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terça-feira, 8 de junho de 2010

Orientações para o trabalho das disciplinas Arte e Sociedade e Cultura –

Correspondente a avaliação da 2º unidade
Para todas as turmas, com exceção do 9º ano no item 2
Professor: José de Oliveira Santos “Zezito”
Para entregar em papel pautado ou em papel oficio
Deve ser entregue com capa: Constando trabalho de artes e sociedade e cultura e o nome do aluno com a turma
1 – Video Central da Periferia São Paulo (4 pontos)
Responder as cinco perguntas em letra legível. As perguntas 2,3,4 e 5 devem ser respondida no mínimo em 5 linhas.
Obs: Quem não assistiu ao vídeo pode pesquisar na internet sobre: “Arte na periferia de São Paulo.
Perguntas:
1 - Qual a arte produzida na periferia de São Paulo?
2 – Com que objetivos essa arte é produzida?
3 – Em que condições essa arte é produzida?
4 – O que descobri/aprendi com o Central da Periferia?
5 –Quais as semelhanças com a arte produzida no Conjunto Jardim?
2 – Pesquisar na internet sobre ritmos musicais: Samba, rap, rock, reggae e forró. (escolher apenas um) – Vale 6 pontos
Copiar em letra legível, no máximo em duas folhas, apenas as informações referentes a:
• Origens
• Variantes/Estilos
• Principais artistas
• Principais músicas
Veja link para os assuntos solicitados:

SAMBA
http://pt.wikipedia.org/wiki/Samba

RAP
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rap

REGGAE
http://pt.wikipedia.org/wiki/Reggae

ROCK

http://pt.wikipedia.org/wiki/Rock
FORRÓ

http://pt.wikipedia.org/wiki/Forr%C3%B3

Quem não assistiu ou não se lembra do video Central da Periferia São Paulo, pode copiar os dois textos abaixo, e responder as questões abaixo, retirando a resposta desses textos:

1 - Qual a arte produzida na periferia de São Paulo, a qual é citada com destaque nos dois textos abaixo?
2 – Com que objetivos essa arte é produzida (de acordo com os dois textos)?
3 – Em que condições essa arte é produzida? (de acordo com os dois textos)?
4 – O que descobri/aprendi através da leitura dos dois textos?

TEXTO 1
Artistas da periferia de São Paulo lançam sua própria Semana de Arte Moderna e seu manifesto

Os organizadores escrevem um capítulo inédito, nele, os novos antropófagos tratam pouco de estética e muito de política e comportamento.

Oitenta e cinco anos depois do marco do movimento modernista, a Semana de Arte Moderna de 1922, Sérigo Vaz, poeta da periferia de São Paulo, organiza a Semana de Arte Moderna da Periferia. A força da Semana de 2007, que acontece de 4 a 11 de novembro, vem da primeira geração de escritores da periferia. Pela primeira vez, o Brasil tem um movimento literário nascido nas margens da cidade de São Paulo.

Vaz vive nos arredores de Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Deixou uma carreira de auxiliar de escritório para ser poeta no Brasil, vendeu 5 mil livros de poesia sem editora e sem livraria, de mão em mão. Em 2001, ele criou a Cooperativa Cultural da Periferia (Cooperifa) ao ocupar uma fábrica abandonada para fazer um evento de arte.

O sarau da Cooperifa passou de bar em bar até achar seu lugar no boteco do Zé Batidão, na zona sul de São Paulo. Toda quarta-feira, três centenas de cidadãos periféricos ali desembarcam depois de um dia de trabalho duro para fazer e ouvir poesia. A Semana de 2007 começou a nascer nessa esquina.

O primeiro ato da Semana será uma caminhada dos artistas pela periferia. Nada irá acontecer no centro. “Quem quiser conhecer o que se passa nas bordas de São Paulo terá que inverter o tráfego”, diz Vaz. Os grupos Manicômicos (teatro), Arte na Periferia (cinema), Espírito de Zumbi e Umoja (dança) são alguns dos chamados “focos de resistência” que tentam impor sua estética em ruas onde antes só corria esgoto.

