seminário do qual eu participei em Brasília, e a primeira frase que ele disse foi: “Não me peçam para jogar a crise nas costas dos trabalhadores”. Então, ele tem uma definição política, e aquele era um marco. Isso tem diferença.

"Quando olhamos o orçamento da União, percebemos que o seu principal gasto continua sendo de despesas com o pagamento da dívida pública"

IHU On-Line – Diante desse contexto de melhorias sociais ao longo da última década — como a senhora apontou —, percebe, por outro lado, um mal-estar na sociedade brasileira a partir das manifestações de junho? Quais são as razões disso, se o país melhorou?
Tânia Bacelar de Araújo – Há um mal-estar por conta de duas razões: primeiro, pela história, porque a herança brasileira de desigualdade social é muito grande e, segundo, porque o Brasil continua sendo um dos países mais desiguais, socialmente, do mundo. Só perdia para Honduras e Serra Leoa. Com os anos, o país melhorou, mas hoje ainda se encontra pelo décimo lugar — passamos do terceiro para o décimo, mas ainda estamos entre os dez mais desiguais. Isso tem um peso muito grande.
A situação social melhorou um pouco, mas a grande maioria da população vive em condições sociais muito adversas, e o tamanho da melhora não é suficiente para o tamanho das dificuldades que temos de enfrentar. Essa é uma situação que gera insatisfação. Além disso, quando as pessoas melhoram de condição de vida, elas querem mais. É uma condição da natureza humana querer melhorar. E como se teve uma melhora, se viu que é possível melhorar e isso estimula cobrar mais. Nesse sentido, a sociedade brasileira tem razão: ela quer educação de qualidade. O Brasil não faz estádios no padrão FIFA? Então, a sociedade vai para a rua dizer que também quer educação e saúde no padrão FIFA. A sociedade quer mais, porque não basta Bolsa Família, não basta aumentar um pouquinho a renda. Os pais querem que seus filhos tenham outra perspectiva, querem que, quando se necessita de um atendimento da saúde, se tenha um atendimento decente. Nesse sentido, as manifestações são boas.

"Os sindicatos, por sua vez, querem rever a jornada trabalhista, mas nem Lula nem Dilma toparam rever a jornada de trabalho"

IHU On-Line - A senhora está lendo o livro do Thomas Piketty, Capital in the 21st Century (O capital no século XXI). Quais suas impressões do que já leu e qual a relevância da obra para a discussão acerca do capitalismo e das desigualdades sociais?
Tânia Bacelar de Araújo – Sim, estou lendo e também já assisti a uma palestra dele sobre o livro, disponível no YouTube. A obra é interessante porque, primeiro, ele faz uma denúncia de que a desigualdade está aumentando, e o capitalismo do século XXI é marcado pelas desigualdades. Ele faz uma distinção importante entre a geração de riqueza na produção e a geração de riqueza a partir do patrimônio, somente, sem gerar produção. Ele mostra que estamos num mundo muito complicado, em que a riqueza se gera mais a partir da propriedade do patrimônio do que produzindo. E a grande maioria das pessoas só consegue inserção na vida econômica através da produção. Esse é o problema.
Tem uma denúncia interessante no estudo que ele fez. Trata-se de uma obra respeitada, porque ele lida com estatísticas e não faz um discurso ideológico — mas claro que tem uma visão ideológica em tudo que fazemos —, mas fundamenta a visão que está sustentando a partir de uma base de informações consistentes, a qual deu força ao argumento dele.
Tem uma crítica importante sendo feita a ele, porque no fim do livro a proposta principal é a de que, já que isso está acontecendo, a solução é taxar o patrimônio, e quem é rico não está gostando.
IHU On-Line – É a proposta ideal?
Tânia Bacelar de Araújo – É uma proposta antiga, já vinha sendo defendida pelo Tobin. A taxa Tobin [1] é isso: quando ele percebeu que os fluxos cresceram muito e que as pessoas estavam ganhando muito dinheiro na esfera financeira, ele propôs a taxação financeira. A CPMF era um imposto sobre a circulação financeira. Infelizmente, o Brasil acabou com essa taxação no governo Lula, mas foi uma derrota de Lula; ele foi derrotado no Congresso.
(Por Patricia Fachin)
NOTA
[1] Taxa Tobin: é um tributo proposto pelo economista americano James Tobin, da Universidade de Yale, laureado com o Prêmio Nobel de Economia em 1981. Esse tributo incidiria sobre as movimentações financeiras internacionais de caráter especulativo.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

EXERCICIOS DE FIXAÇÃO SOBRE FENICIOS, HEBREUS E PERSAS

ROTEIRO DA ATIVIDADE:
2- Complete o quadro abaixo, descrevendo características principais de cada uma das civilizações:

Fenicios
Hebreus
Persas
Localização:



Política:



Economia:



Religião:



Legado:












ROTEIRO DA ATIVIDADE:
1 - Questionário sobre os Hebreus
a) Qual era a localização da Terra Prometida?
b) Explique o que os hebreus tiveram que fazer para chegar à Terra Prometida.
c) Quem foram os patriarcas?
d) O que significa patriarcalismo?
e) Explique o que são as 12 tribos de Israel e qual a sua importância para a construção histórica de Israel.
f) Qual foi a importância de Moisés para os hebreus?
g) Qual a relação do Código de Hamurabi com as tábuas dos 10 mandamentos?
h) Que rei construiu o templo de Jerusalém?
i) Quais eram os dois reinos dos hebreus?
j) O que significa a palavra Diáspora?
l) Como e por que ocorreu a primeira diáspora?
m) O que é a Torá?
2 - Pesquisar acerca dos períodos da História Antiga dos Hebreus, abaixo indicados.
Período dos patriarcas
Período dos juízes
Período da monarquia
Período do exílio
Período das dominações estrangeiras


Pesquisar este blog