Os novos antropófagos
“Aqui o tráfico não é nem de maconha, nem de cocaína. Nós traficamos livros”

Alessandro Buzzo, residente do Itaim Paulista, declara-se “Suburbano Convicto, escritor da Periferia”. Começou a escrever por indignação e hoje, aos 35 anos, já tem quatro livros publicados. O último deles um romance, Guerreira, que editou na base de prestação, pagou uma parte com feijão, arroz, macarrão e azeite. Há alguns meses vive de arte, R$ 1500 por mês. Criou uma biblioteca num bloco carnavalesco. Comanda o Favela Toma Conta, evento anual de hip-hop. Duas vezes por mês faz o Cine Favela, levando filmes brasileiros às periferias. Dá oficinas de escrita para os garotos da Febem.

“O Brasil só vai melhorar quando o povo começar a roubar livros em vez de armas, drogas e dinheiro”

Ademiro Alvez, mais conhecido como Sacolinha, diz que se não fossem os livros ele estaria a sete palmos do chão. Filho de pai sumido e mãe feirante, trabalhou dos 9 aos 21 anos como cobrador de lotação. Terminou o ensino médio “semi-analfabeto”, sem entender o que lia. Aos 18 anos ele começou a ler, roubando livros da própria família, ampliou suas atividades por livrarias, bienais e conferências. Aos 22 fez uma rifa para publicar seu primeiro romance. “Salvo” pela literatura, Sacolinha criou uma ONG para divulgar os novos autores, organizou trocas literárias para abastecer bibliotecas, criou sarau de poesias e entrou na faculdade de Letras. Desde 2005 é coordenador de literatura da Prefeitura de Suzano, na Grande São Paulo.

Martha Furtado Kanagusko

TEXTO 2
Manifesto da Antropofagia Periférica

A Periferia nos une pelo amor, pela dor e pela cor. Dos becos e vielas há de vir a voz que grita contra o silêncio que nos pune. Eis que surge das ladeiras um povo lindo e inteligente galopando contra o passado. A favor de um futuro limpo, para todos os brasileiros.
A favor de um subúrbio que clama por arte e cultura, e universidade para a diversidade. Agogôs e tamborins acompanhados de violinos, só depois da aula.
Contra a arte patrocinada pelos que corrompem a liberdade de opção. Contra a arte fabricada para destruir o senso crítico, a emoção e a sensibilidade que nasce da múltipla escolha.
A Arte que liberta não pode vir da mão que escraviza.
A favor do batuque da cozinha que nasce na cozinha e sinhá não quer. Da poesia periférica que brota na porta do bar.
Do teatro que não vem do “ter ou não ter...”. Do cinema real que transmite ilusão.
Das Artes Plásticas, que, de concreto, querem substituir os barracos de madeira.
Da Dança que desafoga no lago dos cisnes.
Da Música que não embala os adormecidos.
Da Literatura das ruas despertando nas calçadas.
A Periferia unida, no centro de todas as coisas.
Contra o racismo, a intolerância e as injustiças sociais das quais a arte vigente não fala.
Contra o artista surdo-mudo e a letra que não fala.
É preciso sugar da arte um novo tipo de artista: o artista-cidadão. Aquele que na sua arte não revoluciona o mundo, mas também não compactua com a mediocridade que imbeciliza um povo desprovido de oportunidades. Um artista a serviço da comunidade, do país. Que, armado da verdade, por si só exercita a revolução.
Contra a arte domingueira que defeca em nossa sala e nos hipnotiza no colo da poltrona.
Contra a barbárie que é a falta de bibliotecas, cinemas, museus, teatros e espaços para o acesso à produção cultural.
Contra reis e rainhas do castelo globalizado e quadril avantajado.
Contra o capital que ignora o interior a favor do exterior. Miami pra eles? “Me ame pra nós!”.
Contra os carrascos e as vítimas do sistema.
Contra os covardes e eruditos de aquário.
Contra o artista serviçal escravo da vaidade.
Contra os vampiros das verbas públicas e arte privada.
A Arte que liberta não pode vir da mão que escraviza.
Por uma Periferia que nos une pelo amor, pela dor e pela cor.



É TUDO NOSSO!
Sérgio Vaz
Poeta da Periferia

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